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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Amor Por Contrato (Últimos capítulos)



37º e 38º Capitulo


- Você é tão deliciosa Lua … - ele sussurrou de forma manhosa.
Suas mãos voltaram para os seios dela que respirou fundo tentando se controlar.
Ele lhe beijou o pescoço, alternando entre mordidas e chupões.
- Pare! - ela mandou quando ele lhe beijou atrás da orelha.
- Porque? - ele disse com a voz divertida enquanto continuava com a caricia.
- Sabe que tenho cócegas, aí. - ela disse soltando algumas risadinha.
Ele passou a ponta da língua no local, e então ela explodiu em uma gargalhada, fazendo-o rir junto.
- Pare! - ela disse o empurrando e tentando se recuperar do ataque de riso – Estamos quebrando todo o clima... - ela reclamou fazendo um bico exagerado.
- Não se preocupe... podemos criar outro. - ele disse de forma sedutora, voltando a beijá-la na boca.
Ele não sabia o porque, mas tinha certeza de que em toda a sua vida nunca havia gostado tanto de beijar uma garota. Ele necessitava beijá-la, assim como precisava de ar e água. De alguma forma que ele não sabia explicar a boca dela era uma fonte de vida... A fonte da sua vida.
- Arthur … - ela gemeu quando ele pressionou a ereção em sua feminilidade.
- Quero que o difa Lua. - ele disse ofegante – Quero que o peça...
Ela não excitou um segundo sequer:
- Não me faça esperar mais Arthur! - ela pediu fechando as pernas com mais força em volta dele
- Não vou querida. - ele garantiu abrindo o próprio roupão com o ego masculina inflado.
A partir dai foi tudo muito rápido, em um momento gemidos baixos e investidas lentas e no outro, gemidos altos e investidas rápidas... frenéticas.
- Olhe para mim Lua. - ele pediu sentindo que ela estava chegando no seu limite.
Ela o fez com grande esforço e então lhe veio o orgasmo como um raio, em uma onda de prazer, fazendo seu corpo se desintegrar e ela gritar, apoiando-se nos próprios cotovelos em cima da mesa.
Arthur gemeu sentindo a feminilidade se contrair ao redor do seu membro, e sem deixar de olhar para Lua. Ele a penetrou mais algumas vezes, e então, caiu em queda livre, sentindo a explosão em resposta por todo o seu corpo.
O silencio ficou preenchido apenas com a respiração ofegante dos dois que em nenhum momento haviam deixado de se olhar.
Naquela mesma madrugada, após a respiração de ambos ter normalizado e os corpos se acalmarem, não foi difícil carregar Lua para o quarto de Arthur onde se satisfizeram mais uma vez. Afinal, levá-la era fácil, difícil era mantê-la lá.
Porem, desta vez seria diferente, Arthur prometeu a si mesmo enquanto subia as escadas com elas nos braços gemendo seu nome.
Desta vez, ele tinha um plano.
Lua continuou lutando com as próprias pálpebras, que teimavam em querer ficar fechadas, durante alguns minutos e então a respiração de Arthur ficou controlada e profunda novamente. Olhou-o de solai-o e o viu de olhos fechados, com a expressão tranquila e ao mesmo tempo parecendo preparado para qualquer coisa. Suspirou. “Mais uma vez a cena iria se repetir.” - pensou ela se desvencilhando com cuidado do braço de Arthur que lhe envolvia a cintura.
Seus músculos pareciam tensos mas com malemolência, e Lua se deixou enganar.
Levantou-se devagar, e olhou uma ultima vez para o homem deitado na cama, vestindo apenas cueca.
Respirou fundo, colocando rapidamente a sua camisola e indo até a porta.
Girou a maçaneta, e quanto puxou a porta pra que surgisse um espaço onde pudesse passar a voz de Arthur soou rouca atrás dela:
- Onde esta indo?
Ela fechou os olhos com força respirando fundo novamente.
- Para o meu quarto. - ela respondeu sem se virar.
Pode ouvir o barulho dele se mexendo na cama, mas não olhou... Sabia que se o fizesse, estaria tudo perdido.
- E porque você esta indo para o seu quarto?
“Porque eu não quero me apaixonar mais ainda por você, idiota!”
- Durmo mais a vontade lá. - ela mentiu, agradecida por sua voz soar firme.
- Tudo bem, vou ir dormir com você e … - ela o interrompeu
- Não. - disse rápido de mais... alto de mais... nervoso de mais...
- Porque?
- Não quero q-que deixe o seu conforto por minha causa. - ela disse ainda sem virar e encará-lo.
- E você sabe o que eu quero Lua? - ele disse e ela ouviu passos, indicando que havia se levantado. - Sabe?
- Não. - ela disse abrindo a porta, como se planejando um lugar para que pudesse fugir.
- Eu quero, que você olhe pra mim e pare de mentir. - sua voz indicava o quão bravo estava.
- Não estou mentindo. - ela disse virando para ele e encarando-lhe o peito desnudo – Simplesmente prefiro a minha cama. - ela deu de ombros e virou-se como se fosse sair.
Ele a segurou pelo braço:
- E eu prefiro você. Então pare de mentir e me diga qual o problema, porque sinceramente já estou cansado de dormir com você e acordar sozinho. E é bom você saber que estou começando a cogitar a possibilidade de começar a te amarrar na cama então me responda, porque esta fugindo de mim Lua ?
- Eu não estou. - ela disse rolando os olhos – Só não consigo dormir na sua cama.
- Mas você conseguia antes.
- Não. Nunca dormi realmente na sua cama. - disse balançando a cabeça
Isso era verdade. Haviam compartilhado a cama durante a noite toda somente em Toronto. Depois disso, desde o primeiro dia, ela fugia.
- Tudo bem.. - ele disse depois de uma pequena pausa – Mas não precisa se incomodar com o meu conforto. Tenho certeza que estarei bastante acomodado na sua cama.
Ela ficou em silencio pensando em algo coerente o bastante, ou pelo menos aplausível para dizer. Não encontrou nada...
- Porque esta fazendo isso? - ela perguntou de repente
- Porque temos uma conversa pendente, e não pretendo deixá-la para depois.
- Realmente não sei sobre o que quer conversar... - ela disse dando de ombros
- Ambos sabemos - ele a corrigiu –, que você foge toda noite da minha cama por outro motivo além de conforto. Quero que me diga, qual?
- Arthur, -ela disse brava – o que você espera que eu diga? Que não durmo na sua cama porque tenho nojo de você?
- Isso, ambos também sabemos que você não tem. - ele disse com um sorriso malicioso.
Ela suspirou. Não iria ser idiota a ponto de dizer o que realmente estava sentindo... Até porque fazer isso significava que ela havia aceitado seus sentimentos, e isso estava longe de acontecer.
“ Você tem que manter o foco. Isso é só um acordo profissional. Tudo vai acabar logo e ficar bem.” - ela disse a si mesma, e logo disse com a voz baixa para Arthur:
- Esse casamento não é real. É uma farsa. Armação.
- Eu sei. - ele disse parecendo confuso
- Mas as vezes parece que se esquece desse detalhe. - ela disse ríspida – Não ficaremos casados para sempre Arthur. Nossos meses do contrato já estão acabando... - ele a interrompeu
- Ainda não fechou nem dois meses que estamos juntos. - ele retrucou contrariado – Ainda temos bastante tempo pela frente.
- Não, nós temos quatro meses pela frente, e isso não é muito tempo. - ela também retrucou.
Ele ficou calado por um tempo, até que voltou a perguntar:
- E o que o tempo que vamos ficar juntos interfere no fato de você fugir de mim?
- Não estou fugindo! - ela quase gritou
- Okey, como você quer chamar sair da minha cama todas as noite sem me acordar e sem fazer barulho?
Ela respirou fundo e soltou o ar devagar, tentando arrumar tempo suficiente para pensar.
- Arthur, você esta apaixonado por mim? - ela o encarou nos olhos pela primeira vez – Me ama?
Ele ficou sem reação, tentando entender onde ela queria chegar. O quarto ficou em total silencio enquanto Arthur pensava em uma resposta.
- O que isso quer dizer? - ele perguntou com certo receio
- Não esta apaixonado por mim, - ela respondeu por ele, sorrindo. Um sorriso triste... - esse casamento tem data de validade, nossos dias sob o mesmo teto estão contados, então para que complicar as coisas?
- Eu não sei. - ele disse decidindo ser sincero – Eu apenas... quero você.
Ela sentiu o coração tremer e se encher de esperança. Estaria ele começando a gostar dela? Será que ele estava começando a se apaixonar por ela? Tais ideias fizeram Lua sentir uma emoção tão grande dentro de si, que quase esqueceu qual era o próprio nome.
- Não vou forçá-la. - ele disse depois de um longo suspiro – Se quiser ir, vá. Não sou eu que fujo de você. A decisão não é minha.

Lua abriu a boca para responder e logo voltou a fechá-la. Não se tinha o que responder. Afinal não era exatamente isso que ela queria?
Ela virou-se para a porta e deu um passo na sua direção, e logo outro, e outro, e mais outro, até que se encontrou em seu quarto sozinha. Ele não havia gritado seu nome nem havia lhe agarrado o braço como ela achava que faria. Ele não havia lhe beijado e também não havia tentando convencê-la a permanecer em seu quarto. Não havia nem sequer tentado seduzi-la. A única coisa que ele havia lhe dado era o direito de escolha, e por Deus, ela nunca pensou que não gostasse de tê-lo, até aquele momento.
Ela sentiu um gosto amargo na boca e fechou os olhos com força.
Ela não queria se apaixonar ainda mais por ele e tinha tomado a decisão logicamente certa, então porque seu coração batia tão forte e a náusea lhe embriagava os sentidos? Porque toda aquela angustia e aquele aperto no peito? Suspeitava que nunca na vida havia se sentindo tão doente.
Arthur nunca mais a perdoaria, e ela sabia disso e não temia que não poderia suportá-lo. Céus, o que ele queria era apenas dividir uma cama. O que significava isso pra quem já estava legalmente casado, e com uma aliança no dedo?
Ela suspirou pesadamente e uma parte – para não dizer toda –, de si começou a gritar enlouquecida mente “volte para ele, agora!”
Ela sentiu os olhos se inundarem, afinal, quem estava querendo enganar?
Talvez, - ela começou dizendo a si mesma – talvez se eu continuar com uma distancia aceitável, meus sentimento não me enlouqueçam. Talvez, se eu não me aconchegar em seus braços todas as noites as coisas continuem como estão.
“Volte pra ele, agora!”
Ela ouviu as batidas do coração ecoando em seus ouvidos.
Tudo bem, não era uma coisa difícil. Em realidade era ate fácil de mais.
Em uma onda de adrenalina era abriu a porta de seu quarto e atravessou o corredor quase correndo. Estava a dois passos do quarto de Arthur quando a porta se abriu. Ela paralisou. Ele paralisou.
O olhar de ambos se encontrou e depois de alguns segundo – quando recuperaram o dom da fala – disseram:
- Estava indo no seu quarto. - os dois falaram juntos e logo sentiram-se envergonhados.
Dominada pela coragem e pela adrenalina Lua falou:
- Não quero brigar com você.
Ele deu dois passos acabando com a distancia entre ambos e pegou o delicado rosto dela entre as mãos;
- Eu também não quero brigar com você. - ela fechou os olhos procurando pelo seu autocontrole novamente e quando ele pareceu que iria começar a falar ela colocou um dedo sobre seus lábios e pediu:
- Não... não fala nada, você complica de mais as coisas.
Ele riu quebrando um pouco a tesão.
- Você é um idiota. - ela falou revirando os olhos.
- Porque? - ele quis saber recordando do dia em que se conheceram no estacionamento...
- Porque você ainda não me beijou. Posso saber o que você esta esperando?
O sorriso dele se torou mais largo, e ele tirou uma mão de seu rosto para descê-la ate a sua cintura e a puxá-la mais para perto.
- Nada. - ele sussurrou e então a beijou.
Não demorou até que o beijo muda-se de doce e lento para afoito e sensual.
- Quero que me toque... - ela sussurrou quando ele lhe abandonou a boca e se apoderou de seu pescoço.
- Vou tocá-la. - ele prometeu, com a voz sensual
- Quero lhe tocar... - ela disse com a voz igualmente sensual enquanto passava vagarosamente a língua pela orelha dele.
Ele não pode deixar de rir perante a ousadia dela:
- Desde quando você é tão ousada? - ele perguntou lhe apertando os seios sem muita delicadeza.
- Você não gosta? - ela o provocou esfregando seu corpo no dele, sentindo a ereção entre eles.
- Adoro. - ele disse pressionando o seu quadril no nela para dar ênfase no que dizia – Só estava me perguntando quando aconteceu.
- Você me fez ficar assim. - lhe acariciou o membro com a mão
- Céus, - ele disse voltando a lhe beijar a boca - acho que criei um monstro.
Ela ronronou. Ou teria sido uma risada?
Uma de suas mãos vagou por seus quadris, queimando-a através do fino tecido de sua camisola, que por sinal era a única peça de roupa que ela usava.
Logo voltou a lhe beijar o pescoço, enquanto as mãos iam apertando-a e tocando-a, e já não havia mais espaço entre eles.
Ela sentiu que caía, e logo ambos estavam sobre a cama, sem nem ao menos saber explicar como haviam chegado ali.
A mão de Arthur voltou a tocar-lhe o seio, acariciando-o em círculos.
As caricias se prolongaram até que ambos não restiram e uniram seus corpos, e então a magia começou. O fogo os consumia a cada rebolada de quadris e a cada penetração.
- Oh Arthur... - ela gemeu enquanto cravava os dedos nos ombros dele.
Ele não se importou com a dor... não se importou com nada, somente com aquela mulher que o estava levando novamente as alturas.
- Mais, mais, mais …. - ela pediu e ele compreendeu que ela estava chegando ao ápice.
- Lua. - ele gemeu atendendo o pedido dela.
Ela arqueou ainda mais os quadris enquanto afundava sua cabeça no macio colchão. Céus iria morrer de prazer, disso estava certa.
- Olhe pra mim. - ele pediu com certa dificuldade.
- Não consigo... Oh Arthur! - ela disse se contorcendo de baixo dele.
Arthur não pode deixar de abrir um sorriso de satisfação tipicamente masculino, e então com mais duas estocadas ambos atingiram o ponto máximo juntos.
- Oh. - ela gritou então seu corpo tremia devido a intensidade do orgasmo.
Arthur não emitiu nenhum som, ha não ser o da respiração pesada e ofegante... não conseguia, apenas deixou seu corpo cair sobre o dela.
Quando por fim a respiração se acalmou um pouco ele saiu de cima dela e se deitou ao seu lado.
- Você vai estar aqui quando eu acordar? - ele perguntou com a voz baixa
- Sim. - foi tudo o que ela disse.
Uma única palavra que fez o coração de Arthur saltar tão rápido que ele pensou que ela ouviria as batidas. Tal ideia fez ele olhá-la, mas ela estava de costas, na ponta da cama, encolhida como se precisa de proteção. Afastada o suficiente para dar a entender que o contato dele poderia machucá-la...
Ele suspirou. Pelo menos, ela estava ali. E ainda estaria ali pela manhã. Ele fechou os olhos não se importando com o sorriso bobo que estava estampada em seus lábios.
Ela continuou na beirada da cama, resistindo à vontade de procurar novamente o calor do corpo de Arthur e lhe beijar os lábios.
Não acariciara os cabelos dele, nem os músculos firmes e definidos do peitoral nu. Permaneceria controlada durante todo o tempo. Não permitiria que houve repercussões nem que houvesse fraqueza. Não cairia novamente na armadilha do coração. Continuaria dizendo a si mesma que seu relacionamento com Arthur não passaria de um envolvimento físico. Nele, amor era um sentimento terminantemente proibido.
Lua o estava evitando. A suspeita surgiu várias vezes na mente de Arthur durante os dias – oito dias para ser mais exata - que se seguiram.
Ela continuava dormindo em sua cama todas as noite, e eles continuavam fazendo sexo todas as noite. Mas depois da relação intima ela sempre virava lhe dando as costas e se encolhia. E por mais que ele tivesse tentando uma ou duas vezes abraçá-la, ela sempre dava um jeito de acabar afastando-o.
Especialmente naquela manhã, Lua e Sophia haviam combinado de almoçarem juntas, e os sempre intrometidos Arthur e Micael, logo trataram de se incluir no almoço.
- Lua, eles chegaram. - Arthur gritou indo atender a porta, enquanto ela respondia um “já vou” - apressado.
- Olá Arthur. - Sophia e Micael falaram juntos quando a porta se abriu.
- Olá Mica... Soph. - os olhos de Arthur não puderam deixar de correr para a barriga de Sophia. Afinal, era a primeira vez que a via depois de saber da gravidez.
A loira lhe lançou um olhar desconfiado e entrou na casa, indo direto para a cozinha.
- Sophia. - Lua disse secando as mãos – Como esta a grávida mais linda desse mundo?
- Bem. - ela disse olhando para ver se Micael continuava na sala – Você disse alguma coisa pra Arthur? - ela perguntou logo de cara
- Porque? - Lua ficou na defensiva
- Ele me olhou de um jeito esquisito. - ela deu de ombros e logo sorriu – Estou planejando contar hoje a noite tudo para o Micael.
Lua sorriu animada:
- Serio? - a loira assentiu – E como você acha que ele vai reagir?
- Não sei. Espero que não fique zangado por eu ter levado tanto tempo para contar. - ela disse enrugando o nariz
- Ele vai entender. - Lua a tranquilizou – Agora, me ajude com as saladas.
A loira assentiu lavando as mãos e pegando uma faca:
- E você? - ela quis saber enquanto Lua olhava a carne no forno
- Eu o que?
- Como anda as coisas na cama do Arthur?
A tentativa de piada de Sophia não foi bem sucedida:
- Estão na mesma. - Lua disse dando de ombros
- Não brigaram mais?
- Não. Estamos bastante bem. - ela disse satisfeita
- Isso é ótimo. - a loira disse parecendo realmente feliz
- Hoje esta fazendo dois meses que casamos. - ela disse fechando finalmente o forno e começando a preparar o arroz.
- Parece que foi ontem. - a loira disse terminando com o terceiro tomate. - Andou falando com seus pais?
- Sim. Estão como sempre.
- Você pensa em vê-los antes de terminar o contrato?
- Talvez. Depende de como as coisas vão correr. Falando em contrato, os 500 mil do adiantamento ainda estão em mais da metade. Talvez eu nem precise dos outros quinhentos.
- E se as coisas voltarem a complicar? De onde você vai tirar dinheiro?
Lua ficou quieta. Sophia tinha razão. Não podia se dar ao luxo de negar dinheiro limpo. Bom, dinheiro quase limpo.
- Talvez você tenha razão. - Lua disse suspirando.
- Olha Luh, - Sophia disse largando a faca e o tomate – eu entendo que você não se sinta bem com esse acordo, mas... pense um pouco. Tem muita coisa em jogo.
- Você tem razão Sophia, mas … - Lua foi interrompida pois Micael entrou gritando:
- Lua. - ele entrou gritando na cozinha, e logo foi até ela lhe dando um beijo na bochecha – Cada vez que te vejo, esta ainda mais linda.
- Oh, muito obrigado Sr. Borges – disse entrando na brincadeira -, posso dizer o mesmo de você.
Ele riu do tom da voz dela e logo mostrou-se prestativo:
- Posso ajudar as senhoras em alguma coisa? - disse imitando Lua
- Sim. - Sophia disse jogando o cabelo para o lado – Sumir daqui.
- Adoro a sua sutilidade meu bem. - ele disse lhe dando um beijo estralado na bochecha. Lua riu. - Agora sério, precisam de alguma coisa garotas?
- Não Mica. Sente e converse com Arthur, estamos bem aqui.
- Tudo bem. - ele disse assentindo e saiu da cozinha gritando para Arthur. Não demorou muito para uma música alta começar a ser ouvida.
- Onde nós fomos nos meter? - Sophia gritou falando mais alto que a música, enquanto terminava a salada.
- Você já parou para pensar no quanto nossas vidas mudaram? - Lua respondeu gritando e Sophia assentiu.
- Até ontem éramos duas meninas que estavam aqui apenas para melhorar de vida.
- O mundo realmente da muitas voltas.- continuou Lua – Eu estou casada com o cara que era meu chefe, e você está namorando um advogado... prestes a se casar. - as duas riram em altas gargalhadas.
Animada com as brincadeiras de Lua, Sophia gritou:
- E eu estou grávida. - porem desta vez Lua não riu, apenas arregalou os olhos com aquela legitima expressão de “o que você fez?” - O que foi? - ela disse cochichando e então ela percebeu. - O-h-m-e-u-D-e-u-s! - ela disse pausadamente.
Onde diabos estava a maldita música alta que as estava obrigando a gritar para se comunicar? Quem havia baixado o volume do rádio justo naquele momento?
Tudo aconteceu rápido de mais, e Sophia mal teve tempo de pensar porque além de estar confusa com relação ao sumiço repentino da música a voz de Micael soou em suas costas:
- Você esta grávida?
Sophia virou para encará-lo, mais por impulso do que por vontade própria. Ele tinha os olhos arregalados, a expressão de pânico e estava pálido... muito pálido!

Continua...

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