Logo atrás de Micael vinha Arthur com os olhos arregalados e parecendo tão apavorado e pálido quanto ao amigo.
- Você esta grávida? - Micael repetiu dando um passo em sua direção
- Micael, calma, eu posso … - ele a interrompeu
- Você esta grávida? - ele perguntou pela terceira vez parecendo um idiota
- E-eu … - ela começou a gaguejar
- Quando você ia me contar? - logo acrescentou – Se é que você ia me contar!
- É claro que ia! - Sophia respondeu deixando as primeiras lagrimas escaparem.
- A quanto tempo você sabe? - a voz dele era baixa mas em seu rosto todo o ressentimento estava estampado
- A alguns dias. - ela respondeu sincera. Do que adiantava mentir agora?
- A alguns dias? - ele disse com desdém – E porque acaso nesses alguns dias você não cogitou a hipótese de que eu gostaria de saber?
Micael estava fazendo uma força descomunal para não agarrar a loira pelos braços e sacudi-la até que os dentes batessem tanto que quebrassem e todos ao redor estavam percebendo isso, até mesmo Sophia que finalmente desabou em pranto, chorando e soluçando, enquanto recebia o olhar duro e frio de Micael.
- Olha, - Lua achou melhor intervir - estamos todos nervosos. - disse apertando gentilmente os ombros da amiga, tentando lhe passar força - É melhor nos acalmarmos para não acabarmos dizendo coisas das quais iremos nos arrepender depois. Arthur, porque não leva Micael para tomar alguma coisa enquanto eu faço um chá para Sophia? Toda essa agitação pode não fazer bem ao bebê.
- Claro. - Arthur disse colocando a mão no ombro de Micael, mas ele se esquivou do contato e sua voz era cruel quando perguntou:
- Vocês sabiam? - estava claro que a pergunta havia sido feita diretamente para Lua e Arthur.
Parecendo envergonhado Arthur baixou a cabeça e mirou o chão enquanto Lua continuava encarando Micael.
- Do que eu estou falando... - ele disse esfregando as mãos nos próprios cabelos - … é claro que vocês sabiam. Aposto que a Lua foi a primeira a saber assim como eu fui o último.
- Micael... - Sophia disse entre soluços mas ele mais uma vez tratou de ignorá-la.
- É por isso aquele papo de tirar férias Arthur?
Arthur não ousou balançar a cabeça e provocá-lo ainda mais.
- Estou me sentindo um idiota! - ele disse alterando a voz enquanto Sophia continuava a soluçar – Céus, como não percebi antes? Como não percebi que era esse o motivo da sua indisposição matinal? Do seus enjoos?! Como não percebi isso antes de … de ouvir por acaso a noticia, porque você decidiu que era melhor não me contar! - ele disse em tom acusador.
- Não foi nada disso Micael! - Lua gritou quando viu que Sophia não conseguiria se defender.
- Então o que foi? - ele perguntou sem alterar a voz
- Ela estava com receio. - Lua não quis usar a palavras medo – Não sabia como você ia reagir. Ela esta esperando uma criança não um bicho de estimação. É algo que não se tem volta... é para sempre.
- Eu sei o que é um filho Lua. - ele disse ainda usando do mesmo tom – Eu só queria que ela tivesse me contado ao invés de mim escutar por acaso graças ao rádio. Eu sou o pai, tinha o direito de saber!
Lua ficou quieta. Afinal, quem poderia culpá-lo?
- Vamos acalmarmos todos. - Arthur sugeriu – Porque não seguimos a ideia de Lua?
- Eu acho ótimo. - Lua disse.
Novamente Micael e Sophia ignoraram completamente os amigos:
- Olha, eu sei que você esta bravo e surpreso... - ele a interrompeu
- Eu diria magoado.
- E magoado. - ela concordou secando as lagrimas – Mas eu realmente iria te contar, só estava tentando te preparar e-e me preparar, e e-eu não sabia como falar... - ela falava rápido de mais tropeçando nas palavras - … sinto muito se ficou decepcionado mas... - ele a interrompeu
- Decepcionado? - ele repetiu com desdém – Você acha que eu estou decepcionado por saber que dentro de poucos meses vou ser pai?
Ela preferiu ficar quieta do que falar alguma bobagem.
- Céus, você me tem como um tirano? Um... brutamontes? - ela fitou o chão sem poder mais sustentar o olhar dele – Sophia entenda de um vez, - ele disse entre dentes – o que esta me deixando louco e com vontade de lhe quebrar o pescoço é por você não ter me dito nada! Absolutamente nada.
- Mas a criança... - ela disse voltando a ser interrompida
- A criança é o maior presente que eu podia receber! Um filho, céus, sabe a quanto tempo quero ter filhos? - ele disse com a expressão mais suavizada – Eu estou que não caibo em mim de felicidade . Eu vou ser pai! - ele disse dando o primeiro sorriso, que foi curto mais foi um sorriso – Mas o fato de você não me contar me corroí de ódio por dentro mulher!
Lua tinha a visão embaçada pelas lagrimas contidas e lançou um breve olhar para Arthur, que agora sorria. Ele clareou a garganta e disse:
- Bom, acho que Micael e Sophia tem muito o que conversar agora. Lua o que acha de deixarmos os novos papais a sós?
Micael sacudiu a mão no ar sem deixar de olhar Sophia:
- Nos vamos pra casa. Lá posso matá-la sem testemunhas. - ele disse em um tom serio o bastante para que Lua se arrepiasse.
Quanto Micael por fim se mexeu e saiu pela porta, Sophia virou-se para Lua e sussurrou um “desculpe pela almoço” que foi respondido com “me ligue assim que as coisas se resolverem”. A loira assentiu e apressou o passo para alcançar Micael.
- Sophia esta em perigo? - Lua perguntou a Arthur quando o carro de Micael arrancou
- Conhecendo Micael como conheço... sim. Pode sofrer sérios danos. - ela o encarou com os olhos arregalados e ele continuou – E principalmente ficar mimada pelo tanto de paparico que ele vai lhe dar.
Lua suspirou aliviada. Sem duvidas o almoço havia sido perdido, mas tinham um bom motivo.
E ao final daquela mesma tarde Sophia lhe ligou como o combinado.
- Então, me conte! - Lua pediu sentada na cama, sabendo que estava sendo observada por Arthur que estava deitado. - Vocês se acertaram? Porque parece que esta prestes a chorar?
- Esta tudo certo. - a loira garantiu – Acho que no final ele só estava tão assustado quanto eu e magoado por eu não ter compartilhado logo isso com ele.
Lua lembrou de quando Arthur achará o exame de Sophia e pensará que era dela. Podia-se dizer que havia tomado a mesma atitude de Micael. Ela sorriu.
- Vocês estão bem? - ela disse referente a relação
- Sim, estamos ótimos. Na verdade ele se mostrou bastante contente com a ideia de ter uma criança. Disse que já devemos começar a pensar nos nomes e também disse que a nossa menininha...
- Menininha? - Lua perguntou surpresa.
- Micael disse que pressente que vai ser menina. E que vai ser a cara dele. - Sophia riu junto com Lua.
- Estou tão feliz por você. - Lua disse sentindo a emoção tomar conta de sua voz
- Eu estou feliz. Céus nem eu consigo acreditar, você sabia que ele é um advogado? - Lua voltou a rir enquanto a voz era tremula pela vontade de chorar.
- Ouvi alguns boatos sobre a profissão dele. - ela garantiu secando os olhos.
- Vou desligar Micael esta me chamando.
- Tudo bem, boa noite.
- Ah... Lua?
- Sim?
- Você vai ter que sair comigo para encontrar vestidos. Creio que a noiva e a madrinha não podem vestir qualquer coisa em um casamento certo?
- O que exatamente você quer dizer com isso? - Lua disse sentindo a vontade de chorar crescer
- Vou me casar com Micael.
- Lua? - Arthur gritou largando a maleta no sofá
- Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.
Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.
Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais... Tudo graças a Lua. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Lua. Ele sorriu contente.
- Arthur! - ela gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.
- Hmm?
- Perguntei se você esta bem.
- Estou. - ele respondeu confiante
- Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?
O sorriso dele aumentou.
Ele deu alguns passos terminando com a distancia que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve caricia.
- Você é muito malzinha. - ele disse quando afastou um pouquinho os lábios
- Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento
- Sim. - ele sussurrou prendendo o lábio inferior dele entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.
Arthur soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela encostando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.
- Você me sujou com areia?
- Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos – Isso não é areia.
- Então o que é isso? - ele disse sorrindo de forma ameaçadora
- Um tipo de fertilizante.
- Um tipo de fertilizante? - ele repetiu juntando as sobrancelhas
- Isso.
- Você colocou esterco em mim? - ele perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.
- Sim. De vegetais apodrecidos.
Sim ela era muito malzinha.
- Eu vou contar até dez Lua. Um.... Dois....
Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.
Quando Arthur finalmente gritou o “dez”, ele levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
Lua gritou em meios as gargalhadas enquanto Arthur a jogava sobre a cama e lhe fazia cócegas.
- Chega! - ela gritava enquanto ria – Para!
Arthur, que também ria, afastou-se um pouco dela e foi pego de surpresa quando a Loira esticava as mãos e começava a lhe cutucar as costelas fazendo-o se esquivar:
- Hei! - ele disse em forma de repreensão e lhe agarrou os pulsos, pressionando-os logo em seguida no colchão acima da cabeça dela.
Eles ainda sorriam quando o olhar de ambos se encontrou:
- Sua monstrinha. - ele brincou.
Ambos riram.
- Como você sabia que eu estava debaixo da cama? - o sorriso dele alargou
- Intuição. - ele respondeu – Suspeitava desde o principio que você estava debaixo da cama.
Ela lhe deu um tapa no braço e fingiu indignação:
- Isso foi injusto. - ela protestou - Você sabia onde eu iria me esconder antes de eu ter me escondido.
Ele lhe revidou com um beijo estalado na ponta do nariz:
- Da próxima vez encontre um esconderijo melhor. - ele provocou.
Ela riu e o empurrou com força com as pernas para longe. Ele cambaleou e retrocedeu alguns passos quase caindo, mas foi o suficiente para que ela levanta-se da cama com um pulo e fosse em direção a porta do banheiro.
- Vou tomar banho. Ela anunciou – Toda essa correria com você além de exausta me deixou... suada demais. - ela disse enrugando o nariz de maneira engraçada.
Ele sorriu malicioso e logo tratou de também anunciar:
- Oh sim claro. Me sinto igualmente assim, vou lhe acompanhar no banho.
Ela lhe mostrou a língua e lhe disse animada:
- Negativo. Eu quero realmente tomar banho, por isso se quiser tomar banho também procure outro banheiro da casa.
Ele arregalou os olhos e abriu a boca como se estivesse bastante ofendido:
- Hei, você esta no banheiro do meu quarto.
Ela riu e lhe respondeu já dentro do banheiro;
- Foi você que insistiu para que eu dormisse aqui querido, então o quarto também é meu. - um sorriso brincava em seus lábios e a porta bateu-se com força.
Ele pode ouvir quando ela deu duas voltas com a chave na fechadura da porta.
- Sua terrível monstrinha! - ele gritou divertido enquanto dizia a si mesmo que na primeira oportunidade, iria se livrar daquela maldita chave.
Assim que ela ligou o chuveiro, ele pode ouvir o barulho da água e logo também o murmuro de Lua que cantarolava alguma melodia que ele particularmente desconhecia.
Ele fechou os olhos apenas por um segundo, porem foi tempo o suficiente para ele poder imaginar o corpo nu de Luh sob o jato de água do chuveiro, enquanto esta lhe escorria desde os seios desnudos dotados de mamilos escuros, passando pelas pernas delgadas e … Ele abriu os olhos se sentindo ofegante e com um leve comichão na virilha. Ela realmente era uma monstrinha... A sua monstrinha. Ele abriu um sorriso e achou melhor aceitar a sugestão dela e tomar banho em outro banheiro para poder esperá-la já deitado na confortável cama que agora os dois dividiam.
Lua ficou no banheiro apenas alguns minutos, mas para Arthur que já a esperava deitado na cama com as mãos atrás da cabeça, mais pareceram horas.
Quando ouviu o barulho da chave, anunciando que finalmente estava sendo destrancada, ele olhou em direção a porta esperando ver aquela visão gloriosa de sua esposa vestindo apenas a camisola que lhe ficava a cima das coxas torneadas e era quase transparente, tornando-a ainda mais sexy e provocante. Mas ao contrário disto quando a porta se abriu, o que viu foi uma Lua enrolada em um roupão de algodão. Ela abriu um pequeno sorriso ao vê-lo com os cabelos molhados esperando-a deitado na cama.
- Na cama tão cedo querido? - ele sorriu daquele modo de menino travesso que somente ele tinha.
- Pois é minha querida, - ele respondeu parecendo bastante divertido com a situação – eu acho que esta noite, em especial, vou querer outro tipo de janta... - ele disse insinuante.
Ela riu nervosa e foi em direção a porta do quarto.
- Aonde você vai? - ele perguntou sentando-se na cama
- Ao contrário de você, estou realmente faminta. - ela disse sem deixar de sorrir – Vou comer alguma coisa.
Ele murmurou alguma coisa baixo de mais para que ela ouvi-se e logo ele já estava levantando da cama completamente nu.
- Tudo bem você venceu. - disse ele vestindo seu roupão, também de algodão, que era apenas alguns números maiores que o dela.
Largando o braço despreocupadamente sobre os braços dela, desceram a escada juntos. Quando chegaram à cozinha, Lua foi até a geladeira enquanto Arthur se escorava no ardo da porta.
- O que você vai comer? - disse parecendo falar propositalmente a frase com ambiguidade, mas Lua preferiu ignorar a indireta do comentário.
- Pensei em fazer alguns sanduíches. - ela disse dando de ombros – Sabe como é, pão, queijo, alface, presunto...
Ele esfregou as mãos;
- Ótimo faça logo quatro! - ele pediu
- Quatro? - ela repetiu divertida
- Sim, três pra você e um pra mim. - ela riu e começou a tirar os ingredientes da geladeira sobre o olhar minucioso dele.
- Hei Arthur, porque você não vai ver se tem algum trabalho para fazer em seu escritório? - ela disse já bastante incomodada por estar sendo observado tão meticulosamente por ele.
- Não tenho. - ele deu de ombros fazendo-a bufar.
Alguns segundo no micro-ondas fora o bastante para que o queijo derretesse. Sentando-se na mesa ela apenhou um dos sanduíches e Arthur apanhou outro.
- Não se esqueça que este é o seu único sanduíche. - ela o lembrou quando faltara apenas duas mordidas para ele terminar de comer o pão entre as suas mãos. Ele lhe mostrou a língua divertido. A janta que era mais apropriada para ser chamada de lanche restabeleceu a força de ambos e depois de terminarem com a segunda travessa de sanduíches eles subiram novamente para o quarto.
Arthur foi o primeiro a entrar e o primeiro a deitar, fitando-a com aquele olhar malicioso que parecia lhe despir por completo e lhe atravessar o corpo, incendiando-a.
- Enfim recarregados. - ele disse de bom humor atirando o roupão ao chão voltando a ficar nu.
Lua, em especial naquela noite, parecia-lhe mais encabulada do que de costume. Ele deu duas batidinhas sob o colchão macio ao lado dele e ela soltou uma risadinha abrindo o sinto do roupão e mais uma vez Arthur se surpreendeu. Ela usava uma blusa de poliéster que apesar de bastante simples e sem estampa nenhuma lhe acentuava os seios e a curva da cintura. Porem o seu maior espanto foi ao detectar que ela estava com uma grossa e grande calça de algodão.
Ele olhou-a como se estive-se em frente a um ET, e foi impossível de Lua não rir. Ela deitou-se ao seu lado e a expressão dele continuava a mesma. Quando ela se tapou com as cobertas ele perguntou:
- Porque diabos você esta de calça? - seu tom não parecia mais tão divertido e sim chocado.
Antes que ela responde-se ele soltou uma espécie de gemido e se curvou sobre ela pressionando os seus lábios contra os lábios carnudos e quentes de Lua. Ela abriu os lábios quando sentiu a língua dele exigente traçando uma linha sensual em seu lábio inferior. As mãos dele lhe apertaram gentilmente as nádegas e ela atirou seus braços em torno do pescoço dele aprofundando o beijo. Ele mudou o ângulo do beijo fazendo com que as bocas pudessem se explorar ainda mais, levando-os ao topo da luxuria.
Ele a tocou nos seios por sobre a blusa e sentiu os mamilos se enrijecessem sob a sua palma e ela gemeu baixinho quando ele com o polegar e o indicados apertou os mamilos com força. Já tinham ido longe de mais! - Lua pensou consigo mesma e gentilmente espalmou as mãos sobre o peito nu e musculoso e o afastou.
- O que…? - ele parecia apavorado e ela sentiu a ereção forte e vigorosa dele contra as suas pernas.
- Vamos dormir Arthur. - ela pediu da forma mais doce e meiga que conseguiu.
Ele a encarou perplexo como se ela lhe tivesse pedido algo como vamos assaltar um banco.
- Porque? - ele perguntou quando finalmente sua voz reapareceu ainda rouca de desejo.
Ela o mirou por debaixo dos cílios.
- Estou cansada. Quero apenas dormir. - ela respondeu e logo desviou o olhar.
Apesar do balde de água fria ele ainda sentia o corpo quente de desejo.
Entre aturdido e aborrecido ele voltou a perguntar:
- Porque você quer dormir? Esta tão cansada assim? - ou esta me evitando? ele mordeu a língua para não fazer a última pergunta.
Prontamente ele viu as bochechas delas ficarem vermelhas com o rubor que lhe subiu até as faces.
- Arthur, não podemos apenas dormir?
- Não. - ele disse sincero – Me diga primeiro o que esta acontecendo.
Ela o olhou sentindo as bochechas arderam ainda mais. Porem, de que adiantava mentir? Afinal não podia ser realmente tão humilhante quanto ela pensará... Ou podia?
- Estou naqueles dias Arthur. - sua voz não passou de um sussurro.
Ele a olhou por um momento parecendo estar atrás da verdade.
- Só isso? - ele por fim perguntou.
- O que você achou que fosse? - sua voz parecia surpresa e um sorriso se curvou nos lábios dele.
- Nada. Não pensei em nada. - disse voltando a beijar-lhe os lábios e colando o seu corpo ao dela, de forma que deixava evidente a intensidade do seu desejo.
- Você ouviu alguma coisa do que eu falei? - ela disse entre os beijos.
- Sim. - ele respondeu sem deixar de beijá-la.
- Arthur! - ela ralhou lhe apertando os ombros com força mas, sem empurrá-lo ou afastá-lo – Não!
- Porque não?
- Arthur... eu estou naqueles dias. - ela repetiu pausadamente como se estivesse falando com uma criança.
-Eu sei. Já me disse isso. O que que tem?
Ele pode jurar que a cor do seu rosto quase ficará igual a uma Pimenta.
- Eu não acho que seja... adequado. - ela disse hesitante.
- Tudo bem sua monstrinha. - ele disse suspirando – Você vai me matar um dia mesmo.
Ele riu jogando-se sobre seu travesseiro ao lado dela, e em nenhum momento deixou de encará-la. Ela sorriu e de repente e o rubor começou a desaparecer. Olhando-o de um jeito carinhoso ela agradeceu:
- Obrigada.
- Oh, não me agradeça! - ele disse sorrindo torto – Pode apostar que irei cobrar caro por esses dias de abstinência.
Ela riu e se aproximou mais nele se aconchegando em seus braços enquanto lhe dava um leve beijinho na bochecha. Aturdido pela nova experiência, Arthur fechou os braços retribuindo o abraço enquanto ela afundava a cabeça em seu pescoço e seus braços se aconchegavam para mais perto de Arthur assim como todo o seu corpo feminino
Arthur sentiu a leve respiração dela contra a sua pele e ao longo de todo o seu corpo podia sentir o corpo dela colado ao dele.
Minutos se passaram e ele não ousou se mexer. Ela respirava tranquilamente e logo ele pode se certificar de que ela dormia. Ele sorriu satisfeito. Era a primeira vez que ela realmente dormia em seus braços tão próxima... e carinhosa, e ele, acabou admitindo que aquilo era muito bom. Quase tão bom quanto poder chegar ao ápice do prazer junto dela. Fechou os olhos e dormiu, sem se preocupar com o sorriso bobo em seus lábios.
- Perfeito! - Lua disse dando um beijinho rápido nos lábios de Arthur quando terminou de arrumar a gravata borboleta que ele usava.
- Porque uma pessoa tem que fazer uma festa onde o traje apropriado é smoking? - ele perguntou pela quarta vez – Eu odeio smoking!
- E eu odeio o quanto você reclama de tudo... - ela disse rolando os olhos - … e vamos porque já estamos atrasados.
Ele a seguiu com o cenho franzido enquanto ela se equilibrava nos saltos e descia as escadas.
Assim que Arthur fechou a casa e acionou o alarme de segurança eles entraram no esportivo vermelho.
- Estamos quase chegando. - ele anunciou depois de muitos minutos em silencio.
- Algo que eu precise saber? - ela perguntou retocando o batom
- Acho que nada de mais. - ele disse dando de ombros – Quando você quiser ir embora, me avise, combinado?
- Ahan.. - ela responde passando mais uma pincelada de rímel nos cílios
- Você esta linda. - ele disse quase no mesmo instante que estacionou o carro
- E você parece um pinguim. - ele fez uma careta e ela riu.
Arthur entregou as chaves ao guardador e contornou o carro abrindo a porta de Lua e lhe oferecendo o braço.
Ela sorriu e cuidando a barra do vestido saiu do carro.
- Talvez você esteja só um pouquinho bonito. - ela disse o fazendo rir
- Sou um pouquinho? - ele disse divertido.
Mas ela não teve tempo de responder porque logo o recepcionista lhes falava boa noite e perguntava seus nomes:
- Arthur e Lua Aguiar. - ele respondeu com a voz firme e um calafrio percorreu todo o corpo de Lua.
Será que nunca se acostumaria em ser chamada assim?
- Esta com frio? - ele perguntou olhando para os seus ombros desnudos
- Não. - ela garantiu.
- Senhor e senhora Aguiar, a mesa de vocês é a vinte e sete. - o rapaz anunciou com um sorriso simpático – Tenham uma boa noite.
- Obrigado. - Arthur agradeceu com um de seus sorrisos cordiais.
Apoiada no braço de Arthur, Lua entrou pela grande porta e quase perdeu a respiração.
Uma piscina enorme enfeitada com luzes coloridas dava ao cenário uma expressão luxuosa. Pessoas riram e tomavam champanhe, outras dançavam totalmente descontraídas. Algumas ergueram as taças cumprimentando-os, outras apenas os olharam.
Seguindo Arthur em direção ao salão principal Lua mal pode acreditar no que via. As portas de vidro permitiam que o dourado das paredes parecesse algo terrivelmente precioso.
- Isso tudo é lindo. - ela disse junto ao ouvido de Arthur
- Estamos no salão de festas privadas de um homem e esta entre os mais ricos do mundo. Vamos encontrar todo o tipo de beleza, luxo e conforto que o dinheiro pode comprar. - ele respondeu também em seu ouvido.
Já dentro do salão ela continuava olhando maravilhada para os desenhos esculpidos na parede e para os lustres, que ela tinha quase certeza serem de ouro e carregados de diamantes.
- Ali esta a nossa mesa. - Ele anunciou depois de cumprimentar mais algumas pessoas.
Lua respirou fundo e precisou de toda a sua educação para não fazer uma careta. Na mesa gigante e redonda, reconheceu muitos acionistas da empresa Aguiar, todos acompanhados por suas mulheres, mas o que realmente lhe embrulhou o estomago e a fez bufar foi ver Perola sentada justamente naquela mesa.
Arthur pareceu perceber sua tenção, mas não lhe disse nada. Ainda bem...
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