Páginas

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Amor Por Contrato


         
                34º Capitulo


Lua permaneceu controlada o tempo todo, e não soube dizer quantos minutos ou quantas horas se passaram até a respiração de Arthur se tornar pesada e regular... Ele havia dormido.
Lua respirou fundo, juntando todo o seu autocontrole e toda a sua coragem, fazendo aquilo que passara a fazer todas as noites.
Com movimentos calculados, ela saiu vagarosamente dos braços de Arthur que gemeu e continuou em um sono profundo.
Cuidando para não fazer barulho algum, ela juntou seu roupão do chão e começou a caminhar até a porta.
Estava prestes a sair quando escutou Arthur se mexer. Arregalou os olhos assustada. Céus se ele acordasse estaria tudo perdido!
Virou-se para a cama novamente e engoliu seco aliviada quando constatou que Arthur tinha apenas mudado de posição.
Continuou caminhando em direção a porta silenciosa como uma felina... como uma puma, e ainda sem provocar barulho algum, ela a fechou olhando uma ultima vez para o homem completamente nu deitado na cama.
Céus como tinha vontade de voltar se encaixar naqueles braços e se sentir protegida novamente. Mas não podia. Isso só pioraria a situação ainda mais para ela. Não era tola... sabia que já havia se envolvido mais que os limites permitidos com Arthur, porem mesmo assim não aceitava! Não iria cair na armadilha criada pelo coração.

Caminhando para o seu quarto ela prometeu a ela mesma que não iria chorar. Não iria ser fraca e muito menos ira criar ilusões. Só havia uma coisa em comum entre ela e Arthur, e por coincidência era o que eles mais gostavam de compartilhar: Sexo. Sexo e nada mais. Definitivamente nada mais!
Entrou em seu quarto e ignorou o fato dele estar frio, escuro e sem o Arthur. Colocou seu pijama e deitou-se na cama, cobrindo-se até o queixo com as cobertas e fechando os olhos, como sempre fazia, esperando pacientemente seus nervos e suas emoções se acalmaram e o sono chegar.
Demorou cerca de uma hora para enfim dormir, e quando isso aconteceu, seus sonhos foram sensualmente invadidos por um único homem : Ele.
O dia amanhecer e Arthur acordou-se antes do despertador começar a gritar. Ainda estava bastante cedo e os primeiros raios de mal tinham começado a sair. Ele esticou a mão ainda de olhos fechados, tateando a cama vazia e fria. Abriu os olhos com a testa franzida devido o claridade e soltou um palavrão.
A cama estava vazia... novamente, e ele? Ah, ele já estava começando a se irritar com tudo aquilo.
Sentou-se na cama para se certificar da hora e aproveitou para desativar o despertador, jogando as cobertas para o lado e indo em direção ao banheiro. Ele não conseguiria dormir novamente. Céus como estava bravo!
Tomou banho, fez a barba e escovou os dente, vestiu-se impecavelmente e começou a descer as escadas. Não parou diante a porta do quarto de Lua como sempre fazia. Nem a abriu para ter certeza que ela dormia. Apenas desceu com passos largos e a mandíbula tão apertada que lhe doía os dentes.
Lua acordou cerca de quarenta minutos depois, e quando desceu deu logo de cara com Arthur que terminava de tomar uma xícara de café. Surpreendeu-se já que geralmente ela era que acordava primeiro.
- Caiu da cama? - ela disse zombeteira.
Ele ergueu o olhar para encará-la mas não respondeu limitando-se apenas a beber outro gole de café.
Ele não estava com a cara nada boa, Lua logo percebeu e preferiu não incomodá-lo.
Foi até a geladeira e pegou a jarra de suco servindo um copo bastante exagerado.
- Dormiu bem? - ele perguntou de repente.
Era impressão de Lua ou a voz dele estava carregada de ironia?
- Sim. Dormi muito bem. - mentiu – já nem me dói a cabeça. - ela disse tentando parecer convincente.
Ele fechou ainda mais a cara e continuou quieto. Mal sabia Lua que ele estava quase a ponto de explodir.
Era o momento certo para ele abordar sobre o assunto que tanto lhe incomodava. Era o momento exato para algumas perguntas que precisavam de resposta, porem o orgulho o impediu de falar qualquer coisa para a mulher que fugia de seus braços todas as noites durante a madrugada.
- Tenho certeza que sim. - disse num sussurro que Lua demorou alguns segundos para entender.
- Esta tudo bem? - ela perguntou de repente o fazendo encará-la novamente... foi a gota d`água.
Ele soltou o ar nervoso e com dois goles terminou o café.
- Arthur? - ela insistiu

Antes que fizesse ou falasse alguma besteira ele limitou-se a dizer:
- Estou atrasado para uma reunião. - mentiu pegando a pasta em cima da mesa
- Eu não perguntei se você esta atrasado, eu perguntei se você esta bem...
Ele pareceu não lhe escutar continuando a caminhar até a porta.
Irritada, ela bateu o pé no chão e largou os braços ao lado do corpo:
- Você vai sair sem me responder? - perguntou quase gritando
- Orá Lua você faz isso todos os dias. - ele disse calmo em sua defesa – Se você pode fugir, eu também posso. - ele disse antes de sair batendo a porta com força.
Do que diabos ele estava falando?!, Lua não parava de se perguntar enquanto continuava olhando a porta atônica.
O barulho de um cantar de pneus chegou os seus ouvidos, e logo depois o barulho do motor do carro de Arthur sumiu.
Ele já havia partido.
Lua esfregou a mão nos olhos fechados e as imagens do sonho onde ele era o ator principal lhe invadiram os pensamentos e levando a um mundo distante por alguns segundos. Abrindo os olhos, ela se deparou com o mundo real, totalmente diferente.
Seus olhos correram a cozinha pousando sobre a louça ainda suja da noite anterior lhe trazendo mais imagens a cabeça... dessa vez imagens reais.
Estaria Arthur se referindo ao fato dela fugir de sua cama?
Não, não, ela foi logo tratando de dizer a si mesma, nada de criar ilusões e histórias errôneas, ela se auto advertiu.
Decidiu que precisava ocupar a cabeça, e então pegou o copo de suco e se direcionou até o pequeno jardim improvisado e tratar de suas mudas que estavam cada vez maiores e mais cheias de vida.
O passatempo lhe tomou toda a manhã e boa parte da tarde. Quando se jogou no sofá de olhos fechados e com a roupa ainda suja de arreia, teve a certeza que nunca na sua vida havia sentido tanta falta do trabalho, e o fato de não ter o que fazer durante todas as tarde já a estava cansando.
Horas mais tarde, Lua acordou com as batidas incessantes na porta.
Precisou de alguns segundos pra raciocinar que havia cochilado, e quando pulou para fora do sofá e abriu a porta ainda atordoada deu de cara com Sophia:
- Você ainda não esta pronta? - A loira perguntou arregalando os olhos e a olhando dos pés a cabeça. Continuava com a roupa que havia sujado no jardim e os cabelos estavam bagunçados.
- Pronta? - Ela repetiu confusa
- Sim, Arthur não lhe ligou avisando?- ela disse entrando sem ser convidada


- Avisando sobre o que? - ela disse cada vez mais confusa – Eu acabei cochilando e...
- Ah, esta explica o porque de estar tão devagar. - ela disse rindo
- Do que estamos falando afinal?
- Que vamos sair para jantar! - ela disse eufórica – Eu, você, Arthur e Micael. Por isso trate de subir e se arrumar se não chegaremos atrasadas.
- Vamos comemorar o que? - Lua perguntou agora raciocinando mais depressa
- E desde quando é preciso comemorar alguma coisa para sair para jantar?
Lua ficou em silencio por alguns segundos, assimilando as informações.
- Tem certeza disto?
- Claro que sim! Sou loira mas também não me ofenda! - ela disse divertida, ajeitando a gole do seu vestido curto azul escuro – Anda, vai logo tomar banho que eu te ajudo no resto.
Lua preferiu não protestar, e enquanto tomava banho teve tempo o suficiente para conseguir por as ideias em ordem.
- Porque estamos saindo para jantar? - ela perguntou saindo do banheiro para Sophia que a esperava sentada na cama.
- Não sei. Micael ligou e disse que já tinha combinado tudo com Arthur. Porque essa obsessão com esse jantar posso saber?
- Nada. - ela disse dando de ombros – É que acho que eu e Arthur estamos meio que brigados.
- Quer falar sobre isso? - a loira se ofereceu curiosa
- Não. Prefiro te contar um outro dia.
Não estava nem um pouco a fim de explicar para Sophia porque ela saia de cama dele enquanto o mesmo dormia.
- Tudo bem, mas pode apostar que eu não vou esquecer.
- Eu sei que não vai... Venha me ajude.
Sophia ficou de pé em um pulo e a ajudou com a maquiagem e com os cabelos.
- Que roupa vai usar? - a loira perguntou já abrindo o guarda roupa
- Não sei. Vou deixar você escolher uma.
Lua viu o brilho de animação percorrendo os olhos de Sophia que sorriu e começou a dizer sem parar :
- Bom, já que estão “meio que” brigados, não pode ser um vestido de cores muito alegres se não ele vai pensar que você não esta se importando com o fato de estarem distantes …
- O que você esta falando não tem sentido. - Lua alertou rindo
- … tem que ser um vestido que diga “eu não quero chamar atenção, mas mesmo assim eu sou elegante e delicada” e … Ai meu Deus que perfeito! - ela disse puxando um vestido preto – É lindo, onde comprou?
- Em Toronto. - disse dando de ombros vendo o vestido preto com uma larga fita vermelha abaixo dos seios.
- É lindo, ainda bem que usamos o mesmo número de manequim!
- Mas nós não usamos o mesmo número de manequim. - ela disse arqueando uma sobrancelha
- É mais isso se resolve.. - disse dando de ombros fazendo Lua rir – Você vai ir com esse.
- Mas eu nunca o usei desde que comprei. - tentou argumentar
- Pra tudo se tem uma primeira vez. Você vai com esse e pronto. Vamos, pode começar a vesti-lo.
Lua suspirou decidindo que era mais fácil fazer logo o que Sophia mandava, e quando deu por si já estava pronta colocando os sapatos – também novos que havia comprado junto com o vestido -, descendo as escadas enquanto a loira em sua frente lhe apressava.

Mais quando tiver 3 comentários

by: Stephanie

4 comentários: