Páginas

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mais Que Um Amigo Capitulo 17

                               



POV LUA


Eu sentia uma grande queda por Chay desde o dia em que tinha assistido sua atuação, durante a apresentação dos calouros do Elite Way. Cabelos escuros, olhos castanhos e covinhas nas bochechas, Chay sempre chamava a atenção. Agora era o vocalista principal de uma banda chamada Radio Waves, e todas as garotas de todos os graus eram caidinhas por ele. Nos últimos três anos fomos colegas em várias matérias, porém mal nos falávamos. Uma das razões é que ele namorava Sophia, a bonita líder de torcida que estudava um ano a nossa frente. E, mesmo que estivesse sozinho, uma garota como eu não teria a menor chance. Ele poderia namorar qualquer aluna da escola.

Mel debruçou-se para o meu lado.

- A fofoca é que a Sophia deu o fora no Chay quando ela se formou. E que ele agora está livre.

Procurei manter a calma me lembrando de que não havia chance de Chay vir se interessar por mim. Tudo o que a notícia inesperada de Mel significava era o fato de que eu teria que me acostumar com a idéia de ver o Chay abraçando uma garota diferente a cada dia... mas nunca a mim. Não era isso o que eu queria. Apoiei o queixo sobre uma das mãos.

Mesmo adorando a aula de Redação, fiquei a maior parte do tempo disfarçando umas olhadinhas para o Chay. O fato de ele ter escolhido esta matéria o tornava mais misterioso e atraente. Talvez ele fosse um novo Ernest Hemingway. Suas pernas longas esticadas cortavam o círculo formado pelas cadeiras. Não me lembro nunca de ter achado uma calça jeans tão fascinante.

Depois que a Sra. Heinsonh explicou a estrutura dos poemas haiku, nos deu quinze minutos para escrever um. Tudo o que consegui foi colocar meu nome no alto da folha. Acho que a Sra. Heinsonh percebeu que eu estava distraída e pediu para Jack Bloom ler seu poema para a classe.

Num dado momento Mel me passou um bilhetinho perguntando: "Como vai o Arthur?". Um dia ela tinha tido uma grande queda por ele, mas, se me lembro bem, nunca fez nada em relação ao assunto. Acho que era porque ela sabia das histórias do Arthur com as garotas e não o considerava um bom candidato a namorado. Mel tinha uma teoria esquisita de que nosso destino, meu e de Arthur, seria ficarmos juntos. Cansei de falar que não sairia com ele mesmo que ele fosse o último dos garotos disponíveis na face da Terra, e ela apenas me encarava com um sorrisinho nos lábios.

Nos últimos minutos de aula a Sra. Heinsonh determinou a tarefa para a próxima sexta-feira. Nós teríamos de escolher uma poesia, ler em voz alta na sala e depois explicar seu conteúdo. Mentalmente repassei a lista de meus poemas favoritos, sempre relembrando o que cada um deles significava para mim...

- Me encontre na fila do almoço. – pedi a Mel, enquanto ela saia para aula de cálculo. Ela fez um gesto de cabeça, que concordava, e me voltei, seguindo até o armário.

Ainda tinha mais duas horas de aulas antes de enfrentar aquele ambiente chato do restaurante. Antes que eu saísse, porém, senti alguém pegando em meu braço. Fiquei vermelha imediatamente. Mesmo ele nunca tendo tocado em mim, meu sexto sentido me dizia que, quando me virasse, daria de cara com Chay Suede.

- Oi Lua, como vai? - Seus olhos castanhos eram quentes, e me senti quase desmaiando, como uma donzela dos tempos antigos, ou da Idade Média.

- Ah, bem. Eu estou bem. - Odiei a mim mesma naquele momento. Chay provavelmente era um poeta incrível, e eu acabara de murmurar a resposta mais sem graça do mundo.

Ele se aproximou ainda mais de mim, o que me fez sentir um arrepio. Troquei os livros de braço e procurei parecer descontraída.

- Você me faria um grande favor? Pelos velhos tempos? – perguntou ele.

Posto mais só quando tiver 3 ou mais comentários 

3 comentários: