Páginas

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Amor Por Contrato



                                                                                              16º Capitulo



- Quando você o comprou que eu nem desconfiei ? - ela perguntou curiosa
- Comprei-o no leilão enquanto você ia no banheiro. - ele disse ainda com o mesmo sorriso bobo no rosto.
Ela analisou novamente o vestido, alisando o tecido macio delicioso. Com um súbito peso na consciência, ela largou o vestido na caixa novamente.
- Oh Arthur. - ela disse com certo tom de repreensão
- O que foi ? Não gostou ? - ele perguntou serio de repente franzindo o cenho.
- É lindo. - ela disse com a voz doce de sempre
- Então … ? - ele fez menção para que ela continuasse
- Eu não posso aceitar. - ela disse balançando a cabeça negativamente – Definitivamente não posso.
- Porque ? Ele deu dois passos ficando mais perto dela – Achei que tivesse gostado.
- E eu gostei. - ela disse depressa não o olhando nos olhos – Mas você deve ter pago uma fortuna por ele, como em todas as coisas que tinha naquele leilão.
- Não ligue. Comprei porque quis e quero que fique com ele. - ele disse lhe segurando o queixo e forçando a encará-lo.
Bastou um olhar para Lua esquecer sobre o que estava falando, e quase se jogar em cima do corpo másculo coberto apenas por uma calça de algodão e uma camiseta branca de poliéster.
Respirando fundo e tentado com dificuldade lembrar do que estavam falando, ela disse decidida :
- Realmente não posso aceitar. Você já gastou de mais comigo. Não me sinto bem sabendo que você esta gastando tanto dinheiro assim comigo. - ela reclamou
- Dinheiro não é problema. - um sorriso brincalhão se formou nos lábios sensuais – E outra, minha mulher merece ser paparicada.
- Arthur, isso não é um casamento de verdade, é a imitação superficial de um. - ela o lembrou
- Eu sei. - ele garantiu – Mas isso não muda o prazer que sinto te vendo tão feliz, e com esses olhos grandes e brilhantes cheio de carinho como estão agora. - ele disse serio
- Pare de me deixar envergonhada. - ela ralhou lhe dando um tapa no braço
- Pois não fique. - ele pediu – O vestido é seu. E já esta pago desde o momento em que você sorriu ao ver ele.
Pegando-a de surpresa ele deu um rápido beijinho na testa em sinal de carinho e saiu, deixando-a completamente muda e quase tendo um ataque cardíaco de tão rápido que seu coração batia.
Agradeceu por ninguém além de si mesma poder ouvir as batidas frenéticas de seu coração.
Ela instintivamente suspirou levando a mão ao peito.
Olhou na direção da escada para ter certeza de que Arthur não a estava observando e esfregou os olhos se sentando no sofá.
O que diabos aquele homem estava fazendo em sua cabeça que ela já não conseguia nem raciocinar direto perto dele ?
Porem tinha que admitir que o vestido era lindo. E deveria ter sido caro …
Ela sacudiu os cabelos com os dedos enquanto pensava, em qual tipo de homem pagava 1 milhão por casamento de “mentirinha”, e ainda ficava comprando vestidos caros para a “esposa”.
Ou era um homem louco, ou um homem tão rico que não sabia o que fazer com o dinheiro.
Ou talvez os dois …. ela acabou admitindo.
- Ai Arthur, eu te odeio. - ela sussurrou rindo.
A casa estava em completo silencio, e Arthur dormia profundamente até que um grito agudo o fez despertar.
Ainda confuso com o sonho e a realidade ele esperou mais um momento em silencio aguardando ouvir seu nome novamente.
- Arthur ! - um novo grito surgiu
Com rapidez surpreendente, ele logo identificou a voz de Lua, e mesmo sem ainda se decidir entre o sonho e o real ele deu um pulo da cama e saiu correndo em direção ao quarto dela, tomado pela adrenalina.
Antes que ela pudesse pronunciar outro grito ele abriu a porta do quarto com posição defensiva parecendo disposto a lutar com qualquer um que fosse o intruso.
Com o coração acelerado ele focou os olhos em Lua que se contorcia na cama :
- O que … ? - ele se interrompeu confuso
Com o rosto pálido e com a expressão de dor ela disse baixo :
- Cãibras …
Arthur demorou alguns segundo até assimilar o pedido de ajuda, e assim que ela gemeu com a cabeça enterrada no travesseiro com dor ele caminhou em passos rápidos até ela puxando lençol, até que este caísse no chão.
Ela gritou quando ele encostou na sua perna esquerda, na região da panturrilha.
- Calma. - ele pediu lhe agarrando a perna com força e começando a massageá-la.
Lua gritou mais uma vez contra o travesseiro, e mesmo com seus protestos Arthur continuou lhe massageando para ajudar com a circulação.
Após alguns minutos agonizantes, a dor começou a diminuir fazendo o músculo ficar mais relaxado e a circulação voltar.
Quando ela gemeu aliviada Arthur a encarou :
- Passou ? - ele perguntou sem deixar de massageá-la
- Sim. Obrigada. - ela sorriu agradecida – Desculpe lhe acordar a esta hora.
- Você deveria se desculpa por quase me fazer ter um enfarte. - ele disse parando de lhe massagear a perna, e ficando de pé – já imaginou eu tendo um enfarte e você aqui deitada com cãibras ? - ele disse com um certo humor negro
- Não seria nada legal. - ela admitiu suspirando
- Vamos ? - ele lhe convidou
- Vamos aonde ? - ela perguntou confusa
- Vamos até a cozinha comer alguma coisa. - ele explicou
- Arthur, são cinco e meia da manhã. - ela disse após consultar o relógio – É muito … tarde, ou cedo não sei – ela disse confusa – para comer.
- É muito … tarde, ou cedo não sei – ele a imitou – para acordar alguém gritando enquanto esta quase morrendo de dor.
- Mesmo assim … - ele a interrompeu
- Você comeu alguma coisa com bastante potássio hoje Lua ? - ele perguntou serio o bastante para que ela continuasse quieta – Oh, é claro que não, porque você passou o dia todo cuidando do seu jardim e mal comeu.
- Mais … - ela tentou argumentar
- Mais nada, vamos.
Sem mais perda de tempo ele caminhou até a cama e a pegou nos braços.
- Arthur ! - ela reclamou – Me largue agora !
- Fique quieta. - ele disse parecendo bastante divertido com a situação
- Me largue ou … - ele a interrompeu
- Ou o que Lua, minha querida ? - ele a desafiou

Um comentário: