Amor Por Contrato

                                                                                              13º Capitulo

Ela quase gargalhou na frente de todos. Meu Amor ? Arthur era mesmo um bom ator.
- Vamos. - ela disse aceitando sua mão.
Assim que seu pé direito tocou o chão, a adrenalina liberada em seu corpo foi tamanha que ela apertou mais a mão de Arthur buscando por reforço. E encontrou, porque diante ao aperto exagerado recebeu um discreto porem carinhoso beijo na mão.
O olhar deles se encontraram e Lua corou terrivelmente enquanto ele lhe dava uma leve piscadela sorrindo.
- Boa Noite Sr. e Senhora Aguiar. - os três rapazes disseram ao mesmo tempo.
- Boa Noite. - Arthur respondeu com a voz calma enquanto atirava a chave do automóvel no ar.
O chofer a pegou no ar sem maior dificuldade, enquanto os outros dois recepcionistas sorriam simpáticos.
- Pronta ? - Arthur perguntou baixo o suficiente para que só ela ouvisse
- Posso correr e me esconder ? - ela perguntou sorrindo.
- Não. - ele respondeu parecendo se divertir com tudo aquilo.
Um dos recepcionistas abriu a porta, e Arthur largou a mão de Lua para segurá-la pela cintura.
Lua pensou em recuar o gesto, mas antes que o fizesse lembrou-se de que eram casados;
Oh! Que grande confusão havia se metido afinal ? …
- Apenas sorria. - Arthur pediu quando passaram pela larga porta chamando atenção de algumas pessoas.
Lua ficou maravilhada. O estilo rústico só deixava a casa mais elegante e mais bonita do que por fora.
Casais dançavam em uma parte mais retirada da gigantesca sala de estar, e outros conversavam animadamente espalhados enquanto os garçons lhe serviam bebidas das mais variadas.
- Vejam quem trouxe um anjo. - um homem velho brincou – Arthur. - ele disse lhe estando a mão
- Leon. - Arthur disse sem tirar a mão da cintura de Lua.

- Senhorita …. ?
- Lua. - ela disse com voz clara
- Senhorita Lua, é um prazer muito grande conhecê-la. - o homem disse simpático, e com uma rápida olhada em seu corpo, acrescentou – Agora entendo como conseguiu enforcar esse aqui. - ele disse brincalhão lhe beijando gentilmente a mão
Arthur sorriu mais abertamente e o homem continuou : - É sempre um prazer revelo Aguiar.
- Igualmente Leon. Agora se me permite, vou cumprimentar os demais.
- Oh! Claro, nos vemos por ai. - ele disse com um leve aceno na cabeça.
Atravessando mais uma pequena multidão sob os olhares maliciosos dos homens em cima de Lua e das mulheres em cima de Arthur, cumprimentaram mais algumas dezenas pessoas até que Arthur parou o garçom pegando duas taças e entregando uma a Lua.
- A sua simpatia querida - ele ofereceu um brinde -, que conquistou a todos essa noite. Alem da beleza é claro. - ele acrescentou correndo o olhar rapidamente pelo seu corpo.
- A cada bobagem que você fala. - ela disse tentando não sorrir.
As taças se tocaram fazendo um leve barulho, e ambos tomaram um gole bastante grande.
- Sabe, até que não foi tão difícil. - ela disse orgulhosa – Achei que teria milhares de mulheres frustradas tentando me matar. - ela disse bem humorada.
- Não elogie tão cedo. - ele disse com ar zombeteiro ao ver a loira com um vestido quase transparente se aproximar.
- Por .. - Lua foi interrompida antes de terminar de falar
- Ora, vejam só se não é a tão misteriosa esposa de Arthur Aguiar
Arthur e Lua se viraram ao mesmo tempo na direção da voz.
- Fuzz. - ele disse forçando um sorriso.
Onde Lua já havia ouvido este nome ?
- Arthur. - ela disse derretida – Achou que eu não estaria aqui ? - ela perguntou bebericando sua bebida.
Era impressão de Lua ou a mulher perguntou aquilo com duplo sentido ?
- Não. Na verdade nem pensei nesta possibilidade. - o olhar de Arthur a desencorajou de continuar – Permita-me apresentar minha esposa. - ele disse abraçando Lua pela cintura- Lua, essa é .. - a loira metia o interrompeu
- Fuzz, a secretaria que você ocupou o lugar por pouco .. tempo. - ela disse irônica – Talvez agora eu possa ocupar o seu lugar.
Definitivamente ela estava usando as palavras para um duplo sentido, e Lua pensou o pior.

Antes que Arthur conseguisse falar alguma coisa, Lua deu uma risadinha e disse com voz angelical :

- Se você quiser ocupar a vaga na empresa, ela é toda sua. Boa Sorte. - disse sorrindo sem se deixar intimidar – Afinal, agora meu lugar ao lado do meu marido, como esposa.

Deixando claro a indireta que ninguém tomaria seu lugar, Lua ficou satisfeita com o sorriso falso da loira que diminuiu.

- Meu amor, veja as apresentações vão começar. - Arthur disse sorrindo – Se nos der licença Fuzz, queremos pegar um bom lugar. Boa Noite. - ele anunciou antes de virar as costas e sair, ainda abraçado à cintura de Lua.

Ela sequer olhou para trás para ver que cara a vadia estava fazendo.

Realmente tinha elogiado muito cedo.

Enquanto caminhavam entre as pessoas, percebeu o olhar bravo de Sr. James, que bebericava um wisky, em Arthur que parecia ou não notar ou não dar importância a tal afronta. Foi ai que então ela juntou os pontos..

Fuzz foi a secretaria de Arthur antes dela, automaticamente a secretaria em que James tinha se referido no dia em que Arthur lhe quebrou o nariz. Lembrava com perfeição de cada palavras que ele havia usado :

“Não basta você se aventurar fora da empresa agora quer começar a trazer suas, suas … aventuras para cá ? E você se cuide, não é a toa que ele contratou uma moça tão bonita assim, sem ter segundas intenções. A ultima secretária dormiu com ele e foi despedida depois que ele se cansou dela. Se cuide.”

Na verdade isso não a surpreendia, afinal, era mais fácil perguntar quem nunca havia transado com ele do que perguntar quantas já foram a loucura em suas mãos.

- Aqui é um bom lugar. - ele disse apontando para a mesa com cinco lugares, bem arrumada – Por favor. - ele disse puxando a cadeira para que ela sentasse.

Forçando um pequeno sorriso ela se sentou, e logo ficou seria.

- Espero que não tenha ficado brava. - ele sussurrou em seu ouvido

- Não fiquei. - ela disse calma

- Não é o que parece. - ele rebateu a encarando – Não deixe que isso lhe aborreça. Fuzz é uma … - ela o interrompeu

- Vadia.

- Eu ia dizer uma menina fácil demais e superficial, mas vadia também serve. - Ela permaneceu seria – Ora Luh, estamos tão bem... 

- E nós continuamos bem Arthur. - ela garantiu – Só fique sabendo que eu não levo desaforo para casa. Portanto ela que não venha tentar me fazer passar por esposa idiota novamente. - ela alertou falando bastante sério

- Ela não vai. - ele se garantiu – E se o fizer prometo colocá-la no seu devido lugar.

- Não prometa nada. - ela disse ajeitando a franja.

- Eu não quero brigar com você. - ele disse

- Nem eu com você, por isso vamos mudar de assunto. - ela pediu.

Arthur suspirou, e se não fosse Leon e sua família caminhando na direção da mesa deles, a conversa com certeza iria continuar.

- Importam-se ? - Leon perguntou indicando as cadeiras

- Será um honra. - Arthur disse sorrindo.

- Deixe-me apresenta-los. - O velho disse – Esta é minha esposa Lara, e meu filho Jonas. - o menino de no máximo 10 anos sorriu e a mulher não tão velha como o marido inclinou-se para cumprimenta-los

- É um prazer. - ela disse simpática

- O prazer é nosso. - Lua disse sorrindo

Os novos amigos se sentaram a mesa,e a partir dali uma conversa animada começou a surgir.

- Então Lua, de onde você é ? - A certa altura da conversar Lara perguntou

- Do interior. - ela disse com certo receio.

- Oh, é mesmo ? - Leon pareceu interessado – E que tipo de negócios sua família tem por lá ?

- Ann, meu pai é meio que um agricultor. - ela disse tímida.

- Oh, - Leon disse parecendo realmente interessado – isso é uma maravilha. Meu sonho é me aposentar e me esconder em uma fazenda.

- Eu não vou. - o menino anunciou torcendo o nariz – Não vou ter com quem jogar bola.

Todos riram da preocupação do menino.

- Vejam, o leilão vai começar. - Lara anunciou ansiosa.

Uma mulher magra e extremamente alta, pediu a atenção de todos, que muito educados atenderam gentilmente ao pedido.

Após um breve discurso e uma extensa apresentação de slides, mostrando varias instituições beneficentes que precisavam de ajuda, a mulher iniciou o leilão.

A primeira peça a ser leiloada foi um vaso que datava o inicio do seculo XVI.

Discretamente, Arthur passou os braços sobre os ombros de Lua, e a trouxe mais para perto, perguntando baixo em seu ouvido :

- O que achou ? - ele parecia divertido ao ver a expressão dela.

- Estão mesmo oferecendo 50 mil reais por aquela coisa amarela e feia ?

Ele riu.

A mulher contou até três e então os lances acabaram. Anunciando o “ganhador” passou para a próxima antiguidade.

Um quadro autentico de Monet, onde varias cores formavam uma paisagem. O lance para o quadro foi muito – muito mesmo - superior ao do vaso.

Os lances foram ficando cada vez mais altos, e então para o delírio das mulheres presentes, o primeiro vestido apareceu.

Suspiros tomaram conta do grande salão quando o vestido vermelho sangue foi anunciado com o lance inicial de 600 mil reais.

Dulce arregalou os olhos chocada.

- Gostou ? - Arthur parecia prestes a dar um lanche

- Não. - admitiu – Ele se parece que alguém muito cruel decidiu derramar sangue em um pavão e e chamá-lo de vestido.

Arthur gargalhou. Nunca na vida tinha se divertido em um leilão. Essa era a primeira vez.

E por mais que não quisesse admitir ele sabia o nome do motivo.

Lua Maria Blanco

- Onde fica o banheiro aqui ? - ela perguntou discretamente

- Esta se sentindo bem ?

- Sim. Só preciso fazer xixi urgentemente. - ela disse bastante rápido

Com uma rápida olhadela no salão, ele disse :

- Acho que é no final daquele corredor. - ele disse apontando

- Tudo bem. - ela disse se desvencilhando do seu braço e levantando

- Quer que eu lhe acompanhe ? - ele perguntou sorrindo malicioso

Ela o respondeu com um olhar diabólico enquanto saia apressada.

Um novo vestido foi anunciado.

Este por sua vez era branco, terminava na altura dos joelhos, e tinha as alças transpassadas.

Arthur se pegou imaginando Lua dentro dele, e gostou de tal imagem.

- Quem da mais ? - a mulher alta e magra perguntou pronta para fechar o lance

- Eu pago o dobro. - ele disse alto estendo a mão para cima.