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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Amor Por Contrato


                                                                                              19º Capitulo



Terminando o mais rápido possível o tinha pra fazer, Lua começou a subir as escadas, passando pelo seu próprio quarto e parando em frente ao de Arthur.
A porta estava entreaberta, como ele sempre deixava, e deitando na cama, coberto pelo lençol, se encontrava Arthur de olhos fechados.
- Esta dormindo ? - ela sussurrou sem entrar
- E perder a sua massagem ? - ele disse sorrindo sem ainda abrir os olhos, e com as mãos atras da cabeça – Nunca.
Ela sorriu e entrou, prestando atenção nas roupas espalhadas pelo chão.
- Que nojeira. - ela disse torcendo o nariz e chutando com o pé a camisa que ele acabara de tirar.
- Você tem óleo ?
Ele abriu os olhos pela primeira vez e a encarou :
- Não. Tem algum problema ?
- Não, espere, vou buscar um dos meus. - ela anunciou saindo correndo pela porta.
Ele pode ouvir a porta do quarto dela abrir-se, e logo depois fechar-se.
Ela entrou com um sorriso zombeteiro :
- Espero que não fique aborrecido por ficar cheirando a flores. - ela sacudiu o vidro com o óleo – Foi o único que eu achei.
- Não tem problema. - ele garantiu voltando a fechar os olhos.
- Vire-se. - ela mandou, e sem argumentar ele o fez.
O lençol desceu um pouco mostrando a parte branca e desnuda de uma de suas nádegas, e ela instintivamente ficou com a boca seca e com o coração acelerado.
“Ele esta pelado!” - foi a única frase coerente que ela conseguiu montar em sua cabeça naquele momento.
Ela não sabe se passaram horas, minutos ou apenas milésimos, porem Arthur a chamou :
- Lua ? Vai começar hoje ou amanhã ? - ele disse em um tom de brincadeira.
- Porque você não coloca uma bermuda ? - ela questionou quase que automático.
Ele riu antes de responder.
- Porque eu durmo nu. Algum problema ? Você acha que não conseguir se concentrar ou algo assim ? - ele disse levantando vagarosamente a cabeça para encará-la. Orgulhosa ela respondeu ficando corada :
- Orá, deixe de ser convencido. - ela ralhou revirando os olhos
Ele riu voltando a enterrar a cabeça no travesseiro.
- Você esta corando. - ele comentou – Faz tempo que eu não lhe via corar. Estava com saudades.
- Argh !. - ela disse sorrindo – Você sempre leva tudo na brincadeira.
Como já era de costume, o silencio reinou sobre eles, e ela tratou e se concentrar no que deveria fazer.
A massagem. Somente a massagem.
Fazendo a volta na cama, ela parou diante dele e corando ainda mais, puxou a lençol para cima novamente, tapando a parte desnuda.
Ele riu novamente, e ela tentou o ignorar.
“Você tem que manter o foco. Isso é só um acordo profissional. Tudo vai acabar logo e ficar bem.” - ela repetiu para si mesma.
Espalhou um pouco de óleo nas mãos e as esfregou. Logo depois derramou um pouco nas costas largas de Arthur que disse um “Ei, isso esta frio!”.
Seu coração começou a bater enlouquecida mente acelerado, e ela respirou fundo sem poder mais adiar o contato com a pele morena do homem mais atraente que já vira.
Ainda com certo receio, ela começou a massageá-lo.
Começando pelos ombros, nuca e descendo vagarosamente pela extensão da coluna, os polegares pressionando os pontos mais tensos.
Arthur não podia estar melhor. As mãos de Lua eram delicadas porem firmes e precisas, parecendo adivinhar os pontos certos.
- Onde você aprendeu a fazer isso ? - ele perguntou com a voz abafada
- A massagem ? - ela forçou um sorriso – Minha mãe tem bastante dores nas costas. Aprendi na pratica. - ela disse dando de ombros
- Se eu soubesse dessa sua habilidade antes de nos casarmos, colocaria no contrato a clausula onde lhe obrigava a me fazer massagem sempre que eu pedisse.
- É só pedir. - ela garantiu depois de uma curta risadinha
- Tem certeza ? - ele perguntou erguendo a cabeça para encará-la
- Sim. - ela garantiu sem encará-lo.
Era mais seguro ficar longe daqueles olhos sedutores …
- Vou começar a pedir então. - ele disse sorrindo antes de voltar a abaixar a cabeça
- Como esta o seu jardim ? - ele perguntou parecendo interessado, após um minutos em silencio
- Esta ótimo. As flores estão cada vez mais bonitas. - ela disse orgulhosa.
- Sabe Luh, aquela vez das flores, realmente me desculpe. Não era minha intenção brigar com você.
- Vamos mudar de assunto. - ela pediu se sentindo incomodada enquanto lhe massageava os braços
- Não, eu realmente sinto muito. - ele garantiu – Por alguém motivo, desde o enterro dos meus pais flores me fazem lembrar deles – ela ficou quieta, sem ter o que dizer - , e quando eu cheguei foi confuso, tinha flores para todos os lados e tinha você lá. Eu havia me esquecido desse tipo de coisa.
- De que tipo de coisa ? - ela perguntou curiosa
- Eu acho que esqueci de como é ter uma família sabe .. ? Alguém que te espera para jantar todos os dias. Me esqueci de como isso é bom.

Ela engoliu seco enquanto sentia seus olhos se encherem d`água, e a vontade de chorar lhe invadir.

Ela não sabia que ele sentia tanta falta assim da família, e a repentina confissão a pegou de surpresa.
Arthur havia deixado claro que queria uma família, porem ao invés disso ele estava casado com uma mulher que ele pouco conhecia e que tão pouco amava.
Que tipo de pessoa afinal ela havia se tornado ? Alem de se casar apenas pelo dinheiro ainda criava ilusões nele … e em si mesma.
- Ai. - ele reclamou quando ela lhe apertou com força os ombros.
- Desculpe. - ela sussurrou com a voz semi cortada
Ele rapidamente ergueu a cabeça para encará-la, e seu coração se acelerou - O que houve ? - ele quis saber – Eu disse algo errado ? Porque esta chorando ?
A Loira secou os olhos rapidamente com as “costas” das mãos, antes que estes transbordassem e foi logo falando ;
- Eu não estou chorando. - disse limpando a garganta e tentando sorrir – E não se preocupe, você não disse nada de mais. Me deixe terminar a massagem. - ela pediu
- Tem certeza que esta bem ? - ela assentiu depressa.
- Agora relaxe Arthur, do contrario não poderei te ajudar. - ele disse com a voz mais firme.
Contrariado, Arthur voltou a deitar a cabeça sobre o travesseiro, enquanto as pequenas mãos voltavam a lhe apertar gentilmente.
Lua era mesmo uma figura. - pensou ele consigo mesmo.
As pequenas mãos continuaram a massagem, e ele suspirando agradecia pelas dores que começavam a passar.
Ela colocou mais óleo em suas costas, e o conteúdo gelado fez com que ele se arrepiasse sob a palma da mão dela.
- Então … onde você foi com a Sophia aquele dia ?
Ele não a estava olhando, mas tinha certeza que ela estava sorrindo.
E estava mesmo.
- Com ciúmes ? - ela provocou
- Curioso. - ele a corrigiu
- A curiosidade matou o gato.
- Você esta me chamando de gato, ou apenas dizendo um ditado popular ?
Ela soltou uma pequena risadinha.
- Os dois … talvez.- ela acrescentou pausadamente
O sorriso dele cresceu.
Ela era tão espontânea, que era impossível adivinhar o que viria depois.
- Oown … - ele gemeu aliviado quando ela lhe massageou os ombros novamente – você é boa nisso … é realmente boa.
Ela não respondeu, estava prestando atenção de mais em um pequeno pedaço de papel em cima da mesinha de Arthur, que por coincidência estava ao lado do frasco de óleo.
- Quem tem a voz aguda de mais ? - ela perguntou parecendo brava
- Que ? - ele perguntou sem levantar a cabeça
- Presunçosa ? - ela disse atônica parando a massagem de repente
- Do que você .. ? - ele se interrompeu de falar para erguer a cabeça e fitá-la.
Ela olhava com uma mistura de brava e curiosa para “a lista“. Ele riu e se explicou antes que ela realmente ficasse brava.
- Eu sempre faço uma lista das qualidades de meus funcionários quando os contratos. - ele esclareceu
- E posso saber de quem é essa lista ? - ela perguntou parecendo aceitar
- Da Perola. - admitiu
Não tinha motivos para mentir... Pelos menos não para Lua.
Parecendo satisfeita e a ponto de rir ela deu de ombros.
- Huun … - disse tentado não demonstrar interesse – Vire-se. - ela mandou
Sem pestaneja Arthur o fez, ficando, agora, de barriga para cima e colocando novamente as mãos atrás da cabeça.
Pegando novamente o frasco de óleo, ela despejou um pouco sobre o peito de Arthur, que pelo menos agora não havia deixado descoberto suas partes intimas.
- E então … - ela o imitou – eu tenho uma dessas? - ela perguntou antes de espalhar o óleo pelo definido abdome.
- Uma dessas oque ? - ele perguntou bobo hipnotizado pelo contato e pelos olhos grandes e brilhantes que o encaravam.
- Você sabe. - ela sorriu sedutora – Uma lista. Afinal, já fui sua funcionaria.

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