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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Amor Por Contrato



                                                                                              23º Capitulo


- Ei querida, chegamos. - dizia-lhe uma voz masculina, lhe beijando a bochecha.
Havia dormido.
Precisou de cinco segundos para realmente raciocinar e abrir os olhos.
-Oh, o que esta fazendo ? - ela perguntou se endireitando no acento enquanto ele lhe dava outro beijinho na bochecha
- Estou acordando minha esposa como ela merece. - ele disse parecendo achar divertido
- Eu já acordei. - ela disse totalmente envergonhada, alisando os cabelos quando ele ameaçou beijá-la de novo. Ele apenas riu.
- Vamos ? Ainda temos que pegar nossas malas.
Ela assentiu sem ao menos ouvir o que ele tinha dito.
Ainda custava a acreditar que dormirá tanto.
- Eu dormi o voo inteirinho ? - ela perguntou baixinho
- Sim, - ele riu – nem a turbulência que passamos lhe acordou.
- Tivemos uma turbulência ? - ela perguntou atônica e visivelmente nervosa
- Sim. Talvez tenha sido bom você dormir. Não adiantaria muito ficar apavorada.
- Eu estava mesmo com sono … - ela disse ainda mais baixo - …, desculpe
- Eu disse para você dormir. - ele disse enquanto saiam do avião – E foi até bom, descobri coisas … interessantes.
- Tipo ? - ela perguntou com súbito interesse o seguindo pelo saguão do aeroporto
- Que você faz biquinho quando dorme. - ele disse fazendo seu sorriso alargar-se mais
- Não faço não. - ela rebateu lhe dando um tapa no ombro
- Ah, faz sim. - ele disse parando em sua frente – É irresistível te olhar dormindo e não te beijar. - disse de repente em tom sedutor
- Pare com isso, estamos bem no meio de um aeroporto. - ela Falou, porem sua ordem pareceu descrente ate mesmo para os seus próprios ouvidos.
Arthur pareceu notar, pois riu e a abraçou mediante aos protestos.
- Já lembrou de que dia é hoje ? - ele perguntou em seu ouvido
- Não. - ela admitiu arrepiada – Quando você vai me falar ?
Ele sorriu e entrelaçou seus dedos com o dela, voltando a caminhar.
- Quem sabe mais tarde. - ele disse sorrindo, e algo na voz dele soou como uma armadilha para Lua.
Saindo da parte coberta do aeroporto eles finalmente se dirigiam ao carro que os esperava no estacionamento, já com as malas.
Com um sorriso gentil o motorista se apresentou brevemente e se prontificou em guardar as malas enquanto Arthur e Lua entravam no carro.

Assim que o motorista ligou o motor e arrancou o olhar de Lua ficou hipnotizado e maravilhado quando ao passar pelas ruas canadenses, notou como tudo era bonito sofisticado.
Por fim, alguns minutos depois o tour terminou, e eles estacionaram em frente ao hotel luxuoso que estampava cinco estrelas ao lado do nome em inglês.
- Nossa, que coisa linda. - ela disse ao descer do carro com a ajuda de Arthur
Ele apertou gentilmente sua mão e a puxou gentilmente pela cintura fazendo seus lábios se encostarem brevemente.
O beijo roubado deixara Lua em alerta, e foi quando ela pensou em xingar-lhe que ele disse olhando em seus olhos ;
- Bem vinda a Toronto Lua Aguiar, minha esposa. - disse com um tom malicioso.
Todo o corpo de Lua lhe mandava avisos de perigo, mas ela decidiu ignorá-los, caminhando de mãos dadas com Arthur até a recepção do hotel :
- Boa noite. - o recepcionista foi logo falando atencioso – No que posso ajudá-los ?
- Temos uma reserva no nome de Arthur Aguiar.
O recepcionista sorriu e verificou no computador :
- Oh, sim, aqui esta um quarto em seu nome sr. Aguiar - disse quando o nome de Arthur apareceu na tela – Aqui esta sua chave - disse lhe alcançando-a – Espero que aproveitem a nossa suíte. - ele disse com um sorriso maroto
Um quarto ?! Lua arregalou os olhos, como assim somente um quarto no nome de Arthur ?!
Eles estavam unidos apenas por um contrato, e por mais que todos pensassem que eram marido e mulher isso seria de mais … Seu autocontrole não suportaria tanto!
Arthur agradeceu e esperou até que o carregador começa-se a andar.
Assim que ficaram a uma distancia considerável tanto do carregador quanto do recepcionista, Lua agarrou-lhe o braço e o puxou para baixo para poder lhe sussurrar no ouvido :
- Como assim um quarto Arthur ? - ela cochichou
- O que esperava ? Quartos separados ? - ele perguntou rindo – Por Deus Lua ! Esqueceu que todos pensam que estavam loucamente apaixonado? O que você acha que os canadenses pensariam ao saber que minha mulher não divide o leito comigo ?
- Eles nem saberiam … - ela retrucou parando de andar e cruzando os braços
- É claro que saberiam. As revistas estão loucas por um furo meu e acho que “ Arthur e esposa dormem separados” seria uma ótima matéria para a primeira capa, não ? - ele perguntou agora serio
- Você é muito dramático ! - ela rebateu
- Você é que é muito dramática. O que acha que eu vou fazer? Não sou o lobo mal Lua.
- Oh mais é claro que não o lobo mau comia vovozinhas. - ela disse irônico mas logo se arrependeu
- Então o que você acha que eu como? - ele perguntou com a voz carregada de malicia.
Lua sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo e antes que pudesse responder uma voz aguda os interrompeu : - OH, Arthur.
Ambos viraram ao mesmo tempo para ver quem era.
A Morena sorridente vinha animada na direção deles. Vestia uma vestido azul marinho curto, cabelo preso e maquiagem bastante forte alem da sapatilha dourada. Uma combinação … diferente.
- Enfim você chegou. - ela disse dando dois beijinhos na bochecha dele
Lua apenas observava a cena quieta, jurando a si mesma que a raiva que passará a sentir não era nada parecido com ciúmes. Notara que agora a expressão de Arthur era sorridente e ele parecia bastante descontraído.


- Deixe-me fazer as apresentações... - ele pediu assim que se soltou do abraço da Morena – Esta é minha mulher Lua, e esta é Perola minha secretária. - ele disse em tom inocente e virou-se para Lua a tempo de ver o ódio atravessar o olhar dela.
- É um prazer. - a Morena disse estendendo a mão.
Lua a cumprimentou de volta sem dizer nada e juntando todas as suas forças para sorrir.
Arthur a olhava curioso.
- Então você é a Perola ? - Lua teve voz para perguntar
- Sim. - a Morena assentiu
- Puxa, veja que engraçado. - Lua disse com um tom que apenas Arthur identificou como irônico – Pensei ter ouvido meu marido me dizer que você não vinha.
Para Perola não passará de uma observação. Porem para Arthur o recado havia sido enviado com êxito.
Ela estava morrendo de raiva naquele momento.
- Foi tudo resolvido meio que de última hora. - Perola disse dando de ombros
- É. Não tínhamos planeja muito antes … - Arthur disse como se quisesse se defender
- Ah, é ? Interessante. - Lua disse ainda mantendo o sorriso no rosto.
Sentia todo o seu corpo tremendo de ódio, por isso respirou fundo e puxou a saia um pouco mais para cima. Como Arthur se achava no direto de fazer isso com ela?!
- Arthur, os canadenses estão ansiosos pra falar com você. - ela disse virando o corpo apenas para ele - Estava indo me encontrar com eles agora no bar não quer me acompanhar ?
- Ótimo. - ele disse parecendo animado – Lua você .. - a morena o interrompeu
- Oh, tenho certeza que a sua esposa não vê a hora de descansar. Porque não a deixa subir e relaxar ? Tenho certeza que ela estará cansada no jantar depois da longo conversa de negócios que teremos.
Lua ficou em duvida se a voz da garota passava ironia ou malicia. Porem fosse qual fosse ela não gostou nem um pouco.
- Lua ? - Arthur perguntou para ver se ela concordava com a morena
- Oh, não se preocupe... - ela disse tentando ao máximo parecer indiferente – Vá querido. Nós encontramos no jantar.
- Viu ? - a morena disse sorrindo – Vamos Arthur? - ela perguntou se dependurando em seu braço
- Bom, se é assim … vou acompanhar minha esposa até o elevador. - ele disse se desvencilhando dela e passando o braço ao redor da cintura de Lua – Vamos querida.
Sem protestar Lua foi, se controlando para não bater em seu querido marido. Quando deram o terceiro passo ele lhe confidenciou no ouvido :
- Espero que não esteja brava...
- Brava ? Porque ? Você só trouxe a secretaria para a viajem quando disse que não traria. Não tenho motivos para estar brava. - ele sorriu e a fez virar-se para ele
- Não esta com ciúmes, não é esposa?
- Ciúmes ? - ela disse com desdém – Por favor Arthur … - ela revirou os olhos
- Se você quiser eu subo com você e desso mais tarde. - ele sugeriu
- E estragar a sua diversão ? Jamais. - disse com as sobrancelhas franzidas – E não precisa nem se dar ao trabalho de me levar até o elevador. - ela tentou empurrá-lo para longe
- Vão pensar que estamos brigando. - ele alertou sem se mexer um milímetro.
Ela olhou ao redor. A morena os olhava curiosa a uma distancia considerável, e o trabalhador do hotel também os olhava aguardando com as malas.
- Pouco me importa ! - ela respondeu sem dar o braço a torcer
- Você se importa sim … - ele disse lhe dando uma piscadela - Agora me da um abraço forte ou vão achar que estamos brigando. - ele disse lhe puxando.
- Eu não quero te abraçar. - ela rebateu brava – E não me agarra desse jeito. - ela protestou quando ele continuou puxando-a
- Hora do abraço. - ele disse quando a prendeu entre seus braço – Viu ? É bom. - ele disse descendo a mão discretamente até suas nádegas e lhe dando tapinhas fracos.
- Mais uma palmadinha – ela alertou -, e eu corto a sua mão enquanto estiver dormindo.
- Tá. - ele disse tirando rapidamente a mão.
- Estamos entendidos não é querido ? - ela se afasta um pouco dele para lhe dar levas batidinhas no rosto – Marido bonzinho … - ela deu mais uma batidinha, no entanto com mais força.
- Ai, que isso. - ele reclamou sorrindo enquanto ela se afastava e murmurava algum pedido de desculpas ao carregador.
- Vamos Arthur ? - a voz irritante de Perola o chamou
- Vamos. - ele disse depois de mandar um beijo engraçado para Lua que entrava no elevador.

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