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sábado, 22 de junho de 2013

Amor Por Contrato



                                                                                              21º Capitulo


Eram seis horas da manhã quando Sophia acordou com o barulho de louça sendo quebrada. Dando um pulo da cama, a loira correu para ver se estava tudo bem.
- Lua... - Sophia disse vendo a amiga com as mãos ensaboadas - ..o que você está fazendo lavando louça a essa hora ?
- Desculpe se te acordei. - ela disse com um sorrisinho amarelo – Não consegui dormir nada essa noite. - ela disse fazendo uma careta.
Sophia suspirou e logo depois deu um grande bocejo.
- Ele ligou para o seu celular ? - ela quis saber curiosa
- Não sei. - ela respondeu seria
- E porque você não sabe ? - a loira insistiu
- Porque deixei o celular lá em casa. - ela disse sem perceber que se referia como se a propriedade fosse dela
- Você é louca ? - Sophia disse com um gritinho histérico - E ele não ligou pra cá ? - ela disse apontando para o telefone
- Eu o tirei do gancho. - ela disse em tom de professora – E para o seu celular ?
- O meu celular esta no silencioso … e eu se quer sei onde ela esta. - ela admitiu parecendo só lembrar disso agora – Já pensou se seus pais te ligaram e você não atendeu ? - ela disse de repente
Lua ficou seria. Não havia pensado nisso... Também pudera, havia saído com tanta presa.
- Quero só ver na desculpa que você dar arranjar para eles caso Arthur atenda o celular. - a loira riu divertida da cara de Lua
- Isso não é nada engraçado ! - Lua Falou - Você acha mesmo que ele fez isso ?
- Talvez. - a loira disse dando de ombros
- Droga! - ela gritou secando as mãos – Pode me levar pra casa agora ?
- Sim senhora. - a loira disse ficando de pé novamente – Só me devolva o pijama.
- E o que eu faria com um pijama cheio de porcos ? - ela disse divertida sobre a estampa da pijama
- Ora, não cuspa na prato que comeu sua idiota. - a loira disse lhe dando um leve empurrão fazendo-a rir.
E logo depois de alguns minutos ambos saiam de casa. Lua se encontrava com a mesma roupa da noite anterior, a maquiagem não estava mais impecável, e as olheiras demonstravam que ela realmente não havia dormido a noite.
- E então ? Como vai ser ? - Sophia perguntou quando estavam a menos de uma quadra da casa de Arthur.
- Como vai ser o que ? - ela disse confusa
- Você sabe o que eu quero dizer. - ela disse rolando os olhos
- Eu acho que não sei não. - Lua disse com a sobrancelha erguida
- Quero saber se vai bater nele até a morte... vai ?
Lua riu. Mesmo após tantos anos, Sophia sempre a surpreendia com essas perguntas sem cabimento.
- Você faria isso se estivesse no meu lugar ?
- Talvez. - ela disse dando de ombros
- Tenho pena do Micael em suas garras sabia ? - foi a vez da loira rir.
- Ela não pensa o mesmo que você querida, pode apostar.
Não demorou muito para que o portão da casa de Arthur já pudesse ser avistado.
- Chegamos. - Sophia disse puxando o freio de mão – Você vai ficar bem ? - ela disse seria desta vez
- Sim, não se preocupe. E obrigado pela ajuda.
- É para isso que servem as irmãs não .. ? - a loira disse sorrindo cúmplice
- Mesmo assim obrigado. - Lua disse lhe dando um abraço forte – Estaria perdida sem você.
- Eu sei. - ela disse esnobe
- Vá a merda. - Lua disse descendo do carro.
Com uma buzinadinha desnecessária Sophia arrancou.
Lua respirou fundo sentindo que agora estava sozinha.
Girou a chave no portão e entrou rezando para que Arthur já houvesse saído para o trabalho.
Caminhou pelo longo jardim, que de repente tornou-se minúsculo, pois cada passo que dava em direção a porta de entrada mais sentia a garganta fechar e lhe faltar o ar.
Juntando toda a coragem que lhe restava ela abriu a porta entrando de uma só vez. Estava prestes a se encaminhar ao primeiro degrau da escada quando a voz grave e rouca de Arthur lhe fez ficar paralisada :
- Você sabe que horas são? Posso saber onde diabos você estava que deixou o celular em casa?
Ela não precisou virar-se e encará-lo para saber que ele estava cuspindo fogo que tão bravo.
- Arthur, - ela disse suspirando sem se virar para encará-lo – eu não dormi nada esta noite, então …
- Você não foi a única que ficou acordada aqui, mocinha. - ele disse bravo.
Surpresa com a acusação Lua se virou para encará-lo.
O cabelo molhado mostrava que ele havia tomado banho e também tinha trocado de roupa, porem as olheiras e os olhos vermelhos pareciam confirmar que ele não havia dormido.
- Eu não pedi que ficasse me esperando acordado. - ela disse com o sabor de vitória na boca

- Eu vou perguntar mais uma vez. - ele disse com o tom bastante autoritário a ignorando – Onde você passou a noite ?
- Eu sai com a Sophia. - ela deu de ombros
- Então você dormiu na casa de Sophia ? - ele disse suspirando – Que engraçado porque eu liguei para o celular e para o telefone residencial de Sophia milhares de vezes, e ninguém atendeu.
- Não, - ela o corrigiu - eu disse que saí com ela, não que dormi na casa dela.
O maxilar dele se contraiu e Lua pode ouvir os dentes rangerem. Aquilo a arrepiou dos pés a cabeças, mas ela continuou parada, encarando-o de queixo erguido.
- Micael disse que não tinha noticiais de vocês. - ele disse ainda tentando manter a calma
Ele não precisava entrar em detalhes e contar que horas antes, quando contara a Micael, ele havia lhe mandado para todos os lugares possíveis e que ainda havia lhe xingado por tê-la preocupado tanto.
– Ora, veja que coincidência. - ela disse irônica – Acho que eu já ouvi algo parecido com isso em algum lugar. - ele revirou os olhos
- Não me venha com gracinha. - ele disse bravo – Ao contrário de mim você não sabe se cuidar.
- Bom mas teve quem o fez por mim. - ela disse sem mencionar que quem o fizera fora a própria Sophia.
Ele pareceu ter levado um soco bem na boca de estomago e se não fosse a onde de adrenalina que correu nas veias dele, fazendo-o dar dois passos e acabar com a distância entre eles, podia-se dizer que ele estava prestes a desmaiar.
- Não brinque comigo Lua Maria. - ele disse entre os dentes a centímetros do rosto dela.
Corajosa e gostando do jogo Lua, não vultou um centímetro sequer para atrás, muito pelo contrário. Empinou ainda mais o queixo e o olhando-o nos olhos disse com a voz tão calma e controlada que até mesmo ela se surpreendeu :
- Oh, eu não estou brincando nem um pouco, Arthur.
- Nós temos um contrato ! - ele gritou
- Desculpe, mas não me lembro de uma clausula onde diga que não podemos temos alguns flertes. E já que você pode ter um caso eu também vou ter ! - ela disse sem se importar se estava mentindo ou não – Agora se me da licença …. - ele a interrompeu
- Não eu não dou ! - ele disse a segurando com força pelo pulso fazendo-a continuar parada bem ali na sua frente.
- O que é ? - ela provocou agora também gritando – Vai me amarrar e me prender até que passe os seis meses ? - ela o desafiou
A expressão do rosto dele passou de raiva para surpresa, e logo depois voltou para a raiva.
- É uma ótima ideia. - ele disse sério – Mas seria uma ideia ainda melhor, costurar sua boca, porque a convivência com você anda impossível ultimamente.
- Comigo ? - ela disse tentando livrar o pulso sem sucesso – Você que é paspalho.
- Olha como fala… - ele lhe advertiu segurando seu pulso com mais força.
- Olha aqui você. - ela disse apontando o dedo no rosto dele – O que eu fiz ontem foi simplesmente me preocupar com você, era só ter me respondido aonde tinha ido.
- Eu não lhe devo satisfações. - ele a lembrou
- Ótimo, porque eu também não lhe devo, não é ótimo ? - ela zombou
- Sim, é ótimo.
- Então agora solte o meu pulso. - ela mandou.
Ele não a soltou e se crucificou por isso. Nas suas veias corria alegria e raiva ao mesmo tempo.
Alegria por tê-la de volta ao alcance da sua mão, e raiva pela mentira da “suposta”noite que ela tivera.
Ele a conhecia suficientemente bem para saber que ela não seria capaz disso, então porque estaria fazendo toda aquela cena ?
Isso era apenas mais uma das perguntas sobre Lua que ele simplesmente não sabia responder. Talvez fosse por isso que ele não queria soltá-la … ele queria a resposta nem que fosse somente para essa pergunta.
- Vai me soltar ou pretende ficar segurando o meu braço para o resto da vida ? … 
- Talvez eu faça isso … - ele disse agora mais calmo respirando ofegante
Ela engoliu em seco e desviou o olhar do dele, voltou a puxar o braço, ainda sem sucesso algum.
- Arthur me solte ! - ela falou mais uma vez começando a ficar brava
Ele continuou com a mão de aço firme ao redor do seu pulso. Aquilo já estava ficando patético.
- Me solte ! - ela gritou ao mesmo tempo que começou a estapeá-lo com a mão livre.
Arthur em um movimento rápido prendeu seu outro pulso e a puxou para si, impossibilitando-a de escapar.
- Me solte. - seu pedido saiu o mínimo de vontade até para ela mesma
- Você não quer que eu te solte. - ele disse com a voz rouca.
Ela olhou para cima para retrucar e então foi perdição total. A boca dele estava tão perto da sua … Os grandes olhos lhe pareciam querer devorar de uma maneira tão excitante que lhe impediu de todos os raciocínios lógicos que podia ter no momento.
Ela não teve voz para pedir que ele a solta-se. Não porque sua voz tinha sumido, não … O motivo para ela continuar quieta era porque ela sabia que se tentasse falar alguma coisa, as únicas palavras que sairiam seria “me beije logo”.
E mais uma vez, ele pareceu ler seus pensamentos, porque em questão de segundos os lábios deles estavam sobre os seus, com o mesmo saber incrivelmente excitante de que ela lembrara.
As línguas começaram a dançar em um sinfonia perfeita, e o beijo que até o momento era carinhoso, mudou completamente para apressado e um tanto selvagem.
Vendo que Lua já estava tão entregue quanto ele, Arthur lhe soltou os pulsos e tendo agora as mãos livres a a abraçou pelo quadril colando ainda mais seus corpos.
Em resposta a mão de Lua subiram até o pescoço de Arthur o puxando mais para si e aprofundando o beijo.
Nada mais existia para Lua. Nem barulhos, nem pessoas, nem nada do mundo. Apenas Arthur, e involuntariamente deixou escapar um gemido de perda quando ele se afastou um pouco e pegou o celular dela do bolso de sua bermuda.
Demorou um pouco para Lua entender que o celular estava tocando mais no momento de viu no visor “Pai” chamando, atendeu-o de imediato.
- Oi Pai. - ela disse ficando corada – Não é que eu meio que corri para atender o telefone. - ela respondeu quando ele perguntou o motivo para ela estar ofegante – Sim, estou na casa da Sophia. - mentiu – Sim, estou bem e você e a mamãe? - depois de uma longa pausa e mais alguns diálogos ela finalmente desligou.
- Eu vou para o meu quarto tentar dormir um pouco. - Arthur disse já começando a subir as escadas
- Você não vai trabalhar ? - ela perguntou antes de parar e raciocinar
- Depois de ter passado a noite em claro ? Não. Tenho que estar apresentável amanhã. E acho bom você fazer o mesmo se não, vai se confundir com o fuso horário.
- O que tem amanhã ? - ela perguntou confusa
- Vamos para Toronto não lembra ? Esteja pronta logo cedo. - ele anunciou subindo a escada de dois em dois degraus.
Oh... a viagem ! Claro. Ela já havia esquecido desse gigantes detalhe. Se bem que depois do que acabará de acontecer, tinha que ficar surpresa por ainda saber seu próprio nome.

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