Mas, ela não respondeu, apenas continuou mole em seu abraço, com a cabeça pendendo pra trás e os braços balançando.
- Deus do Céu!
- O que está acontecendo?
Ele olhou para cima, Pedro estava parado bem perto de onde estavam, na companhia de uma mulher que Arthur nunca vira na vida, ela se afastou aos poucos, escondendo-se nas sombras, era realmente bem bonita, mas não lhe chamou muita atenção, tudo o que lhe importava agora era tirar Lua dali, levá-la ao médico mais próximo. Reuniu suas forças, não para trazê-la no colo, mas sim para afastar-se de Pedro sem desfigurar-lhe a cara.
- Estou falando com você, seu engomadinho! - Ouviu Pedro dizer às suas costas, seu corpo inteiro se retesou - O que aconteceu com Lua.
- Saia daqui, Pedro! - Arthur a deitou no chão cuidadosamente, rosnando baixo.
- Eu já levei essa mulher pra cama, sabia? - Pedro, munido de uma coragem irracional, bradou, se aproximando - Eu tenho direito de sa...
O resto da frase foi abafada pelo punho fechado de Arthu que tampou a boca escancarada de Pedro bem em cheio, o homem recuou e não foi capaz de segurar o próprio peso do corpo, desequilibrou e caiu sentado de costas na pedra, segurando a mandíbula deslocada e o nariz ensangüentado.
Arthur se ergueu, bufando pelo nariz, furioso, com Lua novamente em seus braços.
- Nunca mais toque na minha mulher, Pedrita! Nunca mais chegue perto dela, nem sequer fale com ela! Para o seu próprio bem, é melhor que você nem pense nela, porque se eu tiver conhecimento de que algum pensamento seu em relação a ela não for de meu agrado, um soco na cara vai ser a menor das suas preocupações - Com um impulso, puxou o corpo de Lua mais para cima em seu colo e deu às costas para Pedro e rumou para seu carro outra vez, rezando intimamente que Lua estivesse bem e ainda pudesse ser socorrida.
Ele estava andando de um lado para o outro no corredor da sala de espera, o que pareciam ser horas. Não conseguia simplesmente ficar sentado como um cachorrinho amestrado esperando para receber notícias.
Lua chegara pálida, a respiração anormal e sangrava.
Logo que viu a mancha de sangue no vestido ele ficou desesperado, achou que seu ataque de loucura no banheiro poderia ter resultado em algo grave para ela, mas logo que chegou ao hospital, fora tranqüilizado por sua amiga enfermeira, que lhe garantiu que aquilo não passava de mais um ciclo menstrual.
Sophia, a enfermeira, fora colega de escola de Arthur e tentou tranqüilizá-lo, mas só aquilo não fora suficiente para garantir sua paz de espírito enquanto aguardava.
Quando a médica finalmente apareceu, Arthur já estava uma pilha de nervos, quase fazendo um belo buraco no meio do corredor e deixando as outras pessoas na sala tão nervosas quanto ele.
- Senhor Arthur Aguiar?
Ela chamou com a face carrancuda de que não tinha muita paciência para acompanhantes nervosos.
- Sim, sou eu. onde ela está? como ela está? o que aconteceu com ela?
Arthur estava tão nervoso que tropeçou nas palavras quase intercalando-as.
A doutora Márcia arqueou uma sobrancelha. Estava mais do que acostumada aquelas cenas.
- Em primeiro lugar senhor, tente se acalmar. Assim poderemos conversar.
Arthur respirou fundo, tentando conter em vão a vontade que tinha de sacolejar aquela mulher até que ela lhe dissesse sem rodeios o que Lua tinha. Por isso fechou os punhos uma tentativa desesperada por controle.
- Desculpe.
Continua.....
Nenhum comentário:
Postar um comentário