Páginas

domingo, 18 de novembro de 2012

{FIC} You Back CAPÍTULO I Parte 2






- Arthur? – perguntou perplexa se aproximando do homem sentado, ainda que com cautela.
- Oi? – Disse Arthur, acordando do transe - Lua... – e pôs-se de pé. Continuava o mesmo de sempre. O sorriso debochado, os olhos penetrantes, tudo que ela queria esquecer. Se não tivesse certeza de que não tinha passado de seu limite, pensaria estar bêbada demais, a ponto de fantasiar com Arthur.
- O que você está fazendo aqui? – Ela ainda não acreditava. “Faz quantos meses, quatro? Cinco?”, se perguntou mentalmente enquanto Arthur formulava uma resposta. E como se em cada milésimo de segundo que ele tomava para pensar ela pudesse rever o passado, foi tomada pelas lembranças de seu então "namoro" com Arthur.
- Eu não sei – respondeu, parecendo sincero – Só sei que... – ele parecia hesitante em terminar a frase. Passou a mão pelos cabelos e tomou coragem. – Fiquei pensando nesse momento desde que saí de Manchester.
Suas palavras adentraram os ouvidos de Lua e a deixaram confusa, perdida entre ceder e arriscar a se machucar de novo ou permanecer firme e intolerante a tudo que Arthur era, ou seja, seu maior desejo.
- E por que veio pro Rio? – Perguntou tentando esconder a tremedeira das mãos. “Será que ele está escutando o meu coração?”
- Também não sei – Respondeu, cauteloso – Pra falar a verdade – retomou, hesitante -, sonhei com você. Senti que tinha que te ver...
- Ah, então Manchester não supriu suas necessidades? – perguntou, irônica. “Mas que filho de uma puta!” pensou. Arthur a lançou um olhar cuidadoso, estudando sua expressão. Ela não parecia brava, então decidiu arriscar.
- É, o que eu queria não tem em Manchester – respondeu, aquele olhar que ela simplesmente não consegue resistir penetrando sua mente. “Foco, foco! Ele te deixou, ele te deixou...”
- Não tinha sua favorita lá não? Comprava outra cerveja Arthur, não seja tão exigente – a raiva que sentiu há cerca de um ano atrás parecia estar voltando aos poucos.
Arthur a olhava maravilhado, como se ela fosse algum tipo de visão. Embora seu rosto esboçasse qualquer coisa menos um sorriso, sentia que ela estava feliz em o ver. Se alegrou com isso, mesmo que não conseguisse entender a si próprio. Não era ele que há quase meio ano atrás correu para longe de tudo aquilo? Por que então sentia que tudo aquilo parecia ser tão certo?
- Hm, sei que pode parecer muita cara de pau...
- Não me surpreendo mais com a sua cara de pau – interrompeu Lua. Cruzou seus braços e assumiu uma pose de deboche. Não queria, a nenhum custo, ter que continuar aquela conversa e acabar revirando o passado.
- Você me odeia, não é? – Perguntou Arthur após uma pausa, seguido por um silêncio terrível. Lua, cabisbaixa, colocou as mãos no rosto e tirou uns segundos para pensar. Estava atordoada, muito atordoada. “Como ele tem coragem de vir aqui, assim, do nada? Merda...”
- Olha – começou Luti -, eu juro que não quero piorar nada. Mas não tenho como voltar para Manchester hoje e não tenho onde ficar. Posso passar a noite aqui? – Pediu, quase que como em uma súplica.
- Não sei não... Por que não vai ver o Chay? – sugeriu Lua, ter Arthur em casa não era exatamente a idéia de felicidade que ela tinha.
- Não dá, ele não está na cidade. Por favor Lu, só hoje, hein? - Pediu Arthur tirando sua mochila do chão e colocando-a em suas costas.
- Vai, entra – falou indicando a porta, agora aberta, com gestos exagerados – Você conhece a casa, fique à vontade. Mas não muito. Vou subir, desço daqui a pouco pra fazer o jantar. Pode pedir uma pizza pra você se você quiser – e Lua subiu as escadas tentando parecer indiferente. O único problema é que ela estava morrendo por dentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário