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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

{FIC} You Back CAPÍTULO IV parte 1





Acordou com o sol entrando discretamente pela janela em meio às cortinas. Se espreguiçou e bufou, estava cansada. E com ressaca, diga-se de passagem. Sua cabeça estava um turbilhão de pensamentos e seu corpo, um turbilhão de sentimentos. Levantou-se devagar, calçou suas pantufas e foi para o banheiro dar início ao seu ritual de higiene. Se olhou no espelho e viu sua cama no reflexo. Contra sua vontade, seu cérebro desenhou a figura de Arthur encostado na cama, a fazendo lembrar da última vez em que ele esteve ali. Sacudiu a cabeça para se desfazer dos pensamentos e foi para debaixo do chuveiro. Se encostou na parede e respirou fundo, fechando os olhos e se desvencilhando de todas as lembranças que pareciam querer a irritar. Saiu, colocando uma toalha na cabeça e outra em volta de seu corpo. Não sabia quantas vezes respirou fundo desde que tinha acordado, mas tinha certeza de que elas eram muitas. Se sentou na cama e olhou para a porta. Arqueou uma sobrancelha e tentou entender porque sentia que aquela porta lhe diria algo naquela manhã. Se lembrou da carta que tinha deixado no aparador há mais de um ano e de toda a baboseira que tinha escrito lá. "Será que ele a achou?" se perguntou, as mãos pareciam estar suando. Mais uma vez, respirou fundo e andou, passo a passo, até a fechadura.
Colocou sua mão na maçaneta e a girou vagarosamente. Puxou a porta e, tá-dá, estava aberta. "Ele veio..." sorriu timidamente. Tinha certeza de que tinha fechado a porta e só havia uma razão e um modo para ela estar aberta agora. Agradeceu ao esquecimento - ou esperteza - de Arthur, que não fechou a porta e a deu um sinal de que esteve ali. Desceu as escadas nas pontas dos pés, se escondendo atrás da parede. Não queria encontrá-lo caso o mesmo estivesse acordado. Chegou à sala e encontrou um Arthur nitidamente cansado e sujo. De terra. Não entendeu muito bem aquilo, mas também não fazia muita questão de descobrir o porquê de ele estar assim naquela hora, estava presa num frenesi contido, que se manifestava feito Reveillón em Copacabana dentro de seu ser. Deu uma última espiada em Arthur e se dirigiu à cozinha. Abriu a geladeira para pegar o jarro d'água, colocou um pouco em um copo e se deparou com um vaso de flores. Eram tulipas, suas flores favoritas. Tirou uma delas de dentro do jarro e puxou seu perfume, suspirando logo após. Pegou o pedaço de papel sujo de terra que estava junto ao vaso e leu.
"Lua,
Você sabe que eu piso muito na bola e, infelizmente, não inventaram nenhuma máquina para eu poder voltar no tempo e apagar todos meus erros. Resta-me então tentar corrigi-los. Você não tem ideia de como sinto a sua falta, cada vez mais a cada dia que passa. Eu sei que eu poderia lhe falar isso cara a cara, mas tenho certeza que você voltaria para seu quarto e se trancaria lá de novo. Só que isso não tem mais como dar certo, já que eu tenho a chave, não é? Por favor, me perdoa. Eu te amo, muito.
Beijos,
Arthur"
Ela pode sentir uma lágrima tímida escorrer por seu rosto. A limpou rapidamente, deixando de lado o papel que havia lido e subindo rapidamente as escadas. Abriu o guarda-roupa, tirou um vestido e o colocou. Não estava exatamente ensolarado, mas dava para arriscar. Calçou sua sapatilha roxa, e se perfumou. Se maquiou de leve e se olhou no espelho. Estava extasiada, seu coração batia mais forte do que nunca. Pegou a bolsa e desceu a escada discretamente, não queria acordar Arthur. Saiu de casa e foi até a padaria mais próxima. Tentava conter o sorriso, mas era impossível. "Feitos um pro outro, feitos pra durar..." cantarolou baixinho enquanto escolhia o que queria comprar para o café da manhã. Pegou uns pães, ovos e bacon e voltou para casa. Entrou em casa com cuidado e colocou as compras em cima da mesa. Espiou discretamente atrás da parede, Arthur não estava mais no sofá. Ouviu o som do chuveiro do andar de cima e percebeu que ele estava tomando banho. Sabia que ele geralmente não demorava, então correu para a cozinha e começou a fritar os ovos e o bacon. Fatiou os pães, preparou algumas pastas, pôs a mesa e se sentou a ela. Cruzou as pernas e apoiou o queixo na mão esquerda, que dependia do suporte do braço firmado em cima da mesa. Balançava a perna livre levemente, esperando um sinal de que Arthur estava descendo. Ouviu a porta se abrir e logo passos na escada tomaram conta da sala. Ela se levantou prontamente quando Arthur apareceu secando o cabelo com a toalha, uma expressão confusa no rosto.
- Bom dia Arthur - sorriu Lua timidamente -, quer tomar café? - Perguntou atrapalhada.
- Quero sim... - respondeu ele franzindo o cenho enquanto se sentava à mesa. Lua se sentou na cadeira em frente a dele e o encarou. Os dois ficaram nessa por um bom tempo, até que ela sorriu torto e ele fez o mesmo.
- Dormiu bem? - Perguntou Lua enquanto colocava um pouco de café em sua xícara.
- Ahn, dormi sim - mentiu Arthur que não tinha dormido nem três horas direito - Você?
- Também - sorriu. Queria puxar o assunto das flores e da chave, mas não tinha certeza de como faria isso.
- Hm - começou ele -, coloquei minhas coisas num dos quartos lá de cima, tem problema?
- Ahn? Ah, sim, claro que não. Pode ficar por lá.
- Ah, que bom. Hm, vou lá no quarto rapidinho, já volto - piscou Arthur e subiu as escadas. Lua sentia a vontade de tê-lo mais uma vez lhe subir à cabeça, a deixando numa situação de luxúria. Fechou os olhos e tentou se segurar, mas logo estava subindo as escadas e indo atrás dele. Entrou no quatro e fechou a porta discretamente, se encostando nela. Respirava fundo. Arthur a olhou com espanto e curiosidade. Largou a mochila que tinha na mão e se aproximou, a fechando entre seus braços, suas mãos se apoiando na porta. A olhava com desejo, mas tinha receio de avançar.
- Você não presta - sussurrou Lua mordendo seu lábio inferior e respirando cada vez mais fundo.
- Você é quem não presta - disse Arthur ao pé de seu ouvido, descendo beijos por seu pescoço. Ele subiu a mão por sua coxa, levantando seu vestido e puxando sua calcinha, a fazendo estalar em sua pele. Ela puxou seu cabelo com força e arrastou suas unhas de leve pelas costas dele. Arthur começou a desabotoar seu vestido enquanto ela se livrava das sapatilhas e o estimulava a continuar com gemidos discretos. Pouco tempo se passou e ela já estava nua, presa no abraço de Arthur. Deitada na cama, teve seus braços abertos e presos contra o colchão pelos pulsos que ele fazia questão de segurar. Seus cabelos estavam esparramados pelo travesseiro, seus olhos vidrados nos dele, seu corpo mole e disposto a tudo. Arthur a beijou com paixão, a deixando ofegante e embriagada com seu perfume. Resolveu matar a saudade que tinha de seu corpo e lhe desceu beijos pelo colo e barriga.

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