Arthur praguejou ao se jogar para frente para segurar Lua antes que ela caísse no chão acarpetado,
em seguida a tomou nos braços e a levou até um sofá de couro nos fundos do escritório.
Ele estivera esperando algum tipo de reação ao quadro, mas não isso!
Vergonha,
talvez, porque era óbvio que Southern fora amante de Lua. E surpresa ao
descobrir que Arthur era dono da pintura também era uma possibilidade.
Mas ele não esperava que Lua desmaiasse ao negar ser a mulher do retrato!!
Exceto pela marca de nascença, uma bela marca em forma de rosa, não podia ser outra mulher que não ela.
Arthur
a deitou no sofá e ela começou a gemer baixinho ao recobrar a
consciência, finalmente abrindo os olhos e encarando o dono da galeria,
inclinado sobre ela.
— Ora, Lua. Sei que não sou nenhuma pintura, mas não sou tão feio assim! — gracejou Arthur ao se afastar um pouco.
A pintura, lembrou-se,
estremecendo, tentando se recompor. Mas levando em conta o que ela
vira e o que estava pensando, demoraria mais do que uns poucos segundos
para voltar a si.
Lua engoliu em seco, sem saber como organizar as emoções. Se a mulher no retrato realmente fosse quem ela pensava que era...
— Aqui.
Ela abriu os olhos e viu que Arthur lhe estendia um copo com água.
Lua
o estava assustando com aquela coisa de desmaiar. Impaciente, ele
guardou a garrafa de água numa geladeira escondida em um armário de
carvalho.
Quem é que
desmaia hoje em dia? Só pessoas doentes, famintas ou que batem a cabeça!
Ele não entendia, afinal ela não estava doente e nem batera a cabeça.
Exceto, talvez, no sentido figurado. Só podia ser fome.
— Você almoçou hoje? — ele perguntou, desconfiado.
Continua.....
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