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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Jogos do amor capítulo 43





- Eu vou lavar e secar esta roupa e vesti-la novamente encarei- o como se ele fosse completamente idiota.
- Isso vale tanto a pena assim? - ele me fitou como se eu fosse completamente pirada.
- Luke é um cara de sorte - Hau disse docemente. – Divirta-se, Lua.
- Vou, sim. Obrigada - disse e sai correndo.
Obviamente, peguei o caminho que seguia por trás da faculdade. Não queria encontrar Luke ou Pérola, ela freqüentava o estúdio de dança logo ao lado do ginásio. À medida que pedalava para casa, eu me divertia explicando para Pérola por que não havia contado a ela sobre Luke e eu, ainda que estivéssemos namorando por três quentes e intensos meses. Era um sonho maravilhoso e eu contava tudo a ela nos mínimos detalhes.
Imagine, portanto, quanto eu fiquei confusa quando, no meio de um desses pensamentos, percebi que estava realmente olhando o rosto de Pérola. Foi num cruzamento perto da minha casa e ela estava se esticando por cima de seu Honda.
- Lua,estou seguindo você a cinco quadras!
Sabia que era absurdo, mas eu tinha uma idéia maluca, paranóica mesmo: Pérola havia grudado um bip invisível em mim, que lhe enviava sinais sempre que eu encontrava algum cara interessante. De alguma maneira, ela sempre ficava sabendo.
- Eles me falaram no escritório do acampamento sobre as incríveis novidades - ela disse.
- Eles quem? Arthur? – E ele que me disse que éramos amigos. Traidor!
- Não - respondeu Pérola -, o rapaz vietnamita e a garota com as unhas enormes. Arthur estava até bem quieto.
- Ah - "Desculpe, Arthur", eu pensei.
Os carros começaram a buzinar. A cor do semáforo havia mudado.
Pedalei até o cruzamento seguinte. Pérola colocou uns óculos de lentes amarelas e me seguiu.
- Fico muito feliz por você, Lua - ela disse, quando paramos de novo.
Eu me inclinei sobre o guidão da bicicleta, assim podia enxergar melhor o rosto dela dentro do carro. Olhando para mim estavam os mesmos grandes olhos escuros que tinham desejado boa sorte antes dos jogos de basquete, das entrevistas de emprego e dos testes de matemática. Estava me comportando como uma idiota. Como eu me tornara tão ciumenta e paranóica?
- Obrigada - disse delicadamente. - Precisava ouvir isso.
- Fico muito feliz por você. Mesmo! Queria que as coisas também tivessem dado certo para mim e para o Tim.
Logo, já não existia mais nada entre ela e o Tim. Certamente, ficou muito feliz por mim. Meu encontro com Luke significava que ela estava mais perto do encontro dela com Luke.
Tentei espantar um lamaçal de pensamentos ruins que passavam pela minha cabeça, enquanto seguíamos pelos dois quarteirões seguintes. Pérola estacionou em frente a minha casa. Abaixei o descanso da minha bicicleta e andei até a janela do carro dela.
- É uma pena sobre o Tim - eu disse -, mas tenho boas notícias. Metade dos rapazes daquela festa se interessaram por você.
- É?

Continua.....

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