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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Jogos do amor capítulo 45





- Tudo o que eu estou pedindo é uma carona para voltar ao campus - disse para a minha irmã uma hora e meia depois. – O que mais você planejou pra hoje à noite? Ler o capítulo dois de "Como trocar um bebê"?


- Só estou falando pra você ir dirigindo – argumentou Sophia, largando um prato em cima da mesa da cozinha. - Por que você precisa de um chofer?
- Nós temos dois carros, gatinha - interferiu meu pai.
Odiava quando ele me chamava assim. Aquele apelido não combinava comigo nem quando eu tinha 4 anos de idade.
- Sua mãe vai passar a noite inteira suspirando sobre os relatórios sofríveis dos alunos dela - ele continuou, dando palmadinhas em seu cabelo, um hábito inconsciente que se desenvolveu depois que ele começou a pentear o cabelo em direções estranhas para esconder os focos de calvície. - E eu estou preparando a conferência de literatura. Os dois carros estão livres.
- Ah, não importa - falei com raiva, saindo da cadeira. Como eu poderia explicar?
Já devia estar no campus. Pela manhã, Luke havia visto que eu estava com minha bicicleta. Depois do filme, já tinha planejado dizer a ele que, mesmo tendo deixado a bicicleta no escritório do acampamento, não queria pedalar de volta para casa no escuro. Então pediria uma carona. Desse modo, se por acaso não trocássemos números de telefone, ao menos ele saberia onde eu morava. Mas, se eu contasse o meu plano para Sophia, e as coisas não dessem certo com Luke, seria mais uma história para ela me alfinetar.
Subi as escadas e coloquei um pouco de rímel e um batom cor-de-pêssego, ainda que tivesse certeza de que não haveria mais maquiagem alguma quando chegasse no campus. Pelo menos, meu cabelo estava bem ajeitado numa trança e eu não tinha mais as marcas das mãos sujas de Eugene em minha barriga.
Já estava tirando a minha bicicleta da garagem quando Sophia surgiu do lado de fora, balançando as chaves do carro no ar.
- Eu levo você, se me contar o motivo.
Coloquei a bicicleta de lado e fui com ela para Kirbysmith em silêncio.
- Aqui está ótimo - disse assim que chegamos na entrada da faculdade, então pulei para fora do carro rapidamente.
- Você não vai me contar o motivo? - minha irmã gritou, quando eu já estava de costas.
- Vou contar... depois que você me disser por que mudou de idéia de repente e me ofereceu uma carona - retruquei e fechei a porta. - Você não pode ser tão curiosa, Sophia. E você nunca foi tão boazinha comigo. Devem ser os hormônios maternos começando a agir.
- Sua malcriada - ela rugiu.
Luke estava esperando por mim do lado de fora do centro acadêmico, sentado em um bloco de concreto que ladeava os degraus da entrada. Uma perna esticada, a outra dobrada, o braço musculoso apoiado sobre o joelho. Ele bem que poderia ser uma estátua, uma espécie de "deus grego protetor do templo estudantil". Seus olhos estavam fechados, de modo que não me viu enquanto eu fitava o seu corpo.
- Luke... Luke? - chamei um pouco mais alto.

Continua.....

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