Micael!!!!
Voltou à janela e espiou. Todos estavam lá: Micael, Chay,Arthur, Sophie e Mel. Todos, ou pelo menos todas as pessoas vivas daquela casa.
— Não comece, Lua Blanco, isso não é como nos filmes — murmurou para si mesma.
Devia haver alguma explicação lógica para aquele barulho iria descobrir o que era. Agarrou a lanterna e, pensando melhor, uma faca da bancada, caso precisasse se defender. Do quê, não tinha a menor idéia.
Aquele corredor que levava à ala dos funcionários iria lhe render pesadelos pelo resto de sua vida. Estava ainda no meio do caminho, mas teve que parar por um instante para se acalmar e tentar ouvir o que acontecia ao seu redor. Nada, além do silêncio, e então... um baque suave, claramente vindo de trás de uma das portas.
— Olá! — chamou, batendo à porta levemente. Nenhuma resposta, embora pudesse jurar que ouvira uma respiração alterada.
— Tem alguém aí dentro? — Bateu de novo, dizendo a si mesma que estava tudo bem. Nada aconteceria a ela, pois tinha uma faca de açougueiro para se defender!
De novo, nenhum ruído. Claro, pois não havia ninguém ali exceto Felipe, e ele não estava em condições de responder. Virou-se para a porta do quarto onde Mel dormia e abriu-a, para encontrá-lo imaculadamente limpo e arrumado.
O quarto ao lado era de Micael e não era nada arrumado; reconhecera por causa do boné aos pés da cama. Ele não tinha feito a cama e as roupas que usara no dia anterior estavam no chão.
E debaixo da cama, Briana viu uma... Deus, era uma enorme mão!
Como em transe, entrou no quarto, dirigiu-se à cama, sabendo que se encontrasse outro cadáver ali, iria começar a gritar e não parar nunca mais. Tremendo, ajoelhou-se ao lado da cama, dando um suspiro aliviado ao ver que se tratava de uma luva de borracha manchada com a mesma substância amarronzada que vira no pano na cozinha. Quis acreditar que era ketchup, como dissera a Arthur, mas sabia que não era e teve que cobrir a boca para não gritar. Queria que ele as examinasse, aliás, queria que qualquer pessoa além dela as olhasse. Tocar em provas de um crime era péssimo, sempre vira nos filmes, mas... e se alguém mexesse nelas antes que pudesse mostrá-las a Arthur? Não querendo dar essa chance a ninguém, respirou fundo e pegou-a, enfiando-as dentro de seu suéter.
Esgueirou-se para fora do quarto, fechando a porta cuidadosamente atrás de si e tomou o corredor. Mal dera o primeiro passo e Micael surgiu à sua frente. A sobrancelha arqueada era o único sinal que mostrava sua surpresa ao encontrá-la ali.
— Olá! Eu... — Cruzou os braços sobre o peito, rezando para que ele não notasse o volume das luvas embaixo de seu suéter. — Você não vai acreditar quando eu lhe contar...
Micael não se moveu, impedindo a passagem, esperando que ela continuasse. Tinha no rosto uma expressão ameaçadora, que assegurava a Lua que sua parte "gangue" ainda estava bem presente.
— Eu ouvi um barulho aqui e achei que fosse Sophie... — começou, relutante, mas para sua surpresa, o rosto dele se abriu num sorriso.
— Ah, ela acabou de subir para a cozinha — ele respondeu, sem dar nenhum sinal de tê-la visto saindo de seu quarto.
— Oh, está bem. Então eu vou... — dizer à Arthur que você tinha luvas manchadas de sangue embaixo de sua cama!, completou ela mentalmente.
— Sabe, eu acabei percebendo uma coisa... — Micael disse em voz baixa.
— O quê? — perguntou, corajosa, ao mesmo tempo pensando: Por favor, não diga que vai me matar! Por favor...
Esgueirou-se para fora do quarto, fechando a porta cuidadosamente atrás de si e tomou o corredor. Mal dera o primeiro passo e Micael surgiu à sua frente. A sobrancelha arqueada era o único sinal que mostrava sua surpresa ao encontrá-la ali.
— Olá! Eu... — Cruzou os braços sobre o peito, rezando para que ele não notasse o volume das luvas embaixo de seu suéter. — Você não vai acreditar quando eu lhe contar...
Micael não se moveu, impedindo a passagem, esperando que ela continuasse. Tinha no rosto uma expressão ameaçadora, que assegurava a Lua que sua parte "gangue" ainda estava bem presente.
— Eu ouvi um barulho aqui e achei que fosse Sophie... — começou, relutante, mas para sua surpresa, o rosto dele se abriu num sorriso.
— Ah, ela acabou de subir para a cozinha — ele respondeu, sem dar nenhum sinal de tê-la visto saindo de seu quarto.
— Oh, está bem. Então eu vou... — dizer à Arthur que você tinha luvas manchadas de sangue embaixo de sua cama!, completou ela mentalmente.
— Sabe, eu acabei percebendo uma coisa... — Micael disse em voz baixa.
— O quê? — perguntou, corajosa, ao mesmo tempo pensando: Por favor, não diga que vai me matar! Por favor...
— Que amo Soph — terminou ele, com um sorriso, colocando a mão no peito. — Quem diria...
— Isso é lindo. — Quem diria mesmo, refletiu — Mas eu tenho que... — Fez um gesto em direção à porta e como por um milagre ele não a matou, apenas abriu-lhe a passagem.
Com um último e trêmulo sorriso, Lua passou por ele. Quando se viu segura, apressou o passo, olhando por cima do ombro para ver se não estava sendo seguida. Foi preciso usar todo seu autocontrole para não sair correndo como uma desvairada.
Virou num corredor e antes que pudesse esboçar qualquer reação, sentiu uma mão cobrindo-lhe a boca e foi puxada para um quarto escuro e de encontro a um corpo sólido e quente.
— Isso é lindo. — Quem diria mesmo, refletiu — Mas eu tenho que... — Fez um gesto em direção à porta e como por um milagre ele não a matou, apenas abriu-lhe a passagem.
Com um último e trêmulo sorriso, Lua passou por ele. Quando se viu segura, apressou o passo, olhando por cima do ombro para ver se não estava sendo seguida. Foi preciso usar todo seu autocontrole para não sair correndo como uma desvairada.
Virou num corredor e antes que pudesse esboçar qualquer reação, sentiu uma mão cobrindo-lhe a boca e foi puxada para um quarto escuro e de encontro a um corpo sólido e quente.
— Lu, sou eu, acalme-se! — exclamou Arthur segurando-a com força, pois ela se debatia como se fosse uma gata selvagem.
— Graças a Deus! — Lua lançou seus braços em volta do pescoço dele, afundando-se naquele peito, como se quisesse se esconder dentro dele.
— O que aconteceu? — Abraçou-a, alarmado, tentando acalmá-la.
Como ela não respondia, ele pegou sua lanterna no bolso de trás e iluminou-a de cima a baixo, para se assegurar que não estava ferida.
— Eu estou bem — disse ela. Respirava fundo, claramente num esforço para voltar à calma. Estava pálida e trêmula, e quando olhou à sua volta, percebeu que estavam na pequena academia de ginástica. — Mas não agüento mais esta casa! Eu quero movimento, gente gritando, o engarrafamento das cinco da tarde, qualquer coisa que não seja esta montanha silenciosa; qualquer coisa que não tenha aranhas por perto ou luvas com sangue ou...
— Luvas com sangue? — Arthur segurou o rosto dela entre as mãos, surpreso como ela estava gelada. — Que luvas são essas?
— Estas. — Lua tirou cuidadosamente as luvas de dentro de seu suéter. Eram luvas para jardinagem, e estavam sujas de uma substância que parecia ser sangue.
Arthur segurava as luvas precariamente entre seu polegar e indicador, como se fossem uma pinça, para não contaminar as peças com suas impressões digitais. Segurou Lua pelo outro braço enquanto a guiava para a porta.
— Onde você as encontrou?
— Eu ouvi um barulho que parecia ter vindo da adega, mas todos vocês estavam lá fora. Então eu... — começou a contar.
— Que diabos, Lua, não me diga que foi investigar!
— Fui, mas... levei uma faca comigo — explicou.
— Conte essa história desde o início — pediu ele, respirando fundo
— Graças a Deus! — Lua lançou seus braços em volta do pescoço dele, afundando-se naquele peito, como se quisesse se esconder dentro dele.
— O que aconteceu? — Abraçou-a, alarmado, tentando acalmá-la.
Como ela não respondia, ele pegou sua lanterna no bolso de trás e iluminou-a de cima a baixo, para se assegurar que não estava ferida.
— Eu estou bem — disse ela. Respirava fundo, claramente num esforço para voltar à calma. Estava pálida e trêmula, e quando olhou à sua volta, percebeu que estavam na pequena academia de ginástica. — Mas não agüento mais esta casa! Eu quero movimento, gente gritando, o engarrafamento das cinco da tarde, qualquer coisa que não seja esta montanha silenciosa; qualquer coisa que não tenha aranhas por perto ou luvas com sangue ou...
— Luvas com sangue? — Arthur segurou o rosto dela entre as mãos, surpreso como ela estava gelada. — Que luvas são essas?
— Estas. — Lua tirou cuidadosamente as luvas de dentro de seu suéter. Eram luvas para jardinagem, e estavam sujas de uma substância que parecia ser sangue.
Arthur segurava as luvas precariamente entre seu polegar e indicador, como se fossem uma pinça, para não contaminar as peças com suas impressões digitais. Segurou Lua pelo outro braço enquanto a guiava para a porta.
— Onde você as encontrou?
— Eu ouvi um barulho que parecia ter vindo da adega, mas todos vocês estavam lá fora. Então eu... — começou a contar.
— Que diabos, Lua, não me diga que foi investigar!
— Fui, mas... levei uma faca comigo — explicou.
— Conte essa história desde o início — pediu ele, respirando fundo
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