Estava
tão certo de que Lua Blanco seria como as todas as outras mulheres que
ele conhecera nos últimos dois anos, fáceis e desprezíveis. Mas, por
algum motivo, não conseguira esquecê-la. A lembrança daqueles olhos e
daquele corpo macio vinha à mente nos momentos mais inoportunos.
Irritando-o intensamente.
O brilho de raiva nas
profundezas daqueles olhos afetuosos e o modo como aqueles lábios
carnudos e sensuais se fecharam lhe diziam que a atitude pouco
carinhosa dele só a deixara mais furiosa. Mas isso não o incomodava
muito.
Não numa relação de negócios. Numa relação pessoal, contudo, Arthur achava aquilo muito excitante!
Lua estava linda, vestida com uma camisa creme por dentro de uma saia comprida até o joelho, exibindo pernas longas e sedosas.
Arthur achava que, com
a ausência de seis semanas da galeria de Londres, o desinteresse em
cumprir a promessa de telefonar-lhe a própria insegurança o
assegurariam de que ele iria se esquecer completamente de Lua Blanco!
Mas antes mesmo de ver o quadro, sabia que não conseguira isso.
Arthur ficou sério ao
olhar para onde colocara a pintura, num suporte no canto do imenso
escritório, com um pano para protegê-la. Mas também para que Lua não a
visse antes de estar preparada...
Lua olhou para Arthur de forma severa ao perceber que ele a continuava observando.
Embora estivesse trêmula por dentro, ela juntou as mãos para evitar que Arthur percebesse.
— Desculpe, mas... Você deveria ter me ligado? — perguntou, com toda a frieza que conseguia fingir.
E que era considerável, pelo modo como a boca afinou-se e seus olhos se estreitaram.
— Está certo, Lua, esqueça isso por um momento — disse Arthur.
— E me diga tudo o que você sabe sobre Andre Souter.
Continua.....
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