Por sorte, o leiloeiro percebeu a assinatura de Andre Souter e chamou um amigo em Londres para ver se havia algum comprador interessado em olhar a pintura. Arthur estava interessado e conseguiu que o homem lhe prometesse que não deixaria ninguém mais ver o quadro até que ele chegasse de Nova York.
Uma olhada na pintura, no estilo luminoso que era a marca das obras de Souter, e Arthur soube que tinha de possuir o quadro. A qualquer preço.
Levou algum tempo e foi necessária alguma habilidade para negociar o valor com o novo proprietário e o leiloeiro, antes de trazer seu prêmio para Londres. A prioridade de Arthur fora conversar com Lua Blanco.
Sem dúvida a mulher no retrato.
E, na época em que ele foi feito, a amante de Southern.
Algo que ela parecia negar com firmeza!
Lua deu um passo à frente e, como se estivesse sonhando tocou a pintura, os dedos parando a centímetros da moldura, trêmulos. Ela mal conseguia respirar.
— Quem é ela? — perguntou, emocionada. Arthur deu um passo à frente também.
— Caramba, Lua, é você...
— Não sou eu. — ela virou o olhar para Arthur, sentindo o coração pulsar na garganta. — Olhe de novo — mandou Lua, quase implorando, virando-se para mais uma vez observar a pintura, sentindo uma dor no peito ao fazê-lo.
— Claro que é você...
— Não — interrompeu Lua, calma. — Ela tem uma marca de nascença, Arthur. Olhe. Aqui. — ela apontou para uma marca rosada na curva dos seios, visível um pouco acima da gola do vestido azul. — E olhe aqui.
Ela puxou a gola da blusa que vestia, revelando o próprio seio. Não havia nenhuma marca como aquela... Quem quer que fosse a mulher do retrato, não era Lua. Ela sabia que não era. Mas, se não era Lua, quem...? Não, não podia ser! Podia...? E tudo escureceu de repente...
Continua.....
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