Ela franziu a testa ao procurar na memória por fatos
relevantes sobre o artista, sem ter a menor idéia de por que Arthur estava lhe
perguntando aquilo, a não ser que fosse um esforço da parte dele para provar
que ela não era preparada para o trabalho, tendo assim, uma desculpa para
demiti-la.
Lua engoliu em seco.
— Inglês. Nasceu em
1953. Começou a pintar com 20 anos, principalmente retratos, mas mais
tarde se dedicou às paisagens, mais recentemente sobre o Alasca...
— Não estou pedindo uma biografia do cara, Lua! — interrompeu-a Arthur, levantando-se. — Perguntei o que você sabe sobre ele.
— Eu? — perguntou,
dando um passo para trás, ligeiramente assustada com aquela
agressividade. — Eu acabei de lhe dizer o que sei sobre ele?
— Não seja tão
modesta, Lua — Arthur a interrompeu mais uma vez, rindo com os olhos
azuis. — Não estou pedindo detalhes, apenas confirmando se você o
conhece. E se você pode entrar em contato com ele pessoalmente.
Ela ficou totalmente
confusa. A conversa não parecia ter nada a ver com a noite de seis
semanas antes, nem com uma tentativa de provar que ela era incompetente.
Ao que parecia, tinha a ver somente com Andre Souter. De quem ela era
admiradora, mas que com certeza jamais vira, muito menos pessoalmente.
Ela não assumiria o
relacionamento, percebeu Arthur, frustrado. Bem, o cara era velho o
bastante para ser o pai de Lua, o que talvez explicasse a relutância
dela em falar sobre o assunto. Que seja. Ele estava tentando combinar um
encontro com Andre Souter há anos. Mas pela primeira vez nem os nomes
Arthur Aguiar nem Galerias Aguiar abriram-lhe as portas. E agora
parecia que Lua, entre todas as pessoas, podia ser a chave para tal
encontro.
Além de decidir que
tinha de ficar o mais afastado possível dela no futuro e que não poderia
levá-la para a cama outra vez, ele acabara de descobrir que, se
quisesse chegar perto de Andre Souter com a proposta de uma exposição de
suas obras, então teria de conversar com Lua.
— Veja, Lua, vamos
começar esta conversa novamente — sugeriu. —Aceito que ultrapassei o
limite da relação patrão/empregado com você há seis semanas, do mesmo
jeito que você tem de aceitar que não foi uma escolha só minha, certo?
Continua.....
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