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domingo, 21 de outubro de 2012

jogos do amor capitulo 10


 



- Ainda bem que tomamos café - observou Arthur vinte minutos mais tarde.
Dos seis monitores, somente Chay ainda tinha apetite. Eu já havia trabalhado antes como baby-sitter e professora de educação física e estava acostumada a ficar rodeada por crianças. Mas ali eu descobri que algo acontece quando cinqüenta e oito delas se juntam. Elas descobrem inúmeras maneiras de destroçar os seus sanduíches.
Depois do almoço, dividimos as crianças em quatro grupos - primeira, segunda e terceira séries e os estudantes vietnamitas. Cada líder ficou com um grupo por um turno. Eu me dei bem com o grupo da primeira série, que, ao se separar das outras crianças, ficara repentinamente tímido. Brincamos de "batatinha 1,2,3" de modo bem civilizado e, depois disso, a terceira série chegou num alvoroço.
Muitas crianças já tinham perdido ou rasgado o crachá, e algumas decidiram que seria melhor não me falar quem eram.
- Tudo bem, moçada - disse - Darei um número para cada um. Você é cem. Você é três. Você, dezoito. E você, setenta. Não esqueçam.
- Eu sei o nome deles - se ofereceu uma garota com o cabelo da mesma cor que o meu, preso no alto da cabeça com duas fitas espalhafatosas. Janet. O seu crachá estava em perfeito estado e provavelmente continuaria assim por mais quatro semanas.
- Aquele é o Eugene - denunciou, apontando para um menino com a pele morena e um cabelo preto quase todo raspado.
- Não sou.
- É sim.
- Não sou!
- É sim!
- Ele é o setenta - eu disse firmemente.
Mas Janet estava determinada a entregar todos:
- Aquela é a Maria, o Jackson e o Keith.
As crianças a encararam com raiva. Senti uma vontade enorme de chamá-la de dedo-duro, mas me lembrei que a adulta ali era eu.
Chay me apresentou à senhora Mulhaney, membro da igreja que patrocinava o acampamento. Dirigiu-se às crianças, explicando que havia trazido algo para elas brincarem. Olhei para a caixa e depois para ele, achando que ele estava maluco. Era um conjunto de arcos e flechas. Obviamente, as flechas possuíam uma proteção de borracha nas pontas, mas qualquer um que conhece uma turma de terceira série sabe que basta um objeto diferente para surgirem diversas maneiras de usá-lo.

Continua.....

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