— Está certo, Lua — ele começou, acalmando-se.
— Aceito que seu caso com Andre Souter não seja da minha conta...
— Meu o quê?! — ela balbuciou, sem acreditar, com os olhos arregalados.
— É passado. Eu entendo...
— Passado...! — Lua balançava a cabeça. — Mas eu lhe disse. Eu não conheço Andre Souter! — protestou, indignada.
— Tenho provas do contrário...
— Provas? Veja Arthur,
não sei do que você está falando. — Lua balançava a cabeça e os lindos
cabelos loiros dançavam sobre os seios. — Talvez você esteja cansado da
viagem e isso esteja afetando seu raciocínio. Eu não sei, mas...
— Eu vim de Nova York
na semana passada, Lua — disse-lhe. — E fui informado de que havia uma
possibilidade de uma obra até então desconhecida de Andre Souter ser
vendida no norte da Inglaterra. Como você pode imaginar, eu não
pretendia deixar que ninguém, a não ser a Galeria Aguiar, comprasse a
tal pintura.
— Quando você diz Galeria Aguiar você quer dizer Arthur Aguiar.
— Exatamente. E imagine minha surpresa quando eu vi o tema do quadro!
Lua balançava a
cabeça. Ela não tinha a menor idéia do que Arthur estava falando. Mas
ele, ao que parecia, já estava de volta à Inglaterra há uma semana. Uma
semana e ele não lhe telefonara nem tentara vê-la.
Até hoje. Quando Arthur só a humilhara e a envergonhara.
Se bem que ele também a
pegou nos braços... Para se fazer ouvido. Nada além disso. E
conseguira. Lua reagira ao toque dele mesmo sem querer.
— O tema do quadro...? — ela perguntou, franzindo a testa.
— Sim — respondeu Arthur, observando-a com os olhos estreitados. — Um retrato. Uma mulher. Uma mulher muito bonita, na verdade.
— É uma pintura da fase antiga, então...
— Não — interrompeu
Arthur, seguro do que dizia. — Eu posso afirmar sem dúvida que é um
trabalho recente. Talvez dos últimos cinco anos, eu diria.
Continua.....
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