Páginas

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

jogos do amor capitulo 11



- É por pouco tempo - Chay cochichou em meu ouvido ao sair. - Use uma vez e depois nós guardamos tudo no armário.
Bem, ninguém conseguiu acertar o centro do alvo naquele dia. Mas um menino - eu sei que isso é difícil de acreditar - pegou um esquilo, e eu levei duas flechadas na bunda. Querido setenta.
O arco e flecha deve ter impressionado bastante as crianças. Quando eu retomei para o escritório do acampamento no final da tarde, Hau, Pâmela, Anna e Arthur estavam sentados no chão olhando os desenhos feitos pela turma da terceira série. Eles olharam para mim e sorriram ironicamente.
- Eu estava com medo de ver as mesmas coisas de sempre, aviões e flores – disse Arthur.
Mas não. Ele tinha recebido vários desenhos repetidos de uma garota com uma trança loira e uma flecha fincada na testa.
- Obrigado por ser uma grande instrutora de esportes – elogiou Chay, colocando suas grandes mãos em meus ombros.
- Claro, claro - repliquei, sorrindo. Queria matar o Arthur.Comecei a organizar as crianças para um jogo de "polícia e ladrão". Eu pensei que se começassem a perseguir uns aos outros em um grande campo iriam gastar aquela energia toda. Avistei Chay vindo do centro acadêmico com uma grande caixa. Uma senhora alta e magra o acompanhava segurando outra caixa. Meus dezesseis amorzinhos, reconhecendo Chay como o chefe do acampamento, repentinamente pararam de girar em círculos, arrancar a grama com as mãos e amarrar os cabelos e cadarços dos coleguinhas. Sim, por um momento eles se tornaram anjos.
Naquela tarde, fiz o longo caminho de volta para casa, pedalando lentamente pela faculdade, relaxando um pouco e aproveitando o frescor das árvores. A praça com prédios antigos de tijolos sempre me pareceu muito sossegada. Mais adiante, Kirbysmith se expandia de uma maneira meio desordenada. Prédios novos com uma arquitetura moderna foram sendo dispostos em ângulos esquisitos conforme a faculdade comprava novos terrenos. A maioria deles era feia. Mas, escondido num dos cantos da faculdade, havia um pequeno bosque de carvalhos cortado por um córrego com uma ponte. Foi ali que eu parei.
Queria pensar sobre Luke. Imaginar como ele olharia para mim com aqueles olhos verdes maravilhosos. Quando vi o seu corpo esticado sobre a ponte de madeira, não estava certa se havia imaginado aquilo também. Ele estava tão imóvel que parecia morto. Entrei em pânico.
Continua.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário