Ela
o fitava com certo deboche. Se ele estava tentando se desculpar pela
noite que passaram juntos ou pelo telefonema que ele não deu desde
então, era uma tentativa sofrível. Além do mais, um pedido de desculpas
era ofensivo, para dizer o mínimo.
Lua estivera tão
triste nas últimas semanas, se perguntando o que fizera de errado, o
que fizera para que Arthur Aguiar nem ao menos lhe telefonasse ou
tentasse se encontrar com ela.
E agora ele surgira
inesperadamente, ignorando a noite que passaram juntos antes de
conversar sobre Andre Souter, um artista com uma reputação incrível e
conhecido como um recluso completo há mais de 30 anos.
Lua percebeu que não entendia Arthur. Agora ela o olhava com frieza.
— Isso é tudo?
— Não, claro... — ele respirou fundo. — Você está tentando me irritar de propósito?
Ela franziu a testa, rindo dele.
— Parece que estou fazendo isso sem nem tentar!
Ele relaxou um pouco e um sorriso de diversão surgiu nos lábios finamente esculpidos.
— Agora entendo por que achei você tão intrigante naquela noite — disse Arthur.
Não era o que Lua queria ouvir. Não naquele lugar. Não naquele momento.
Ela passara a primeira
semana em que Arthur estivera em Nova York tendo um ataque de
auto-recriminação, querendo desesperadamente que ele telefonasse para
anular aqueles pensamentos negativos.
Continua.....
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