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quinta-feira, 28 de março de 2013

1º Capítulo de Escrava do Amor



Capitulo Um - Só Mais Um Dia

POV de Lua

Eu observava o teto do nosso quarto, pensando sempre, na mesma coisa. Porque ainda estava casada com Arthur? Simples, eu o amo, às vezes, até de mais para o meu próprio bem. Mesmo após nossos três anos juntos, eu ainda não consegui descobrir porque Arthur me trata assim. Soltei um suspiro e tentei dormir.
Acordei era umas sete e meia da manhã, certo, hora de acordar o Arthur.
- Arthur - eu chamei o sacudindo de leve - acorda. Você tem aquela reunião, lembra?
- Droga - reclamou Arthur rabugento. Ele é sempre assim de manhã, aliás ele é assim comigo sempre.
Ele levantou-se e foi para o banheiro. Suspirei de forma pesada e também me levantei. Tomaria banho depois que ele fosse para a empresa. Arthur era dono da maior empresa de imóveis de Londres, a Lumus. Parece estranho o nome né? Mas Arthur era fissurado pela saga Harry Potter, e achou esse nome adequado. Eu acho bastante exótico, e até chamativo, o que na verdade é ótimo.
Bem, voltando a vida real. Desci as escadas da nossa casa e fui para a cozinha. Preparei ovos com bacon, seu café da manhã preferido e sua vitamina matinal, para mim, escolhi uma torrada com geléia, e uma boa xícara de café.
Arthur desceu as escadas com seu terno preto habitual, seu topete habitual e o seu delicioso cheiro.
- Bom dia - eu disse matinalmente. Era hábito nosso "bom dia".
- Bom dia - não disse?
Tomamos nosso café em silêncio, como sempre. Logo depois, ele saiu para trabalhar e eu fiquei em casa, como sempre.
Depois de lavar a louça, fui arrumar nosso quarto, e no meio dos blazers de Arthur, achei um papel cheiroso, rosa e com os dizeres: Me ligue: .0000-0000 Alice W.
Que raiva. Comecei a chorar, mas nem sei por que, eu sempre achava esses bilhetes nos casacos de Arthur, e sempre vinha um nome diferente. Nunca soube se ele me traia, ou já traiu, eu não duvido, Arthur não gosta de mim, eu sou apenas “ escrava” dele.
Arrumei nosso quarto, meio que chorando, pois olhar para nossa foto de casamento, e lembrar que eu vivia um pesadelo, era horrível.
Decidi tomar um banho, a água quente, caindo em mim era relaxante. Saindo, amarrei meu cabelo, e coloquei uma roupa qualquer, iria ficar em casa mesmo. 
Arrumei a casa, aproveitando o meu tempo livre de sempre, e a tarde, assisti uns filmes, comendo brigadeiro.
Lembrei de alguns momentos que eu e Arthur compartilhamos no namoro, momentos doces, românticos, com amor, e não como agora, onde ele é frio comigo.
Me lembro de cada “eu te amo” que ele me disse, de cada abraço, de cada olhar. E que tudo entre nós mudou, uma semana antes do casamento, ele me tratava diferente, eu sabia que ele tentava não demonstrar, mas era impossível, visto que ele me olhava com raiva.
Até hoje, não entendo, se ele não queria se casar, porque casou? Se me odeia tanto, pra que continuar com essa farsa? Estamos presos um ao outro, e eu nem sei por quê.
Já tentei de tudo, pra saber o que ele tem contra mim, mas sempre levo um tapa, um xingão, e às vezes, nem resposta. Desisti, é claro, mas eu quero descobrir, de verdade.
Só podia contar com Sophia e Micael, meus amigos, que odeiam Arthur, por acaso. Sophia sempre quis dar um tapa nele, bem dado, com seus saltos finos e brilhantes de grife, mas nunca deixei. Micael, sempre quis dar uma boa surra nele, também nunca deixei.
Me deixei chorar de novo, triste e infeliz, sendo a escrava do Arthur, até eu realmente, não sei quando.
POV de Arthur
Porque era tão difícil conviver com ela? Ah, claro, ela é uma víbora, traidora, que age como a santa do ano.
Porque continuo casado com ela? Fácil, Lua é rica o suficiente para eu manter a Lumus funcionando, e meu pai iria me matar, será que todos acham que ela é uma santinha e só eu sei que ela é uma vadia?
Sempre com o sorriso dela, que é lindo, com a pose de queridinha, me deixando como um “vilão”. Que ódio.
Minha mãe, idolatra a Lua como se ela fosse a miss universo querida, meu pai, acha que ela é a esposa perfeita, porque não casa com ela então? 
Os únicos que sabem como eu me sinto são Melanie e Chay, meus amigos de escola, que eu convivo até hoje e sabem tudo sobre mim. Melanie não se da muito bem com Lua, por causa do que eu contei, é sempre um cordial “oi” e “tchau”. Chay é mais relaxado e não é de levar nada pro lado pessoal, mas eu sei que ele tem um pé atrás com Lua.
Mas, o pior de viver isso é ter que fazer pose de casal perfeito pras revistas daqui. Estou sempre saindo em uma o outro com Lua, e aquele sorriso falso está sempre nos nossos rostos.
Hoje, mais um dia aqui na empresa, que tédio. A pior parte é ter um monte de secretárias gostosas, dando em cima de mim, e não conseguir trair a vadia. Eu simplesmente não consigo, é como se um escudo não permitisse tal aproximação!
- Senhor Aguiar? – chamou minha secretária, Carla. A única que nunca deu em cima de mim aqui, até porque ela é casada.
- Sim, Carla.
- O senhor tem que assinar esses dois documentos pra venda do senhor Sally – disse ela.
- Claro. Deixa ai, vou ler e assinar.
- Certo. – ela largou e saiu.
Peguei os documentos e comecei a ver. É, tudo limpo. Assinei e mandei por fax para a Carla.
Peguei uns papéis e vi um bilhete: Gato, porque nunca me liga? Alice W.
Essa garota está me incomodando agora, muito. Ela fica me mandando bilhetinhos toda hora, me ligando, jogando charme. Joguei fora e fui ver meus Emails.
De: Antônio Aguiar
Para: Arthur Aguiar
Arthur, eu e sua mãe, estamos promovendo um jantar aqui em casa, com seus primos.
Terça, as oito horas.
Ah, que ótimo, jantar da família feliz! Iria ter que me fazer de casal perfeito, para eles, de novo. Lua que me aguarde, a se ela der uma fora!
...
Cheguei em casa, mais irritado que o normal, a final, ter que me fingir de feliz, me deixa com raiva, muita raiva.
- LUA! – gritei assim que entrei.
Ela correu até mim, com aquela cara de anjo. Aff.
- Sim, Arthur?
- Amanhã temos um jantar, na casa dos meus pais. Espero que se comporte, se não, vai se ver comigo. – ameacei sem dó nenhuma.
Ela me olhou com medo. Puro fingimento.
- Tudo bem, Arthur.
- Agora vá, quero assistir TV aqui, sozinho.
Ela me olhou e correu pra cima. Ela acha que consegue se fazer de vitima pra mim, grande engano.
Abri a gaveta do armário da sala, com chave e minha e vi a foto que me faz odiar Lua, com todas as minhas forças. Enfiei-a de novo na gaveta e tranquei. 
Me joguei no sofá, e vi qualquer coisa na TV.

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