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domingo, 31 de março de 2013

Jogos do amor capítulo 94 (penúltimo capítulo)





Eu sei que vai gostar.
- É uma pena, mas tenho umas coisas pra fazer. De qualquer modo, foi muito legal você ter me convidado - falei com toda sinceridade. O ideal de namorada do Luke era uma fã extremada, mas, mesmo assim, o seu convite inflou o meu ego.
- Eu... eu acho que devia ter te convidado antes - ele disse, olhando para baixo, e foi embora. Mas a desolação não durou muito: já no meio do saguão Luke havia retomado sua postura de herói.
Depois que o corpo maravilhoso de Luke havia deixado de bloquear a minha visão, eu percebi que Arthur e Anna estavam me observando do outro lado da exposição. Fiquei tensa. Se Arthur fizesse alguma gozação sobre o Ovos Mexidos, eu perderia a cabeça, pensei. Mas Anna disse alguma coisa a ele e Arthur se virou de costas.
Às três horas, as crianças fizeram a última fila para o ônibus, segurando orgulhosamente seus prêmios e desenhos. Foi uma despedida com muitos abraços e olhos vermelhos de choro. Parecia que aquela era a semana das despedidas difíceis.
Quando o ônibus finalmente partiu, eu e os outros monitores ficamos parados acenando para as crianças. Mas depois de percorrer uns seis metros, o ônibus parou de repente e deu marcha a ré. Por um momento, ficamos todos curiosos para saber o que estava acontecendo. E então, a porta se abriu. Miguel saiu e, com o seu desenho na mão, correu até onde eu estava.
- Pra você.
- Pra mim? Quer que eu fique com ele? - perguntei, olhando a menina com a camiseta de corações.
Ele sacudiu a cabeça, mantendo os lábios fechados.
- Quando você for um jogador famoso, eu posso levar esse desenho pro estádio e pegar um autógrafo?
Miguel me abraçou, depois correu para o ônibus.
Voltamos em silêncio para o escritório. Era a hora de colocar as coisas no lugar, e eu acho que todos estávamos felizes de ter algo para fazer enquanto pensávamos nas crianças.
Peguei um equipamento que havíamos tomado emprestado e levei para o ginásio. Não demorou muito tempo para guardar as bolas e as redes nos armários. Era tentador ficar ali e fazer algumas cestas, esperando que todos fossem embora e evitar, assim, mais uma seqüência de despedidas. Escolhi uma bola de basquete e fui para a quadra. Na linha de arremesso, quiquei-a algumas vezes e me preparei para arremessar.
- Fora!
Virei a cabeça para encarar Arthur.
- Quando eu arremesso, eu não perco.
Ele ergueu as sobrancelhas.
- Joguei. Perdi.
Ele agarrou a bola e passou por mim driblando.
- Preciso guardar a bola agora - falei, estendendo a mão.
- Eu preciso conversar - ele retrucou, quicando a bola perto de mim.
- Então, fique aqui e converse, se você quiser. Eu vou guardar essa bola - roubei a bola dele, mas, na mesma hora, ele agarrou meu braço.
- Nós temos que conversar.
- Eu não consigo achar uma boa razão pra isso.
- Lua, você tem andado tão triste. E eu não sei o que fazer pra te ajudar - ele disse. A expressão de seu rosto era mesmo de preocupação, o que quase partiu o meu coração.
- Por favor, não faça nada - disse a ele, passando os dedos pela bola de basquete. - Não é um problema seu, Arthur.
Saí de perto dele.
- As coisas não andam muito bem, é verdade, mas fui eu que me meti nessa.
- Não - ele retrucou. - Fui eu que coloquei a gente nessa. Quando eu comecei a fazer o jogo da Pérola com você.

Continua.....

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