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quarta-feira, 27 de março de 2013

Amor Por Contrato / 1° Capitulo

Amor Por Contrato



- Eu sei, eu sei Sophia ! - Lua disse com o celular apoiado no ouvido e no ombro – Mas eu não estou atrasada! - mentiu
- É claro que esta ! - Sophia ralhou do outro lado da linha – Eu te conheço Lu.
E conhecia mesmo. Ambas costumavam dizer que eram des-gemeas. Irmãs de alma. Sophia com os cabelos louros e extremamente lisos, e Lua com cabelos loiros caídos em cachos bem cuidados.
- Vou desligar, tenho que estacionar.
Mal tinha terminado de falar e já tinha jogado o celular no banco do passageiro ;
- Ai caramba, ai caramba, uma vaga, uma vaga … - ela dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado – Aha ! - ela disse sorrindo quando finalmente avistou uma vaga, ao longe.
A sua esquerda um carro esportivo vermelho, parecia também procurar uma vaga.
- Ah não ! - ela disse acelerando o seu carro.
Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir.
- Toma essa idiota. - ela disse olhando pelo retrovisor.


Como resposta, o esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira.
- Caia fora, caia fora … - ela repetiu.
O motorista do carro acelerou e lhe cortou bruscamente a frente, obrigando-a a frear.
Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Lua furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou:
- Essa vaga era minha idiota. - ela disse gritando
Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele um homem bonito e vestido de terno e gravata desceu com uma pasta na mão :
- Não vi seu nome escrito nela. - ele disse com um sorriso debochado
- Ora seu … - Lua praguejou – você não tem educação ? Seu … seu … argh ! - ela disse batendo o pé no chão e bufando. Um costume que tinha quando estava furiosa.
- Procure outra vaga fim de papo. - o homem disse trancando o carro
- Minha vontade é de te atropelar, idiota, fim de papo. - ela ameaçou sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta.
- Maravilha, estou atrasada ! - ela disse arrancando com o carro em busca de outra vaga. Quando finalmente achou uma e estacionou desceu do carro as presas, se equilibrando no salto alto que usava.
Entrou pelo grande e luxuoso hall da empresa mexendo na bolsa.
“Onde foi que eu coloquei aquele papel !” - ela dizia em pensamento - “Droga, droga, droga!”
A porta do elevador se abriu e ela apressou o passo para alcançá-lo a tempo.
- Oh achei ! - ela disse sorrindo ao pegar o papel onde havia anotado o andar.
A música lenta e casual do elevador lhe inundou os ouvidos.
- Olha só o meu cabelo … - ela disse olhando seu reflexo no metal – Que coisa lamentável.
- Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial ?
Ela levantou os olhos viu o mesmo homem do estacionamento. atrás de si.
- Não te interessa. - ela disse viando e apertando o número do seu andar
- Quanta educação. - ele disse ainda com aquele maldito sorriso irônico – Você achou uma vaga afinal ? Nesta estava escrito o seu nome ?
A ironia pingava de cada palavra dele.
- Desculpe, - ela disse forçando um sorriso – sei que você esta tentando descobrir meu nome, mas mamãe disse para eu nunca discutir com idiotas, porque eles acabam nos rebaixando ao nível deles e ainda ganham por experiência. Por isso não vou discutir com você. - a porta do elevador se abriu – Tchau idiota .. - ela disse lhe mandando um beijo no ar.
Ela verificou o papel mais um vez, e começou a caminhar em direção a mesa da recepção.
- O senhor Aguiar, já deve estar chegando, - a recepcionista simpática lhe disse sorrindo – ele teve que resolver um assunto no andar de cima.
- Oh, sem problemas. Tenho certeza que ele deve ser um homem muito ocupado. - Lua disse sorrindo e tomando mais um gole de café.
Na verdade ele podia demorar o tempo que fosse, desde que lhe contrata-se.
Quando Lua ingeriu a ultima gota de café a porta do elevador abriu e a recepcionista levantou-se sorrindo :
- Oh, Senhor Aguiar. Que bom que chegou, esta é Lua Blanco, sua futura secretária.
Lua virou com seu melhor sorriso, e então logo ficou seria.
- Você que é o tal Aguiar ? - ela perguntou com a voz áspera enquanto erguia uma sobrancelha e o olhava dos pés a cabeça – Eu não acredito ..
O tão famoso e aclamado Aguiar, não passava de um mau educado e completamente idiota roubador de vagas de estacionamento ?! Argh! Só podia ser brincadeira !
- E o seu nome é Lua Blanco ? - ele disse sorrindo irônico – Vejamos como este mundo é pequeno.
Lua queria socá-lo. Ela realmente queria socá-lo! Socá-lo e xingá-lo de mil e um palavrões possíveis. Mas não podia. Precisava daquele emprego. Assim como também precisava da boa quantia que pagavam do salario.
- Pois é. Muito pequeno. - ela respondeu corando
- Mel, - ele disse para secretaria sem afastar o olhar do de Lua – quero o currículo e a carta de recomendação dela em minha mesa.
- Sim senhor. - a morena assentiu se apresando em buscar o que ele pedira
- Até mais Lua Blanco. - ele disse sem tirar aquele maldito sorriso do rosto.
Lua continuou quieta. Se falasse mais alguma palavras com certeza seria um insulto.
“Oh droga, oh droga, oh droga !” - ela repetia em pensamento “Estou frita, definitivamente frita!”
Ela tinha certeza que ele não ia contratá-la. Ela o havia chamado de idiota. E não tinha sido somente uma vez …
- Lua Maria… - Mel disse lhe tocando o ombro
- Sim ?
- O Senhor Arthur mandou avisá-la que dentro de alguns minutos, quer que você se junte a ele em sua sala.
- Algum problemas ?
- Não, - ela disse simpática - somente porque no seu caso ele fez questão de fazer a entrevista.
“Oh sim claro para poder me dar ele mesmo um chute na bunda... Oh droga, oh droga ! Droga !”
- Acalme-se, - a morena disse percebendo seu nervosismo – ao contrario do que dizem os jornais e as revistas de fofocas, ele é muito cavalheiro.
Lua forçou um sorriso.
Só se ser cavalheiro agora tinha mudado de sentido e significado, ao contrario Aguiar não passava de um ogro.
Demorou pouquíssimos minutos até que a morena “simpática” lhe conduzisse pelo corredor em direção a sala dele.
Na ultima porta do corredor, a morena parou deu duas batidas e abriu a porta fazendo sinal para que Lua passasse.
A sensação era igual a se estivesse entrando dentro de um jaula cheia de leões. A diferença é que atrás da grande e sofisticada mesa, encontrava Arthur Aguiar, sentado em sua cadeira, esperando por ela.
- Obrigado Mel. - ele disse sério – Pode ir agora.
 
Continua.... / postei bastante pra compensar esses dias ;)

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