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quinta-feira, 14 de março de 2013

Doce amor capítulo 58 e 59





O chá, onipresente em todas as ocasiões do gênero, foi servido, embora Henry pedisse desculpas o tempo todo por não terem champanhe para celebrar o feliz casal.

Arthur viu que Lua se encolheu diante daquela descri­ção. Ele estava certo de que se comportaria como se fos­sem mesmo um casal feliz. Mas parecia que Lua diria a verdade a qualquer momento, sem se importar com as conseqüências...

— Chá é ótimo, senhor — tranqüilizou Arthur, pegan­do a xícara. — De qualquer modo, Lua não pode beber champanhe nesta condição — ele afirmou. — Não antes do bebê nascer, daqui a sete meses, mais ou menos.

Lua olhou incrédula para Arthur ao perceber como os pais reagiram àquela notícia inesperada. Mas tudo o que viu nos olhos de Arthur foi um brilho de desafio. Ela não tinha como escapar. Aquele olhar fixo era cla­ro. Lua pertencia a ele. O bebê pertencia a ele.

Estava hesitante. Olhando para os pais, ela se pergun­tava se eles a entenderiam e a ajudariam caso não lhes falasse nada sobre a gravidez. Mas do modo como Arthur a anunciou, não havia como mantê-la em segredo.

— Mamãe, papai. — Lua se virou ansiosamente para os pais. — Eu não quis lhe contar assim tão bruscamente. Ela deu um olhar de censura para Arthur antes de atra­vessar a sala para tomar as mãos da mãe. — Mas Arthur e eu estamos mesmo esperando um bebê, para o começo do ano que vem.

— O que significa que o casamento vai acontecer logo — acrescentou Arthur, embora não tivesse mencionado to­dos os detalhes para Lua. — Meus advogados já estão preparando os documentos.

Os advogados...!

Por que os advogados de Arthur estavam tratando dos preparativos? A não ser que ele quisesse que ela assinasse um acordo pré-nupcial, ou algo parecido...
Bem, Lua não assinaria nada disso. Nem agora. Nem nunca. Mas esse não era o momento de brigar. Ela estava preo­cupada demais acalmando os pais, ainda em choque, para se ocupar com Arthur e seus planos maquiavélicos.


— Talvez um pouco de xerez seja bom — disse o pai, indo até o bar para servir três taças.
— Queremos que você e o papai estejam em Londres para o casamento, claro — disse Lua à mãe, carinho­samente. — Na verdade, vocês provavelmente serão os únicos convidados! — ela não fazia a menor idéia de que preparativos ele estava combinando com os advogados, mas duvidava de que Arthur estivesse planejando alguma festa.
— De jeito nenhum, Lua — intrometeu-se Arthur, cal­mo. —A menina que divide o apartamento com você tam­bém será convidada, claro. E qualquer amigo que você queira. E eu decidi fechar a galeria no dia do casamento, assim todos os funcionários poderão estar presentes tam­bém. E meus
pais estarão lá, claro. Assim como minha irmã caçula e a família dela.

Lua não podia acreditar. Ela pensava que o casa­mento seria algo quase secreto e agora Arthur lhe dizia que estava convidando metade de Londres e todos os familiares.

— Eu estava querendo fazer uma surpresa, querida — murmurou Arthur, aproximando-se de Lua para beijá-la de leve nos lábios e a envolvendo com um braço.

Para impressionar os pais dela, claro.

— Vamos dar um jantar num dos melhores hotéis de Londres — ele disse, mantendo-a bem presa ao lado. —Acho que será melhor reservar-lhes algumas noites ex­tras. Tenho certeza de que Lua vai querer que sua mãe a ajude a se aprontar.

Lua se perguntava de onde estava vindo aquele cui­dado todo. Arthur já se casara uma vez, e por isso estava mais acos­tumado aos preparativos, mas mesmo assim...!

— Só estamos preocupados com uma coisa — ele disse, virando-se para Henry e Maria. — Claro que Lua me contou que foi adotada. Tenho certeza de que ela era um bebê irresistível — acrescentou, ao ver que o pai dela franzia a testa. — Estávamos apenas pensando se vocês têm alguma informação sobre os pais biológicos dela. — Arthur olhava para os dois, curioso. — Porque, já que Lua está grávida, seria útil ter um histórico mé­dico da família — explicou, usando todo o charme que possuía.

Lua não tinha certeza de que os pais cairiam naquela. Henry ainda estava de cara fechada e Maria estava um bo­cado ansiosa.


Continua.....

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