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domingo, 31 de março de 2013

5º Capítulo de Escrava do Amor



Capitulo Cinco – Traição

POV de Lua
Que noite mais perfeita! Senti Arthur incrivelmente entregue a mim, de uma forma indiscutível. Será que dessa vez, tudo vai mudar? Eu espero, realmente.
Acordei primeiro, então decidi fazer um café na cama especial. Torrada com manteiga, melão e suco de frutas para ele, e para mim, cereal com Nescau. Subi as escadas com a bandeira na mão, e com um sorriso no rosto, até ver a cena: Arthur totalmente vestido, e pegando sua maleta.
- Fiz nosso café – eu murmurei colocando na cama a bandeja.
- Não precisava se incomodar – ele me disse tranqüilo. Segurei o choro e comecei a comer.
- Está tudo bem – eu murmurei novamente. Peguei uma colherada de cereal antes que eu chorasse.
Arthur pegou uma torrada na mão, tomou o copo de suco em um gole só e pegou sua maleta.  
- Devo chegar bem tarde hoje, depois das duas da manhã, tenho reunião. Não me espere – ele disse saindo.
- Tchau – eu murmurei finalmente soltando as lágrimas. Joguei a bandeia no chão com raiva e me atirei na cama chorando
Como ele pode ser assim? Depois da nossa noite, ele me trata feito um lixo. Eu preparo um café ele simplesmente me diz que não era pra me incomodar, agindo como se nada tivesse acontecido! 
Chorei a tarde toda, no colo de Sophia. Eu liguei para ela, que veio correndo. Quando contei, ela quis matá-lo, mas eu disse que não era culpa dele, totalmente, a final, eu me iludi de novo.
- Amiga, você precisa de uma balada!
- Que? Não?! Deixa eu chorar em paz Sophia – pedi me encolhendo na cama.
- Nada disso! Levante e se arruma! Hoje você vai sair dessa tristeza toda ou eu não me chamo Sophia Abrahão!
Eu ri da sua animação e me deixei levar.
...
A musica tocava incrivelmente alta dentro do local.
- Ai, faz tanto tempo que não venho em uma balada – suspirei – já me sinto melhor.
- Viu? Agora vem, vamos pegar uma bebida – disse Sophia.
Ela me puxou até o bar e pediu duas caipirinhas pra gente. Bebíamos e dançávamos.
Narrador
A cada gole, Lua ia ficando mais bêbada. Conversava com Thiago Amaral, um homem que conheceu ali, e que se mostrou muito amigo.
- Lua você está muito bêbada, é melhor ir dançar um pouco – disse Thiago solidário.
Lua apenas sorriu embolada e foi com ele. Sophia observava de canto, com certo receio, afinal, sabia que Lua quando estava bêbada...
Uma musica lenta começou a tocar e Lua se agarrou no pescoço de Thiago.
- Tem tanto tempo que eu não me sinto assim – ela suspirou.
- Vai ver só precisava se distrair. – disse Thiago a abraçando.
- Muito – disse Lua se soltando do abraço.
Se encararam meio que dançando e parados. Aproximaram os rostos e encostaram os lábios.
Sophia colocou a mão na boca de onde estava parada. Não sabia o que fazer. Observava Lua e o seu novo amigo se beijara com velocidade. Lua agarrava a nuca de Thiago, e ele, a segurava pela cintura. O beijo foi parando aos poucos, com muitos selinhos. Lua voltou a abraçá-lo e a dançar.
POV de Lua
Acordei com uma dor de cabeça enorme. Estava atirada em uma cama desconhecida.
- Até que enfim! – disse uma voz conhecida. Abri os olhos novamente e vi Sophia – aleluia acordou.
- Ai que dor de cabeça! – reclamei ainda deitada.
- Também, você bebeu litros de álcool ontem – disse Sophia brava.
- Sério? Eu não me lembro de nada. – eu me sentei na cama, com a mão na cabeça.
- Nada mesmo? – Sophia me perguntou.
- Só até a hora que chegamos e começamos a dançar – eu respondi – Sophia o que aconteceu?
- Você não vai gostar nada do que eu vou falar – disse Sophia.
- Diz logo – pedi muito nervosa.
- Você ontem, quando tava bêbada, começou a falar com um cara, ai foram dançar e vocês se beijaram. Resumindo: você traiu o Arthur. – disse Sophia.
Meu mundo parou aqui mesmo. Como assim eu trai o homem da minha vida?
- Não – eu sussurrei.
- Sim, infelizmente sim. E não foi só um beijo, foram muitos beijos e teria ido pra mais se eu não tivesse te tirado dali – disse Sophia.
- E porque não me parou quando tudo começou?
- Como você acha que eu ia fazer isso? Eu fiquei um bom tempo em choque também – disse Sophia – e no começo, pensei que fosse uma boa lição por Aguiar, mas você não estava sóbria, estava agindo sem pensar, e eu sei que você não queria isso no seu consciente. Então, te impedi.
Comecei a chorar aqui mesmo. Como eu pode fazer isso? Como eu pude trair o meu marido? O homem que eu amo! A minha vida, o meu tudo! Aquele quem eu me dediquei desde os dezessete anos, mesmo com ele me tratando mal, a final, quando tudo começou, eu sentia que ele me amava, de verdade, mas agora, não isso não justifica o que eu fiz! Nunca vai justificar!
- Amiga – disse Sophia me abraçando – relaxa.
- Como eu vou relaxar? Eu o trai o amor da minha vida! O meu marido! O homem que eu sempre disse que minha boca seria só dele, desde o dia em que começamos a namorar. Minha boca, meu corpo, meu coração.
Apertei o abraço de Sophia e chorei, o quanto pude.
...
Já estava anoitecendo quando decidi voltar pra casa. Fiquei o dia todo sem dar noticias e não ideia do que falar para Arthur quando chegar.
Me despedi de Sophia e de Micael, que havia chegado, e contamos a história. Ele ficou muito surpreso, e só me abraçou. É por isso que eu amo esses meus amigos. 
Assim que entrei em casa, dei de cara com o Arthur, que andava de um lado pro outro, mexendo no telefone. 
Me deparei com seus braços me envolvendo em um abraço, e o abracei, a final, esse abraço sempre acalmou. Ele me soltou e me lançou um olhar furioso.
- Onde se meteu? Está fora de casa há DOIS DIAS! – ele quase gritou.
- Desculpe – eu murmurei – estava na Sophia...
- E custava avisar? Arthur, estou na Sophia! – disse quase gritou de novo.
- Acabou a bateria...
- E existe telefone fixo pra que?
Comecei a chorar, me lembrando do que eu realmente tinha feito.
- Me perdoa... Eu juro que não faço mais... Eu só estava tão entretida que me esqueci... Juro que nunca mais... – eu disse chorando. Era pelos dois lados, o meu lado de traição e o lado dele de sumiço.
- Tudo bem Lua. Só nunca mais faça isso. Fiquei preocupado – disse Arthur me abraçando. Aproveitei esse abraço o quanto eu pude, a final, era muito raro eu ganhá-lo. Me aconcheguei em seus braços, tentando esquecer o que fiz, mas eu me sentia suja. 
Comecei a bocejar de sono e Arthur em um gesto doce, me pegou no colo. 
- Você está caindo de sono, aposto que passou a noite toda acordada com Sophia – ouvi ele murmurar baixinho e rir baixinho também. Ele me deitou na cama, e tirou a minha roupa, colocou uma camisola em mim, tirou meus sapatos e me tapou. Senti ele logo se deitar também, me trazendo para perto dele e me abraçando. Meus olhos se fechavam lentamente, e só consegui dizer duas palavras antes de cair em sono profundo:
- Meu perdoe.

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