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sexta-feira, 22 de junho de 2012

web O professor capitulo 78

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Ela entendia o que ele queria dizer.

“Também não sei explicar Arthur, também não sei, mas é fantástico não é?”

Ele apenas sorriu.

“Não preciso de explicações”. – ela disse aninhando-se aos braços dele.

Arthur fechou os olhos, tentando recuperar o ar. Teriam que sair dali em alguns minutos, mas ela, ele tinha certeza, não sairia mais de sua vida. Não mesmo.

Como tudo o mais que é bom, a estadia em Madeira também encontrou seu fim.

Lua não podia dizer que não havia aproveitado bastante a viagem, mas ela certamente escolheria ficar um pouco mais no local se pudesse.

No último dia de hospedagem, Arthur e ela fizeram amor por tantas vezes e de tantas formas diferentes que durante o vôo foi até possível manter o moreno em seu lugar, embora ele fosse muito persistente e muito bem sucedido na arte de manipular as sensações e os sentimentos das pessoas.

Fora o que fizera com ela, concluiu Lua, depois de se despedir dele, antes de subir para seu apartamento. Ele a manipulava, a controlava de certa forma que ela perdia toda a razão, a vontade própria e a moral.

Assustou-se ao perceber que não se importava de perder nada disso se fosse o preço para ter Arthur ao seu lado.
Não só por dois meses, não só durante essa ridícula proposta de vingança. Mas, para sempre.

Desde que haviam voltado para casa, desembarcado do avião, para se dizer com mais precisão, ainda não haviam se desgrudado, Arthur estava todo cheio de cuidados, de carinhos e gracejos e ela se sentia no céu com isso, como se fossem realmente namorados, perdidamente apaixonados um pelo outro.

Ela só tinha duas certezas, a primeira era que ela sentia isso tudo por ele e a segunda era que ele não a correspondia da mesma forma.

Como poderia? Como ele poderia amar de forma tão intensa alguém como ela?

Ao pé do edifício onde morava, Arthur lhe dera uma triste notícia.

"É uma viagem rápida, apenas três dias. Vou a negócios" Ele lhe balbuciava, como se não quisesse tocar no assunto. "Volto correndo para os seus braços, olhos lindos"

Mas, a verdade era que Arthur precisava se ausentar três dias para preparar uma surpresa para ela, onde, enfim, pediria sua mão em casamento.

“É uma mentira do bem” Ele dizia para si mesmo, rindo por dentro “Vai valer a pena, loira! Espere só!”

E os três dias se passaram e Lua sentia-se cada vez mais sufocada, mais angustiada e absurdamente desejosa. Queria Arthur com ela, precisava de Arthur com ela e não suportava mais a idéia de viver com ele, nem sequer conseguia cogitar essa possibilidade.

No dia marcado para o retorno dele, Lua acordara cedo, fora trabalhar antes do horário e ficara o dia inteiro desatenta, aérea, olhando o relógio de instante em instante.

Ao final do expediente praticamente saiu correndo do edifício do trabalho, gaguejando um cumprimento rápido à secretária e à Pedro que passava em frente à sala dela bem na hora.

Lembrava-se do que Arthur dissera: “Pode me esperar em casa no terceiro dia, meu porteiro te deixará entrar”
De fato, o porteiro já a conhecia e sorriu para ela como se já a estivesse esperando.

Entrou apressada ao apartamento dele, inspirando o ar com força, o lugar estava carregado com a fragrância dele e Lua percebeu com um sorriso de satisfação, que também havia um pouco de si mesma naquele pequeno lar.

"Vou preparar sua comida favorita" Disse empolgada para as paredes e seguiu para a cozinha.

Ascendeu o fogo e colocou uma panela com água e óleo para esquentar e começar a fazer o macarrão quando o telefone começou a tocar uma, duas, três vezes.

Insegura e alarmada, Lua demorou-se no dilema entre ficar de olho nas panelas do jantar surpresa de Arthur ou atender ao telefone que, afinal, podia ser importante, podia até mesmo ser ele! Sabendo que ela já estaria ali.

Com esse pensamento, não se conteve e correu para a sala, quando chegou ao cômodo a mensagem da secretária eletrônica de Arthur já estava no final.

"...Logo após o bip."

Lua hesitou e estendeu a mão ao telefone, até que ouviu o começo da mensagem e estarreceu.

"Oi Arthur, aqui é a Ray, Rayana Carvalho, você não se esqueceu de mim, não é?Bom, eu acho que não, afinal você repetiu tanto esse nome ontem, não foi moreno? Foi tão inexplicável pra você quanto foi pra mim? De qualquer forma, estou ligando para agradecer pelas maravilhosas horas de prazer que compartilhamos ontem, amor. E que seu apelido carinhoso ainda está me fazendo rir que nem boba. Nunca ninguém havia me chamado de olhos lindos, acredita nisso? Me liga quando chegar em casa, tá? Estou morrendo de saudade, beijinhos da sua deusa."

A linha caiu e Lua foi junto com ela.

Continua.....

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