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terça-feira, 26 de junho de 2012

web O professor capitulo 83

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E agora ele sabia que o maldito Pedro estava fora da cidade numa conferencia. Isto era a única coisa que lhe mantinha totalmente são, pois sempre que pensava em Lua nos braços de Pedro, seus piores instintos afloravam e muito lhe custava permanecer onde estava em vez de agir como um homem das cavernas e ir buscá-la pelos cabelos depois de assassinar Pedro brutalmente.

Fora acusado injustamente e isto estava lhe corroendo. Não fazia a menor idéia de quem fosse Rayana Carvalho, mas sabia que era armação. Tanto quanto sabia que o autor dela era Pedro. O golpe era baixo e mesquinho, assim como ele.

Pegou o telefone e começou a discar o numero dela, mas antes de terminar desligou o telefone com um baque surdo e sentou esfregando as mãos no rosto com impaciência.

Vinha sendo assim todos os dias desde que romperam, dez, quinze, até mesmo vinte vezes ao dia. Ele ficava ouvindo as mensagens de texto que ela lhe mandara, algumas sutis, outras mais sensuais. Olhava as fotos que tinham tirado juntos, estava completamente enfeitiçado.

Em vez de ligar para ela, ligou para o irmão Lucas, tenente da Scotland Yard.

“Lucas, é Arthur. Alguma novidade?”

“Não Arthur, nada ainda. Eu ainda não consegui autorização para fazer uma busca. Mas tenho certeza de que o promotor autorizará hoje”.

-“Mas eu prestei uma queixa.”

-“Eu sei Arthur, mas acontece que a situação é inusitada. Tive que enfrentar muita gozação aqui. O pessoal não acredita que você deu queixa de trote, ainda mais um trote sensual como aquele. O promotor acredita que você dormiu com a garota e agora quer tirar o corpo fora”.

“Mas que inferno, eu não conheço esta mulher.”

“Eu sei Arthur, mas não é o suficiente. Tenha paciência.”

“Não posso ir até Lua antes que eu tenha uma prova de que não conheço esta mulher Lucas.”

“ Eu sei Arthur, mas não posso fazer mais do que estou fazendo.”

“Pode sim. Pode conseguir isso num piscar de olhos por baixo dos panos. – ele disse mais irritado”.

“Não é assim que eu trabalho Arthur e sabe disso.”

“ Mas Lucas...”

“Ouça sei que está apaixonado e respeito isso. Mas em primeiro lugar, sua garota deveria ter acreditado em você.”

“Não é tão simples assim...”

“Não estou dizendo que é, apenas estou lhe pedindo calma. Estou fazendo isso por que acredito em você, mas tenho de ouvir coisas que você nem imagina. Chegaram a dizer que meu irmão é gay e está ofendido com uma ligação de uma mulher. Nem todo mundo foi criado como nós, acreditando no amor e na fidelidade Arthur. E se fizermos tudo dentro da lei e você estiver mesmo certo, posso conseguir um processo para Pedro.”

Esta fora a melhor parte da conversa.

“ Não deixe de me avisar”. – Arthur disse derrotado.
“Será a primeira coisa que farei. Agora acalme-se.”

“Certo, Lucas. Obrigado. Tchau.”

Ele desligou.

Quanto tempo mais teria que esperar?

Depois da briga, com raiva, ele quis dizer a si mesmo que era apenas por que ele ainda a desejava, mas logo admitira estar mentindo. Sentia falta do corpo dela, sim. Ardia por ela todas as noites. Lembrar de tudo o que compartilharam lhe tirava dos eixos e das orbitas, mas não era só isso.

Sentia falta da voz dela, do sorriso, até mesmo das reclamações. Daquele jeito decidido e rígido que ela tinha. Sentia falta do rubor que surgia em sua face quando o enlevo de paixão se dissipava e ela percebia o que haviam feito.

Sentia falta dela. Estava apaixonado por ela.

Não. Era mais que paixão, era amor. Amava Lua Blanco e por isso, aquela maldita caixinha de veludo que carregava um solitário caríssimo de diamantes ainda estava em cima de seu criado-mudo. Como se ela fosse aparecer a qualquer instante e cair em seus braços.

Um mês inteiro sem nem ao menos ouvi-la. Ele não estava mais agüentando.
Para Lua não foi muito diferente. Ela enclausurou-se em sua casa e afogou-se no trabalho. Não conversava com ninguém.

A dor lhe corroia.

Continua.....

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