Amigos!!!!
Me recusava a levantar e ver a bagunça da festa que eu não presenciei ontem, preferi ficar no meu quarto e não desmarcar nada, podia ouvir o som alto e barulho de pessoas, eu nem dormi, apenas fiquei quetinha em meu quarto, não deixando ninguém entrar.
- Luh – uma voz masculina bateu na porta do meu quarto – é o Chay – ele bateu mais uma vez – eu sei que você ta acordada minha filha – ele insistia.
- E daí? – eu disse escondendo a cabeça em baixo do travesseiro.
- E daí que não vai adiantar nada se esconder – ele disse e fazia sentido, eu sei. Caminhei lentamente até a porta e encontrei Chay ali, parado com um sorriso de alivio no rosto.
- Vem cá linda – ele me puxou para um abraço firme, de carinho – ta chega – ele riu de canto – isso ta meio meloso – soltei uma risadinha pequena, meio forçada.
- Não é o sorriso que eu queria – ele acariciou meus cabelos – mas é um começo.
Eu não sabia, mas a dor da saudade é grande, é lembrar de uma coisa que voltará acontecer, é não ver nada além de simples vultos de um passado, imagens e pequenos fatos que já passaram por você. É uma dor vazia, é uma foto, apenas uma foto em um papel, não são nada além de flashs, não há mais o toque, não há mais o carinho, não há os sorrisos, apenas a imagem deles, as sensações e os sentidos foram embora, dando lugar apenas a visão turva e fraca de uma lembrança.
- Vai me dizer o que ta pensando? – ele afagou meus braços – ou vai me deixar curioso? – dei um sorriso pequeno e ele retribuiu
- To lembrando do Bê – eu disse com um sorriso em linha reta
Ele me abraçou mais forte, e eu encostei a cabeça em seu peito.
- E vai ficar só lembrando? – ele me perguntou agora se abaixando para olhar em meus olhos – Sabe – ele se sentou em minha cama e bateu ao seu lado para mim sentar – eu sempre quis ficar com a Soph, mas nunca contei a ninguém por medo, de levar um fora, ou simplesmente por ter medo de me apaixonar de verdade e assumir isso – ele segurava minha mão – o medo estraga as pessoas Luh – ele riu olhando para o teto – eu não te conheço bem, mas sei que você não é o tipo de garota que tem medo – ele afagou com o polegar minha mão e me deu um beijo na bochecha me deixando sozinha com meus pensamentos.
Me vesti http://fashion.me/looks/2230040/14 e fui dar uma volta, deixei que minha mente ficasse em branco, sem nenhum pensamento para me importunar,os barulhos de carros estavam me irritando, e impedindo que minha mente viajasse. Peguei um ônibus e fui para um local meu, pena que ele já havia sido ocupado, sentado na pedra, encarando o mar estava Bernardo, ele não se mexia, parecia cada vez mais distante, novas lagrimas se formaram em meus olhos, mas eu não as deixei cair.
- Sabia que você viria – ele disse sem me olhar.
- Eu não sabia que você estava aqui... – disse olhando de lado
- Eu imaginei isso também – ele forçou um sorriso
- ... ( silencio)
- Não eram para as coisas ficarem assim – ele disse suspirando
- ninguém quis assim Bê – eu disse o abraçando de lado, ele parecia tenso, mas aos poucos cedeu ao abraço
- Eu errei – o olhei atenta – eu sabia que você não gostava de mim da mesma forma que eu gosto de você
- Mas eu te enganei – disse o defendendo – eu disse que poderia gostar – Ele apenas bufou e colocou a cabeça entre as mãos escoradas nos joelhos.
- Eu fui um idiota de fazer toda essa cena não é? – ele se xingava bravo – Mas eu não sei, eu me senti traído, magoado por você, sabe? – eu assenti – eu confiei tanto em você, eu acreditei tanto que esse sentimento virou amor... – ele começou a falar rápido
- Shh – eu o calei – Bê, eu te entendo, e não to pedindo que me perdoe aqui, eu errei e muito com você – ele concordou e abaixou a cabeça – Mas eu não acho justo você acabar com a banda assim – ele me olhou.
- A banda não acabou – ele disse tenso e frio.
- A quanto tempo vocês não ensaiam? – ele pareceu pensar - A banda sempre foi um sonho, e não é porque você não quer falar comigo ou com o Arthur que isso vai acabar.
- Eu sei, não tinha pensado assim – ele falou – Mas só de pensar e estar no mesmo cômodo que o Aguiar... – ele fechou a mão em punho.
- Vocês sempre foram amigos – eu retruquei.
- Nós também sempre fomos amigos – ele se afastando de mim – Olha Lua, eu to muito machucado com tudo isso, e se você veio a pedido do Aguiar para a banda ensaiar, fica tranqüila, eu vou voltar a tocar – ele disse apontando para a estrada – agora, me deixa sozinho – ele falou frio, eu assenti nós dois precisávamos de um tempo para assimilar tudo o que aconteceu, eu sabia que ele ainda gostava de mim, eu ainda sentia o mesmo por ele, mas ambos saíram feridos disso tudo, fui caminhando pela praia, hoje cheia de turistas e pessoas desocupadas, hoje começa dezembro,época do provas finais, formatura dos alunos do 4 ano, baile de final de ano, tanto coisa para pensar, e tão pouco tempo. Voltei para a casa (de ônibus) e encontrei Pedro e Rayana no sofá.
Autora: Letícia Martin
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