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quarta-feira, 13 de março de 2013

Doce amor capítulo 57





Lua estava chorando. As lágrimas rolavam por sobre o rosto. Parecia impossível controlá-las. Arthur ia pensar que ela era uma idiota emotiva, choran­do só por causa de um anel. Mas não era só um anel. Era tudo. A gravidez. A insistência para que se casas­sem. A incerteza quanto ao futuro.
Arthur deu uma olhada para Lua mais uma vez antes de parar o carro no acostamento da estradinha, colocar o veículo em ponto-morto e se virar completamente no banco na direção dela.

— Acho que podemos ter só três filhos se a idéia de qua­tro crianças for tão assustadora! — brincou, abraçando-a.

A brincadeira a fez chorar ainda mais alto. Será que Arthur alguma vez diria algo que não faria Lua ficar com raiva ou chorar? Deste modo ela parecia tão vulnerável. E tudo o que ele podia pensar era em pro­tegê-la. Ele não se lembrava de Sarah ser tão emotiva assim, nem quando estava esperando Luke...

— Com esses olhos vermelhos de tanto chorar você não vai conseguir convencer seus pais de nada, exceto de que eu bati em você — ele disse.

Lua riu à vontade. Agora não estava mais vermelha e inchada por cau­sa das lágrimas. Arthur quis mergulhar naqueles olhos dourados. Mas isso não lhe faria bem algum. Ele a soltou e se vol­tou
para trás do volante, antes de religar o carro, o rosto sério e fechado. Faltavam pouco mais de 15km para o fim da viagem.

Concentre-se, Arthur, disse para si.

Lua não estava se casando porque o amava. Não era amor. Ela estava grávida do filho deles e como recompen­sa esperava que Arthur lhe desse algumas coisas. Era isso.

Quinze minutos depois, ao conhecer os pais de Lua, ele entendeu perfeitamente por que ela estava tão preocu­pada com a reação deles.

Henry Blanco era um homem alto e magro, um pro­fessor aposentado de Cambridge, e a esposa, Maria, era aquele tipo de mulher rechonchuda e caseira para a qual o marido e a filha eram tudo, aquele tipo de mulher que se ocupava em fazer do lar o lugar mais afetuoso e convida­tivo
possível. Não havia como o casal entender o relacionamento que Lua e Arthur tinham!

— Ah, minha querida Lua, você está linda! – disse a mãe, com lágrimas nos olhos, assim que ela lhe mostrou o anel de noivado.

O pai lhe deu um abraço apertado.

— Você podia ter trazido o Arthur antes para que o co­nhecêssemos
— repreendeu-a, mas com afeto, em vez de raiva. — O dono da galeria Aguiar — acrescentou,
maravilhado.
— Culpa minha, senhor — garantiu Arthur ao cumpri­mentá-lo. — Tudo aconteceu tão rápido. Lua me con­quistou assim que eu a conheci! — literalmente, pelo que ele podia se lembrar!

Henry assentiu, como se soubesse bem o que podia acontecer a um homem que se envolvia com a filha.
Eles eram um pouco mais velhos do que Arthur imagi­nava: ele diria que tinham aproximadamente 60 anos. O que significava que Henry e Maria estavam com mais de 30 anos quando adotaram Lua. Arthur se perguntava por que esperaram tanto tempo para decidir o que fariam.


Continua.....

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