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domingo, 7 de abril de 2013

Doce amor capítulo 68





— Vamos nos casar em breve. Você não pode esperar, Arthur?
— Por que eu deveria?

Ela engasgou.

— Não sou um objeto que você pega e larga quando quer, Arthur!
— Eu nunca a usei como um objeto, droga!
— É exatamente isso o que você está propondo nesse momento.

Os olhos dele brilhavam perigosamente ao encará-la.

— Eu não a tocaria nem se você implorasse — ele atacou.
— E isso não vai acontecer mesmo — ela afirmou, também furiosa. Se o plano de Arthur desse certo, e Lua tinha certeza de que daria, eles estariam casados em poucas semanas e, então, ela estaria dividindo a cama com ele para sempre. Ah, Deus...!

— Por aqui — mostrou Arthur, de um jeito brusco, na tarde seguinte, assim que Lua começou a levar os per­tences para o quarto dele. Arthur a mandou deixar tudo no quarto ao lado, que também tinha vista para o rio.

Ela parecia em pior forma do que Arthur. E era justamente por isso que, no trajeto até o apartamento, ele decidira instalá-la no quarto ao lado, em vez do próprio.

Aqueles dias foram duros para ambos, reconheceu Arthur na noite passada, depois de deixá-la no apartamento e voltar sozinho para casa, ligar para os pais e depois para sua irmã caçula, a fim de contar sobre o casamento. Melanie ficara completamente sem palavras diante da rapidez da
decisão do irmão em se casar novamente. Falar do bebê, o que fez com que a mãe chorasse e a irmã
gritasse de alegria, ajudou, claro, mas a curiosidade sobre a noiva, as perguntas que Arthur não podia responder sobre Lua, tudo isso fez com que ele percebesse que os dois precisavam de um tempo a sós, a fim de se conhece­rem melhor antes do casamento. Isto é, sem sexo.

Lua parecia surpresa por Arthur tê-la colocado no quar­to vizinho.

— Depois do que você disse ontem, decidi que o me­lhor para nós seria que você tivesse um quarto seu até nos casarmos — explicou Arthur rapidamente, entendendo o olhar curioso de Lua.

Ela não sabia como se sentir sobre isso. Na verdade, não parecia capaz de pensar direito. Ela dormira mal de­pois do encontro com os pais e depois que Arthur se afastou logo após ela descer do carro. E repetir a si que aquilo era o que ela queria não lhe fizera bem. Claro que era, mas ao mesmo tempo Lua ansiava pela intimidade de fazer amor com Arthur, sabendo que podia tocá-lo de algum modo.

Para aumentar a tristeza, ela ainda estava totalmente perdida sobre o que fazer a respeito dos próprios pais. Eles reconheceram o nome de Jack Garder, claro, mas ela não entendia como. E quanto mais pensava no assunto, mais intrigada ficava.

Lua sabia qual era a conclusão de Arthur, mas, saben­do que ele estava errado, tentou entender a situação toda sozinha. Sem querer conversar sobre um assunto tão sério pelo telefone, Lua teria de esperar que os pais adotivos fossem a Londres para o casamento.
Mas isso não a impedia de pensar. E imaginar. Jack Garder vivia no norte da Inglaterra e, pelo que Lua sabia os pais não viveram em outro lugar que não Cambridgeshire, uma vida totalmente ligada à uni­versidade. E ambos jamais, em 26 anos, mencionaram conhecer ou ter alguma amizade com um homem chamado Jack Garder. E mesmo assim reagiram de forma estranha. Eles ouvi­ram aquele
nome antes.

Mas como? Se o conheciam, por que não explicaram a coincidência em vez
de tentar esconder o fato?


Continua.....

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