— Eu estava cansada, por isso fui me deitar.
Ele respirou fundo, olhando fixo para Lua.
— Você já estava na cama...
— Mas não na minha cama — ela insistiu.
Ele balançou a cabeça, frustrado.
— Você não acha mesmo que eu vou deixar você dormir em outro quarto depois do que aconteceu ontem.
— É exatamente o que eu acho — respondeu Lua, virando-se e se perguntando quando Arthur contaria sobre o telefonema de Sarah. E se contaria.
Talvez nunca, pensou séria. Até porque Arthur amara Sarah e o filho que eles tiveram foi fruto de um casamento baseado no amor. Este bebê nasceria de um casamento por conveniência. Se é que haveria casamento.
— Como disse, vou trabalhar — ela relembrou.
Descer para a galeria seria no mínimo conveniente. Era a única coisa boa que Lua conseguia ver no casamento.
— Só até a hora do almoço — disse Arthur. — Você tem uma consulta marcada com um obstetra às 14h — ele explicou.
Lua se virou para vê-lo, com olhos arregalados.
— Achei que havia dito...
— Hebe, diante de seus comentários negativos, pedi a secretária daquele médico uma recomendação de outro obstetra.
— Pediu?
— Sim.
— Como você é poderoso!
Ele deu de ombros.
— Não estou aqui para mostrar poder algum. E você sabe muito bem disso.
O humor de Lua desapareceu na hora. Por que ela se perguntava se ainda estava com raiva e irritada com Arthur por causa do telefonema de Sarah? Estava tão confusa em relação aos próprios sentimentos, que podia até mesmo bater na cabeça dele com a xícara de café.
— Ah, sim — ela concordou. — Sei muito bem.
— Que bom — encerrou Arthur. — Vou ficar no meu escritório esta manhã, lidando com alguns documentos. Almoçarei aqui com você meio-dia e meia... Você espera que eu cozinhe? Eu geralmente como um sanduíche no almoço. O que eu sou capaz de preparar sozinho. E você também, se necessário. Pretendo fazer com que você se alimente bem daqui para frente.
Continua.....
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