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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Doce amor capitulo 5





Lua quase sentiu vergonha ao entrar na cozinha ultramoderna, algumas horas mais tarde.

Ao acordar sozinha, na enorme cama de casal de Arthur Aguiar, tendo as roupas de cama desarrumadas como uma prova do sexo fogoso que acontecera ali tanto na noite anterior quanto naquela manhã, mais cedo, como se Lua precisasse de alguma prova, ela pegou as roupas espalhadas, foi para o banheiro luxuoso, tomou um banho e se vestiu antes de procurar por Arthur.

Ele estava ali, na cozinha, de costas para ela e fazendo café, usando calças largas e uma camiseta preta para esconder a nudez.

Lua olhou para Arthur e ficou observando o movimento dos músculos das costas enquanto ele se movia, o cabelo castanho, um pouco grande, sempre penteado.

Com 38 anos, 12 a mais do que os 26 de Lua, Arthur era sem dúvida alguma o homem mais lindo que ela vira. Perfeito, lembrou-se, ficando ruborizada. Sem nem um grama de carne a mais no corpo, e com mãos, que a acariciaram com tanto cuidado, grandes e com dedos finos.

E Arthur fazia amor com uma arte que demonstrava uma experiência à qual ela estava longe de igualar.

Claro que ele fora casado. Por cinco anos, de acordo com Kate, outra secretária da galeria. Lua descobrira isso depois da segunda visita-relâmpago de Arthur, há três meses, quando ele gritara com todos antes de desaparecer novamente a caminho de aterrorizar a equipe da galeria de Paris.

Kate explicara que Arthur podia ser assim às vezes, e que houvera um filho do casamento dele, um menininho que morrera com quatro anos apenas. A morte da criança precipitara o rompimento e o divórcio dos pais, há dois anos, e às vezes ainda empurrava Arthur Aguiar para um inverno de emoções sombrias do qual não conseguia escapar.

Sem se surpreender, Lua realmente não podia imaginar nada mais traumático do que a morte de uma criança. Mas estas informações intrigantes a respeito do patrão apenas fizeram aumentar o interesse por aquele homem enigmático.

Ela o observava, escondida, quando ele visitava a galeria. Lua o vira triste e carrancudo durante aquela segunda visita, depois sorrindo raramente e uma vez gargalhando, o que aliviara as linhas de expressão do rosto forte, tornando-o quase um garoto. Exceto, claro, pela dor profunda que nunca desaparecia daqueles olhos azuis.

Arthur aparecia de vez em quando no trabalho, trazendo energia e vitalidade, inspirando as pessoas ao redor com aquela intensidade, fascinando e intrigando Lua, antes de desaparecer mais uma vez, levando toda aquela vitalidade com ele.

Continua.....

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