Fez-se um silêncio constrangedor.
O que ela está
esperando?, perguntou-se Arthur, impaciente. Ele oferecera café, Lua
recusara, agora seria melhor para ambos se ela apenas...
— Eu... Talvez seja melhor eu ir embora — disse, constrangida, parecendo sentir a
ansiedade dele. Era quase urna pergunta. Como se ela esperasse que Arthur lhe pedisse que ficasse.
Por que ele faria
isso? Eles jantaram. Fizeram amor. Gostaram. E agora estava acabado. O
que mais queria dele? Porque Arthur não tinha nada para oferecer!
— Minha amiga provavelmente está se perguntando onde eu me meti — acrescentou ela, franzindo a testa.
Na noite anterior ele
sequer se incomodou em saber se a pessoa que dividia o apartamento com
Lua era homem ou mulher. Ele estava ocupado demais abafando, atenuando a
dor interior para se preocupar.
Mas de repente ficou
curioso e se perguntou se Lua Blanco era noiva ou se ao menos tinha um
namorado fixo. Ela não parecia o tipo de mulher que se permitia casos
fora de um relacionamento. Se bem que também não parecia ser o tipo de
mulher que iria para a cama com ele, e veja só como Arthur se enganara!
Isso era extremamente
desconfortável, pensou Lua, que continuava parada em pé à porta, sem ter
a menor idéia de como deveria se comportar na manhã-do-dia-seguinte.
Provavelmente porque fazia muito tempo desde que houvera uma
manhã-do-dia-seguinte para ela!
Não que Lua fosse completamente ingênua, ela vivera um relacionamento há alguns anos, quando estava na universidade.
Mas
jamais passara a noite no apartamento de um homem, e já que este homem
era Arthur Aguiar, seu patrão nos últimos seis meses, o desconforto era
dobrado.
Ele parecia meramente aliviado diante da hipótese de Lua sair.
— Tem certeza de que não quer café? — perguntou distraído ao se servir de uma xícara de café, sem açúcar.
Continua.....
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