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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

jogos do amor capitulo 6




- Você também se preocuparia, se tivesse um como o dele.
- Talvez - disse, pegando umas moedas do bolso.
Coloquei as mãos nos meus bolsos. Fiz isso duas vezes, ainda que logo depois da primeira já tivesse percebido que não havia trazido um centavo comigo.
- Talvez você devesse checar dentro da sua meia – sugeriu ele. - A rosa.
Eu realmente não sei por que eu ainda me importei em olhar para baixo e ver que estava vestindo uma meia rosa e uma branca. Acho que foi para ter certeza de que realmente calçava o sapato esquerdo no pé esquerdo.
- Você tem tempo suficiente pra lavar louça antes da sua reunião? - perguntou.
- Eles vão colocar isso na minha conta - falei, procurando soar confiante. Na verdade, estava tentada a dar uma mordida antes que o meu café da manhã fosse confiscado.
Quando chegamos à caixa registradora, abri um sorriso sem graça para a menina.
- Você não vai acreditar, mas...
- Eu pago pra ela - disse o rapaz atrás de mim.
Peguei minha bandeja e andei rapidamente em direção à mesa.
- Quer sentar comigo?
- Eu acho que não tenho outra escolha.
Ele parou.
- Não - disse friamente. - Você não é obrigada. Foi apenas um convite. - Então, ele se adiantou, achou uma mesa e se sentou de costas para mim.
Cheguei por trás e perguntei docemente se poderia me sentar ali. Ele hesitou, mas fez que sim com a cabeça. E, assim que me acomodei, ele me olhou.
- Meu nome é Arthur.
- Lua - repliquei, ainda de maneira doce.
Ele me deu um sorriso. Seus olhos eram tão brilhantes que me faziam pensar no brilho dos raios de sol batendo no mar. Os cílios eram grossos e castanhos, como seus cabelos.
Fitei os meus pães de queijo, e olhei para o lado quando Luke passou carregando a bandeja. Arthur acompanhou o meu olhar. Comemos em silêncio por alguns minutos.
- Você gosta muito de usar o seu capacete, não é? – perguntou finalmente.
- Eu acordei atrasada. Não tive tempo de fazer uma trança. E o meu cabelo fica um tanto rebelde quando o tempo está úmido.
- É castanho? - perguntou alto.
Olhei surpresa para ele.
- Suas sobrancelhas são castanhas.
- Loiro - eu o corrigi. Não gostava de me imaginar da cor de um tomate.
- Posso ver?
- O quê?
- Posso ver o seu cabelo loiro?- ele perguntou inocentemente.
- Você já viu o sutiã roxo da minha irmã, minha meia rosa e meu zíper aberto! - exclamei. - Não é suficiente?
As conversas nas mesas ao nosso redor pararam.
Luke, que tinha sentado várias mesas a nossa frente, deu uma olhada sobre o ombro, voltando-se em seguida para o seu café. Os cotovelos de Arthur estavam sobre a mesa e ele ria segurando o rosto com as duas mãos.
Mas, quando eu abri repentinamente a fivela sob o meu queixo e tirei o capacete, ele parou de gargalhar. Um estranho olhar tomou conta de seu rosto e sua boca ficou entreaberta.
Olhei para ele, então puxei e torci rapidamente o cabelo em um coque frouxo e descuidado, retomando a comer. Não conseguia pensar em nada interessante para falar. Eu mastigava e admirava os ombros largos e as costas fortes de Luke Hartly, imaginando por que ele deveria estar ali.

Continua.....

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