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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

jogos do amor capitulo 2




- Eu não agüento mais isso! - gritei de repente. – Leve todos eles. São todos seus, Pérola!
Joguei a cesta e o bastão de hóquei em um canto e corri para a porta. Pérola continuava atrás de mim, talvez esperando por mais alguma promoção. Ela não havia pago. Ela nunca se preocupava com o preço das coisas. Um alarme da loja disparou. Parecia estar tocando para mim, soava como se estivesse a poucos centímetros do meu ouvido.
E estava. Sem abrir os olhos, ergui a cabeça, apertei o botão do despertador e o joguei sobre a lateral da cama. Estava com o corpo todo mole. Que pesadelo horrível!
Senti uma pontada de culpa. Pesadelo? Pérola era a minha amiga.
- Quantas vezes você vai deixar essa coisa disparar? – resmungou minha irmã.
Abri um olho e a fitei através do desfiladeiro que existia entre as nossas duas camas iguais. A cabeça de Sophia, a alguns centímetros do travesseiro, tinha o cabelo curto e sedoso todo desgrenhado. Era da mesma cor que o meu, loiro, mas o corte a fazia parecer mais jovem - muito jovem para estar grávida. Só que era essa a situação dela: em casa no seu primeiro ano de faculdade e grávida. Eu tenho 17 anos, dois a menos que ela, mas com mais juízo agora do que minha "grande" irmã terá quando tiver 47.
- Quantas vezes? - resmungou Sophia novamente.
- Quantas vezes isso já disparou? - perguntei.
- Quatro.
- Quatro!
Isso significava que já eram pelo menos oito horas. E a minha reunião era às oito e meia. Saí da cama e pisei com tudo na borda de metal do despertador. Fui gemendo e pulando num pé só até a cadeira, onde uma pilha de roupas limpas havia sido colocada. Vasculhei entre elas para achar a combinação certa para hoje. Não era bem desse jeito que eu queria começar o meu emprego de verão no acampamento Sunburst.
- Não esqueça de fechar o zíper - gritou minha irmã quando saí apressada do quarto ainda vestindo o short.

Continua.....

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