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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Barriga de Aluguel capítulo 25 (Último capítulo)





Lua não conseguiu abrir os olhos. Estava tão cansada que apesar de estar acordada, suas pálpebras estavam pesadas demais para serem abertas. Mas algo a fez abrir os olhos. Alguém estava falando com Beatriz, mas aquela não era a voz de Arthur e nem de nenhuma das enfermeiras que ela conhecia.  
  
- Olá minha filha... – a voz dizia baixinho. Lua abriu os olhos fitando o teto sem coragem o suficiente para aceitar de quem era aquela voz. Seu coração disparou. Levantou a cabeça devagar e viu A silhueta de Carla de costas para ela, segurando sua filha nos braços em frente ao pequeno berço. Levantou-se devagar e sentiu seu peito arfar.  
- Carla. – ela murmurou. Carla levantou a cabeça e girou nos calcanhares para mirar Lua. Seus olhos estavam confusos, haviam olheiras embaixo de seus olhos azuis. Parecia tão cansada quanto Lua que acabara de dar a luz. Carla deu dois passos para em direção a porta.  
- Carla, ponha Beatriz no berço... Agora. – sua voz saiu firme, sem tremer nem um pouco. Ela não se moveu, olhando com ódio para Lua.  
  
- Não. – ela disse entre dentes. Lua deu mais dois passos em direção a ela, sentindo seus olhos marejarem.  
- Carla, você não está bem, coloque Beatriz no berço e conversaremos. – disse com calma.  
- NÃO FALE COMO SE FOSSE MÃE DELA! Ela é minha filha... ESTÁ OUVINDO?! – Seus gritos acordaram Beatriz que berrava em seu colo. – Calma meu amor, mamãe está aqui... – Seu olhar, seu sorriso forçado... Lua sabia que Carla estava totalmente desequilibrada.

A porta foi aberta rapidamente. Arthur apareceu com os olhos arregalados ao ver Carla e Lua se encarando, enquanto sua filha berrava.  
  
- Carla... Me dê a Beatriz. – ele ordenou. Dois seguranças e mais uma multidão de pessoas apareceram na porta enquanto a policia tentava afastá-los. Carla soltou uma mão do corpinho de Beatriz e puxou uma pistola de trás de si.  
- NÃO ARTHUR! ELA É MINHA! FIQUEM LONGE! – ela gritava enquanto apontava a faca na direção dele. Lua chorava, desesperada por sua filha.  
- Não, Carla! Largue isso, você vai machucá-la e não quer isso! – Lua disse.  
  
Enquanto Carla se distraia tentando acalmar Beatriz em seus braços, Arthur tentou ser rápido e jogou a arma no chão. Lua correu até eles e pegou Beatriz, enquanto Arthur tentava segurar Carla. A arma não estava longe o bastante, Carla a alcançou. O gatilho foi puxado de uma só vez atingindo Arthur.

- Vem meu anjo, está na hora de mamar. – Lua disse pegando a pequena Bia nos braços. Aninhou-a em seus braços e a colocou em um de seus seios, enquanto cantava uma canção de ninar. Beatriz brincava com as mãozinhas, passando-as no rosto de Lua, já estava com uma semana de vida, a cada dia mais linda e mais esperta.  
- Pronta para ir? – Blanca perguntou ao entrar no quarto.  
- Claro. Vou acabar de dar de mamar a ela e pegar a bolsa. – sorriram uma para outra e Lua voltou a cantarolar a canção e balançar-se na cadeira de balanço.  
  
Acabou de dar de mamar a Beatriz, pegou sua bolsa e encontrou-se com sua mãe e Sophia no andar de baixo de sua nova casa. Estavam morando em Guadalajara em uma linda casa de dois andares. Sophia dirigiu com Blanca ao seu lado e Lua atrás com a pequena.  
  
Atravessaram o longo corredor deslizando pelo linóleo branco, até chegarem a um quarto.  
- Ah! Já estava com saudades das mulheres da minha vida. – Arthur disse com um sorriso largo estampado no rosto. Lua aproximou-se dando-lhe um selinho demorado. Ele estava com uma tipoia no braço, o tiro acertara-lhe o ombro. Estava pronto para ir para casa.  
- Nós também sentimos sua falta. Mas já está pronto para ir para casa, finalmente.  
- É o que eu mais quero, meu anjo. Poder aproveitar vocês duas de verdade.  
  
Arthur se levantou colocando o braço bom ao redor da cintura de Lua e deixaram o quarto do hospital.

FIM

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