Páginas

domingo, 6 de janeiro de 2013

Jogos do amor capitulo 32





Último dia de acampamento da semana! As crianças estavam agitadíssimas. A primeira série cantou durante todo o caminho até a piscina do Country Clube, umas músicas absurdas que haviam sido ensinadas por Arthur. Parecia que eu estava sendo transportada em uma gaiola de canários.


Naquela manhã, Steve me encontrou na piscina e quis conversar sobre Pérola, mas eu precisava dar atenção a cada um dos meus campistas.
- Ligue pra mim - falei.
Vinte minutos depois, um amigo do Steve apareceu, interessado no mesmo assunto. Também falei para ele me ligar, dando-lhe rapidamente o número do meu telefone. Mais tarde, enquanto colocava as crianças no ônibus, duas morenas com biquínis minúsculos e seios proeminentes vieram correndo em minha direção.
- Carla! - chamou a mais alta.
- Carol! - gritou a amiga, acenando para mim.
Não respondi. Estava ocupada vendo três dos meus meninos, arrancando um canteiro de begônias do Country Clube. Corri até eles, mas antes que pudesse salvar as plantinhas as duas garotas entraram na minha frente.
- Nós ouvimos dizer que você e Arthur são muito amigos - disse a mais alta.
- E queríamos saber se ele tem namorada - continuou a outra.
Por um instante, pensei que fossem gêmeas, apesar da diferença de altura entre elas. Ambas tinham as unhas das mãos pintadas e umas borboletas azuis desenhadas nas unhas dos pés. Vestiam biquínis amarrados com lacinhos e tinham exatamente o mesmo modo de manter a cabeça erguida.
- Ele tem uma namorada aqui em Baltimore? – perguntou a mais alta.
- Ou na Pensilvânia? - ecoou a amiga.
- Eu não sei... - balancei os ombros. - Franklin, Noelle e Shane, larguem as flores!
- Ele está a fim de namorar? - perguntou a baixinha.
- De que tipo de garota ele gosta?- quis saber a outra.
- Alta?
- Pequenininha?
- Não sei - respondi novamente. - Já disse para largarem as begônias!
- Bem, onde vocês costumam ir à noite? - perguntou a baixinha, passando os dedos pelo laço do biquíni.
- Não saímos à noite.
- Pensei que fossem amigos.
- Trabalhamos juntos. É só. Escutem, preciso ir agora.
- Nós te ligamos - disse a mais alta. - Eu sou Sarah. Ela é a Sandra. Qual o seu telefone?
- Eu realmente preciso ir.
- O Steve tem o seu número? - insistiu.
- Por favor, escutem. Estou falando pra vocês exatamente o que eu disse às outras. Não sei nada sobre Arthur Aguiar.
- Bem - falou Sandra -, talvez você pudesse fazer umas perguntas...
- Mas não tem nada sobre ele que eu queira saber - repliquei, então dei as costas, terminando a conversa e colocando as crianças no ônibus. No caminho, coloquei minha mão ao redor do ombro de uma das minhas exterminadoras de begônias, virando o rostinho dela para mim:
- Noelle, queridinha, você precisa respirar. Tire as pétalas da flor de dentro do seu nariz.



Continua......

2 comentários: