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sábado, 18 de maio de 2013

Amor Por Contrato



                                                                                              5º Capitulo


A manhã seguinte mal tinha começado quando Lua informou pelo telefone que Micael queria vê-lo na sala de reuniões.
Ele suspirou cansado e de mau humor. Sua cabeça estava explodindo e ele não tinha conseguido dormir direito a noite.
- Tudo bem, já estou indo. - ele disse calmo
O clima com Lua não estava dos melhores. Desde a conversa na manhã anterior. Ela parecia fria demais.
- Arthur ? - ela disse com voz baixa
- Sim, Lua.
- Não quero assustá-lo, mas tem um boato correndo pelos corredores que os acionistas também estão na sala de reuniões.
Ele suspirou pesadamente.
- Tudo bem, preste atenção, assim que eu entrar, você espera cinco minutos e arranja uma desculpa para me tirar de lá, combinado ?
- Tudo bem. - ela concordou
- Ótimo. - ele disse antes de desligar, levantar e sair.
O que eles queriam? Teriam sidos influenciados pelo Sr. James? Oh se fosse estaria perdido.
Saiu do escritório e notou que Lua lhe lançou um sorriso encorajador. Ele retribuiu, mesmo sem saber direito o porque. Só sabia que no momento a expressão havia sido extintiva.
Ao abrir a porta da sala de reuniões contatou que Lua estava certa. Todos os acionistas estavam reunidos em volta da mesa, e Micael estavam em pé parecendo quer lhe arrancar os órgãos.
- Senhores. - Arthur disse forçando um sorriso gentil – Não sabia que haveria uma reunião hoje.
- E não haveria. - Um dos acionistas disse ficando de pé – Até que eu e meus colegas, - ele disse sinalizando todos ao seu redor – Ficamos sabendo que James saiu da empresa. E pior, com o nariz quebrado.
- Logo James, que esta aqui a anos e a mais tempo do que todos nós. - outro protestou
- E ...? - Arthur perguntou colocando as mãos no bolso
- E que nós já engolimos muito. - homem gritou – Primeiro, seu pai deixa a presidência para você um moleque que nem saiu das fraudas, depois suas aventuras que estampam as revistas toda semana, e agora James sai da empresa. Talvez ele tenha razão, você não tem pulso nem maturidade para tudo isso.
- Em primeiro lugar, - Arthur começou calmo – nada disso interfere em coisa alguma aqui dentro desta empresa. Me digam quando foi que eu fiz vocês perderem dinheiro ? A empresa esta no azul e é isso que conta.
- Por enquanto. - um gorducho protestou – Mas e quando ela estiver no vermelho? Ou você acha que outras empresas queiram fazer negócios com o alguém que tem fama de imaturo e Don Juan ?
Um coro de vozes concordou em um longe “É”
Arthur suspirou, enquanto Micael lhe lançava um olhar de “eu te avisei”.
Podia quase ouvir o que ele queria dizer com aquele olhar.
“Case-se !”. Era isso que ele queria dizer com aquele olhar assustador.
- O que estão querendo dizer exatamente ? - ele perguntou já sem paciência
- O que estamos querendo dizer, é que se você não tomar juízo e criar responsabilidade. Amadurecer menino.
- E para isso eu preciso fazer o que ? Casar ? - ele perguntou irônico
- É uma boa ideia. - o gorducho concordou – Eu mesmo amadureci muito com o casamento. Antes eu era assim como você, um Dom Juan, depois que casei tive que ser fiel e passar a ter compromisso para colocar comida para dentro de casa e veja onde eu estou hoje. - ele disse se vangloriando
- Talvez casado, pelo menos pare de sujar o nome da empresa. - outro disse enojado.
Era incrível como aquele urubus não gostavam de ninguém. Seu pai já tinha lhe comentado isso uma vez e agora, ele virá o quão verdadeiro essa informação era.
Mas ele também tinha que pensar, que apesar de ser o chefe e o presidente da empresa, sem os acionistas a mesma estava falida.
Uma leve batida na porta chamou atenção de todos, e logo Lua abriu a porta falando depressa:
- Perdão pela interrupção senhores. - ela disse sorrindo
- Oh Lua, como vai ? - o gorducho perguntou sorrindo
- Vou bem obrigada. - ela disse sorrindo mais ainda- mas sinto informar que vou ter que roubar o Sr. Aguiar. Desculpe, é realmente importante.
- Oh Dulce, se você não fosse tão simpática e atenciosa eu juro que ficaria bravo. - outro brincou fazendo os outros rirem
Só então Arthur se tomou que todos da sala estavam sorrindo.
Por incrível que parece, aqueles urubus gostavam de alguém sim. E esse alguém era Lua.

Mas também. Era impossível odiá-la !
- Sr. Aguiar ? - ela disse fazendo sinal gentilmente para a porta – Pode me acompanhar.
Ele arriscou olhar rapidamente para Micael que apesar de sorrindo, continuava querendo matá-lo com o olhar. Com o olhar do “case-se”.
- Senhores, - ele disse sorrindo – Entendo perfeitamente o que você estão falando.
– Entende ? - todos disseram ao mesmo tempo
- Sim entendo. Somente com o casamento se ganha a responsabilidade necessária para administrar uma empresa.
- Oh ! - eles disseram sorrindo – Que bom que você concorda, esperávamos ter que fazer uma discussão para que você compreende-se os nossos receios.
- Imaginem – Arthur disse sorrindo – Hoje em dia entendo perfeitamente a gravidade da situação. Vou contar uma coisa que muitos aqui não sabem, acredito que nem James saiba por ter tratado-a tão mal. - disse fazendo menção a Dulce – Mas me encontro noivo, e estou acertando os últimos detalhes do casamento.
- O QUE ? - eles perguntaram abismados e Micael pareceu não acreditar no que ouvira
- E estando noivo, - ele continuou - entendo perfeitamente as receios que vocês têm pelo dinheiro para o sustento de suas famílias. Portanto digo-lhe que fiquem tranquilos.
- E nós podemos saber quem foi a mulher que colocou tanto juízo na sua cabeça ? - Micael perguntou debochado
- A Lua.
Todos na sala ficaram chocados o bastante para deixarem o queixo cair. Porem ninguém ficou tão confuso quanto Lua.
- Quem vai se casar ? - ela perguntou confusa
- Nós. - ele disse sorrindo – Você é tão engraçada querida.
- Nós o que ? - ela perguntou alarmada
- Eu sei que não queria que ninguém daqui soubesse para não dar falatórios, mas mais cedo ou mais tarde todos iriam saber querida. - ele disse sorrindo.
Lua não conseguia assimilar as palavras dele, por mais que tenta-se.
Ele acabará de dizer que estavam noivos, o que era uma afirmação sem sombra de duvidas sem cabimento alguém.
- Bom, meus parabéns – o gorducho disse de má vontade – Posso saber desde quando estão … saindo ?
- Desde de semana passada. - Arthur disse abraçando-a pela cintura – Não é meu amor ?
Ele havia dito meu amor ? Oh mais é claro que ele havia dito ! E … espera, isso na sua cintura era a mãe dele ? Oh mais pé claro que era ! Céus onde havia se metido ?! Esse idiota roubador de vagas de estacionamento. - ela praguejou mentalmente.
- Bom na verdade, - ele continuou sem esperar a resposta dela – Lua e eu somos pessoas completamente opostas que não deviam ter se apaixonado, mas quem manda no coração ? - ele disse apertando gentilmente sua cintura - Afinal, cargas de sinais iguais se repelem, mas as cargas de sinais opostos se atraem, não é mesmo ? - ele disse sorrindo - Mas sei que também não somos os primeiros a ter um caso com algum colega de trabalho. - ele disse dando uma indireta para os demais.
O silencio ficou pesado. A indireta pareceu pegar todos de surpresa.
- Na verdade, - um acionista se pronunciou – não tem nada de errado, na verdade é até bom. Lua parece ter bastante maturidade, e ser bastante direita com todos. Vamos ver se ela te coloca na linha. Não é Lua ?
Ela juntou todas as suas forças e gaguejando falou :
- S-sim.
- Esta tudo bem ? Parece prestes a desmaiar.
- Esta tudo ótimo. - ela disse mais calma agora – Foi só a surpresa do momento.
- Bom senhores, - Micael os interrompeu – Agora que tudo já foi esclarecido, acha que podemos voltar ao trabalho certo ?
Os poucos os homens foram saindo da sala, parecendo bastante satisfeitos com a novidade.
Quando por fim todos saíram, Micael perguntou curioso :
- Alguém pode me explicar que história é essa ?
- Micael. - Lua disse saindo de perto do Arthur – Pode nós deixar sozinhos ?
Arthur olhou para Micael que riu divertido :
- Sem problemas Lua. - ele bateu no ombro de Arthur - Vou te deixar com patroa. E saiu rindo.
Quando o som das risadas de Micael por fim cessaram e ficaram finalmente e completamente sozinhos, ela perguntou levando as mãos na cintura :
- Que raios de história foi essa ?
Ele quase pode ver a raiva jorrando de seus olhos.


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