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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Doce Amor capítulo 84





Ela se pôs ao lado do noivo, do outro lado da sala.

— Coloque-o em cima do sofá, Arthur — pediu, percebendo  pela expressão mal-humorada dele, que ele não estava nada satisfeito com a explicação dos pais dela.

Bem, talvez quando ambos vissem o retrato de Claudia, Arthur teria uma explicação que aceitaria!

Assim que apoiou a pintura no sofá, ele viu Maria gemer sofregamente, virando-se para observar Henry, que se aproximava para olhar mais de perto, as rugas na testa o deixando ainda mais velho. Henry estendeu a mão, do mesmo modo que Lua fizera quando vira o quadro pela primeira vez, sem tocar a moldura, mas quase acariciando os contornos do belo rosto.

— Diga-me, Papai — disse Lua, colocando-se ao lado dele. — A Claudia tinha uma marca de nascença?
— Tinha — foi Maria quem respondeu, juntando-se à filha e ao marido. — Uma marca em forma de rosa. Bem... Aqui! — ela gemeu ao ver o retrato inteiro. — Claudia ..! — gritou, chorando completamente agora. — Mas, como...?
— Este é o quadro sobre o qual lhes falei no sábado. O quadro que Arthur descobriu escondido na casa de um homem que morrera — explicou Lua, feliz.
—A casa de Jack Garder — acrescentou Arthur, querendo ficar tão feliz quando Lua com aquela história toda.

O retrato, claro, era de Claudia Blanco, como Lua sempre dissera. A reação de Lua e Maria era sincera demais para ser fingimento. Mas, nesse caso, não havia sentido nas coisas que Arthur acusara Lua. Acusações, aliás, que ela sempre negara. Ele a chamara de mentirosa. Uma mentirosa e uma aproveitadora...!

Henry virou-se para perguntar:

— Este é o quadro de Andre Souter sobre o qual você falou?
— Sim — respondeu Arthur.
— Há 27 anos, Claudia ficou noiva de um homem chamado Jack Garder. — Maria suspirou. — Ele era muito mais velho do que ela, 30 anos, mais ou menos, mas ele era muito rico e, quando a pediu em casamento, ela aceitou.
— E então ela conheceu Andre Souter e se apaixo­nou pelo pintor — completou Arthur, mal-humorado.

Tudo aquilo de que acusara Lua, na verdade. Acusara e a punira. O ciúme que sentia dos outros ho­mens fez com que ele quisesse que Lua tivesse certeza de que ela era dele, a fim de que
se esquecesse dos ou­tros. Meu Deus, ela deve odiá-lo!
Naquele momento, Arthur não podia nem mesmo olhar para Lua. Precisava de tempo para reavaliar toda a situ­ação. Mas tempo, parecia, era algo de que ele não dispunha.

Continua.....

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