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terça-feira, 7 de maio de 2013

Doce Amor capítulo 77





— Não tente fingir que está preocupado comigo...
— Quer parar? — ele gritou, agarrando-a pelos ombros e chacoalhando-a ligeiramente. — Não quero mais brigar com você, está certo?

Lua deu um risinho, os olhos marejados.

— Seu humor é tão imprevisível...

Arthur riu alto.


— E desde quando futuros pais são previsíveis?
— É mesmo — concedeu, suspirando. — Mas talvez eu conseguisse entendê-lo melhor se você fosse mais previsível.
— Você quer me entender?

Ela fechou os olhos, defensiva.

— Não exatamente — mentiu.

Bem, Arthur realmente queria entendê-la! A noite passada, fora a coisa mais próxima da perfei­ção que ele já tivera. Não, não fora apenas próximo, fora absolutamente perfeito. Arthur se recusava a acreditar que Lua era capaz de se entregar daquele modo sem que sentisse nada por ele, que só estava atrás do dinheiro! Anão ser que Arthur estivesse apenas se enganando... Ele a largou de súbito, dando-lhe as costas.

— Tem razão. Já é hora de irmos para o trabalho.
— Sim, senhor! — respondeu Lua, provocando-o. Ele fechou os olhos por um segundo antes de se afastar.

Tinha mesmo de se afastar, senão seria capaz de fazer algo de que se arrependeria mais tarde.

Lua o observou sair, o coração pesado por saber que a intimidade que tiveram, antes do telefonema de Sarah, fora na verdade uma mentira. Eles não tinham nada em comum, a não ser o bebê. Os sete meses seguintes, até que Lua fosse novamente dona do próprio corpo, passariam diante dela como uma sombra.

Trabalho, esta era a resposta. Ela sempre adorara o tra­balho na galeria, e nem mesmo a presença de Arthur no escritório do segundo andar tiraria dela aquele prazer. Ra­pidamente ela se apegou ao trabalho, depois de explicar a Jane, a gerente, que Arthur se enganara e que ela pretendia trabalhar ainda por muitos meses.

Os colegas estavam curiosíssimos, claro, e a viam com inveja, o que tornou as coisas um pouco estranhas. Mas assim que perceberam que Lua estava se comportando normalmente, mesmo estando prestes a se casar com o proprietário da galeria, eles se acalmaram e retomaram a convivência pacífica de sempre. Bem, mais ou menos, ela percebeu. Não havia mais comentários sobre a beleza do patrão e nenhum daqueles comentários de como Arthur seria nu.

Continua.....

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