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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Desejo Você Aqui (FIC)



Informações

• Título: Desejo Você Aqui
• Classificação: +12 (Drama, romance)

Sinopse

As brigas se tornaram insuportáveis, conviver com as diferenças, ficou difícil. A separação foi a melhor saída, mas agora que a saudade falou mais alto, “Eu gostaria que você estivesse aqui”
Capítulo Único




POV Narrador

Lua jazia sentada na cama. As costas escoradas na cabeceira, as pernas dobradas, abraçadas pelos braços pequenos, e a cabeça entre os joelhos. Tremia incontrolavelmente, conseqüência do choro compulsivo...

Ao seu redor lenços de papel eram visíveis, o álbum de fotos a sua frente explicava o por que de tanta dor...

- Por- Por que vo-você teve que ir? – Lua falou olhando para foto... A foto dele. Arthur, seu homem, seu amor, o primeiro e o único
- É CULPA MINHA! A CULPA É SEMPRE MINHA!!!! – gritou atirando o abajur na parede!

Lua e Arthur namoravam desde os 15 anos. Aos 19, resolveram dar um passo, um grande passo... Morar juntos.

Compraram um apartamento e se mudaram. As condições financeiras eram boas. Eles eram felizes!

Mas as coisas entre eles começaram a mudar. As diferenças se tornaram tão evidentes, que eles as colocaram acima do amor que sentiam um pelo outro. Separaram-se, cada um pra um canto, tentando continuar a vida sem sua metade. Era como se alguém tivesse arrancado seus corações com as próprias mãos. Se dó e sem medo. Era um vazio que não poderia ser preenchido por outra pessoa. No coração de Lua, estava escrito Arthur. No coração de Arthur, estava escrito Lua.

Lua resolveu tomar um banho, quando viu na cabeceira da cama a foto dela e Arthur se beijando, a jogou longe. Não de raiva, mas pelo fato de que não aguentaria vê-lo, nem que seja por foto, sem chorar mais. Já não aguentava mais chorar. Ao ver o que tinha feito, abaixou para juntar os cacos e acabou cortando a mão.

Uma idéia lhe passou pela cabeça. Sem esperar mais nada, pegou um pedaço de vidro maior.

Nesse momento se lembrou dele, de quando se conheceram, e fez um corte no pulso. Lembrou-se do primeiro beijo, e fez outro corte. A primeira vez, quando perdeu a virgindade aos 17 anos foi resultado de um corte longo em volta do pulso. As palhaçadas que ela fazia pra vê la sorrir, as besteiras... Foi se lembrando e chorando. Cansada, ele pegou o pedaço de vidro e enfiou com força no pulso, tentando aplacar com dor física, os machucados no coração.

Arthur estava deitado no sofá e de vez em quando levava a garrafa de Uísque na boca.

A foto de Lua na mão, o fazia lembrar por que da bebedeira desenfreada.

- Eu sou um idiota! – falou meio embolado olhado a foto e logo em seguida dando uma golada na garrafa. - Eu só queria que você estivesse aqui. Cuidando de mim, como sempre cuidou. -  A voz saia enrolada...

Havia seis meses que não se viam ou se falavam. Seis meses sem os beijos, os abraços e o calor do corpo um do outro.

Tempo demais pra um casal que se ama? Sim, pode ser. Mas pra duas pessoas orgulhosas, o tempo não quer dizer nada, pois não importa quanto tempo passe, a saudade e sempre grande, mas o orgulho também.

Lua não queria ceder. Arthur não queria demonstrar que aquela mulher o deixava fraco.

- Eu queria você aqui comigo! - Arthur falou deixando uma lágrima cair. - Eu sou um imbecil! Por que eu fiz isso? Por que eu pedi um tempo e fui embora? Não é justo com ela! Não é
justo comigo! NÃO É JUSTO PORRA!!! – esbravejou.

Passou o resto da noite bebendo e adormeceu no sofá, quando o dia estava quase amanhecendo.
************
Arthur Acordou no fim da tarde com uma forte dor de cabeça. Ressaca!

Tomou um banho e caiu na cama! Pegou o telefone e discou os números tão conhecidos.

- Alô! – era a voz dela. Quase irreconhecível. – Alô? - Arthur prendeu a respiração assustado. A voz não
passava de um sussurro.

Arthur nada respondeu, como sempre fazia. Só ligava pra ouvir a voz dela. Mas algo desta vez o fez ficar com o coração na mão. Ele a conhecia bem. Ela sentia dor...

Lua sabia que era ele. Não sabia como, mas sabia... Sentia. Se coração estava acelerado.

Ainda estava caída no chão o caco de vidro cravado no pulso, não profundamente, mas de uma forma que faz um estrago!

Aquilo aliviava a dor...

Quando ouviu o telefone ser desligado, chorou outra vez. Se passaram alguns minutos e ela ouviu a porta da frente, no andar de baixo do apartamento bater. A falta de comida misturada a perda de sangue, a deixaram fraca. Não possuía forças para levantar.

Quem havia entrado no apartamento era Arthur!

Quando ouviu a voz fraca da amada dou outro lado na linha, não pensou em nada. Desligou o telefone e foi atrás dela. Chegou ao antigo apartamento deles e já foi logo subindo as escadas.

Quando Arthur a viu caída no chão, sangrando, se desesperou...

- Lua! Amor! O que você fez?

Não houve resposta, por isso foi ao banheiro e colocou a banheira pra encher. Tirou o caco de vidro do braço, ouvindo um gemido de dor. As roupas da mesma ele, também tirou. Apesar de fraca, Lua ainda respirava e nem havia desmaiado.

Colocou-a delicadamente na banheira com água morna. Deixou-a lá e desceu para cozinha para preparar uma bandeja com comida.

Lua já se sentia melhor, mas a palidez em seu rosto denunciava sua fraqueza...

Arthur voltou ao banheiro e ficou encarando Lua.

- O que faz aqui? – Lua
- Vim te ver! – Arthur
- Era você no telefone, né?
- Era! Eu... Sinto sua falta... – Arthur falou e Lua sorriu fraco.
- Eu também!
- Vem, deixa eu te ajudar a sair daí. – Arthur falou ajudando Lua se levantar e enrolando-a na toalha.
Lua Trocou de roupa, vestindo um pijama. Arthur pegou a maleta de Primeiros socorros, pra fazer um curativo no braço de Lua. Arthur era médico...

- Por que fez isso? – Arthur perguntou enquanto enfaixava o braço de Lua.
- Por que eu gostaria que você estivesse aqui comigo.

Arthur sorriu por dentro com a resposta. Lua ficou sem graça por falar aquilo com tanta naturalidade, por
isso começou a comer a comida que Arthur tinha levado.

Quando Arthur acabou o curativo, Lua já havia comido e com certeza estava melhor.

Eles se olharam e logo Arthur falou!

- Eu estou aqui!
- Não pra sempre! – Lua falou abaixando a cabeça. Arthur sentiu o peito doer.
 Se você quiser... Vai ser pra sempre! – Arthur faliu tirando coragem sabe-se lá de onde e Lua o olhou sem acreditar nas palavras.

- O que foi que você disse? – Lua
- Que se você quiser vai ser pra sempre! – Arthur falou sorrindo.

Os olhos de Lua marejaram.

- Eu não quero que se sinta obrigado, por causa do que aconteceu comigo. – Lua falou com dor nas palavras
- Eu não me sinto obrigado! – Arthur – Eu te amo princesa... Eu só... Estava confuso, e se eu não tivesse ouvido sua voz fraca na ligação, eu não teria vindo. Sou muito orgulhoso, você sabe. Eu só pensei em mim quando pedi um tempo. Eu não... pensei que estivesse sofrendo tanto.
Lua naquela hora chorava muito. E Arthur vendo seu estado chorou também.

- Thur! – a voz de Lua era um sussurro – Eu te amo também, não faz ideia da saudade que eu sinto! Mas eu tenho medo. Não quero que a gente se machuque de novo!

Arthur ao ouvir aquilo se levantou.

- Tudo bem! Você decide... – disse e foi rumo a porta. - Só uma coisa! – Arthur falou fazendo com que Lua olhasse pra ele. O rosto inundado pelas lágrimas.

Ele tirou uma caixinha do bolso uma caixinha de veludo vermelho.

- Eu comprei isso a umas semanas! – falou abrindo a caixa e revelando dias alianças de ouro, fazendo Lua ofegar e soltar mais uma porção de lágrimas. Ele ajoelhou e esticou a mão com a aliança.
- Quer casar comigo?

Lua resfolegou e deu um sorriso. Os soluços não a deixaram falar, então somente assentiu.

Arthur levantou também emocionado.

Lua correu um pouco, pulando no colo de Arthur cruzando as pernas em volta de sua cintura e os braços em torno do pescoço dele. Ela segurou-a pela cintura. Procuraram pela boca um do outro e quando encontraram, mergulharam em um beijo molhado e profundo.

O beijo não era calmo, pois tentavam aplacar nele a saudade que sentiram durante os seis meses que ficaram separados.

- Eu te amo! Eu te amo! Amo demais! Não vai mais embora por favor? – Lua pediu em meio lágrimas.
- Nunca! Eu amo você princesa! – cheirou o pescoço de Lua a fazendo ficar arrepiada.

Lua desceu do colo dele e trocaram alianças sorrindo como bobos. Se beijaram mais uma vez e Arthur empurrou Lua até ela cair de costas na cama com Arthur por cima.
Aquela noite eles se amaram como nunca antes. Se amaram como se fosse a última vez, mas era somente a primeira de uma nova fase na vida deles.

Uma fase repleta de sorrisos.

As pedras no meio do caminho existem, mas são elas que nos fazem crescer e mostram que quem amamos de verdade sempre volta para nossos braços.

Fim

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