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terça-feira, 21 de maio de 2013

Doce Amor capítulo 89





Ela percebeu que ele não parecia feliz e se perguntava o que o estava deixando tão mal-humorado.

— Eu realmente acho que a Claudia foi só uma adoles­cente rebelde que se meteu numa situação difícil demais. — começou.
— Podemos não falar sobre isso, Lua? — respondeu Arthur. — Claro que precisamos conversar, mas eu prefe­riria que esperássemos até chegarmos em cas... No aparta­mento — corrigiu-se.

Lua deu um risinho ao perceber a troca de palavras.

— Só estava tentando explicar que já passei da fase de ser uma adolescente rebelde. Por isso você não precisa temer que eu repita o comportamento da minha mãe.
— A Claudia era só uma criança.
— Exatamente — concordou. — Só achei melhor es­clarecer isso, para o caso de você pensar que o comporta­mento é hereditário.

Arthur parecia ainda mais distante, se é que era possível. Pessoalmente, Lua se sentiu aliviada ao ver que a ver­dade viera à tona. Henry e Maria voltaram a Cambridgeshire logo depois do almoço, um lanche preparado por Lua. Ela lhes prome­tera que ligaria, para contar como fora a consulta com o médico.

Estranhamente, se sentia mais próxima dos pais agora que sabia que eles eram, na realidade, seus avós. E a mãe prometeu lhe mostrar as antigas fotografias de Claudia quando Lua voltasse a visitá-los. Ela pensava em Clau­dia mais como uma irmã do que como mãe, e a diferença de idade entre elas não era mesmo muito grande.

E o bebê que Lua esperava os ajudaria a passar por cima de qualquer ressentimento que houvesse agora que a verdade fora revelada, mantendo-os unidos, tal como uma família deve ser. Se bem que Lua não tinha certeza, ao olhar disfarçadamente para Arthur, de que ele ainda queria fazer parte daquela família...

Ao chegarem ao apartamento, Lua ainda não tinha tal certeza. Em vez de se sentar, ele começou a andar de um lado para o outro na sala, como um tigre enjaulado.

— O que houve, Arthur? — ela perguntou, com um sus­piro. — Você quer cancelar o casamento? É isso?

Ele parou de andar para olhar para Lua.

— É isso o que você quer?

O coração dela afundou. Perguntara sem pensar, certa de que Arthur ainda queria se casar, nem que fosse para ficar perto do bebê. Então ela se lembrou do telefonema de Sarah e ficou triste, porém não recuou:

— Perguntei primeiro.

Arthur sorriu, sem graça:

— Não vamos ficar de joguinhos. — ele a olhava, sé­rio. — O que você quer, Lua?

Ela o queria! Mas o queria por inteiro, coração e mente, não apenas aquela pequena parte que ele queria lhe dar. E ela sabia que Arthur não podia se dar por inteiro. Sabia que parte dele pertencia a Sarah...

Ele estava ainda mais distante do que jamais estivera, o rosto sério e arrogante o mantinha afastado, e nem mesmo a roupa simples, calça jeans e camisa pólo azul, parecia torná-lo mais acessível.

Algo mudara na noite anterior, e Lua não acreditava tinha a ver com o que vieram a saber sobre Claudia. Arthur estivera de mau humor antes mesmo de descobrirem os fatos. Só podia ser por causa do telefonema de Sarah.

Por que Lua não o respondia, droga? Por que não lhe dizia exatamente o que pensava dele, do modo como a tratara, e então saía dali? Era o que Arthur merecia, depois de tudo.

Ele se obrigou a relaxar.

Continua......

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