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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Doce Amor capítulo 91





Parecia que ambos tinham lutado em uma guerra, e perdido, pensou ela, ao ir para o quarto de hóspedes a fim de pegar os pertences. Nem mesmo tivera tempo de abrir todas as malas e caixas. Em cinco minutos, guardaria tudo e estaria pronta para sair dali. Sair da vida de Arthur, para sempre.

Lua esperava apenas ser capaz de segurar as lágrimas até que estivesse na segurança do antigo apartamento. Se­ria humilhante demais se começasse a chorar na frente de Arthur.

De qualquer modo, não pertencia àquele universo, foi o que concluiu ao dar uma última volta pelo belo quarto com a cama de dossel. Nem ela nem o bebê pertenciam àquele mundo.

— Deixe-me carregar isso para você — disse Arthur, pe­gando a mala das mãos de Lua assim que ela deixou o cômodo. — Eu... Eu embrulhei o quadro para que você o leve também — acrescentou, calmamente, apontando para o pacote sobre o sofá.

Arthur não sabia direito o que fazer com o retrato de Claudia. Ele pensara em dá-lo aos Blancos antes de eles irem embora, mas de algum jeito aquilo não lhe parecera adequado. Mas para Lua, naquele momento, o quadro era a única imagem que ela possuía da mãe, e por isso deveria
ficar com ela. De qualquer modo, Arthur não precisava do quadro para se lembrar de Lua. Ele sabia que teria a imagem dela dentro da mente para o resto da vida.

Lua parecia surpresa com a oferta.

— Ah, eu não posso aceitar — ela disse. — É... É um Andre Souter original, vale uma fortuna. Deixe-o à mostra na sua galeria — acrescentou, pouco à vontade.
— Ele pertence a você, Lua — disse Arthur, por fim. — Não a uma galeria pública.

Ela suportara o máximo que era capaz. Estava segu­rando o choro muito a contragosto, e agora sabia que não queria o retrato de Claudia, pois era uma lembrança constante do erro que quase cometera ao se casar com Arthur.

— Tem medo dos homens que olharão, desejosos, para o retrato da avó do seu filho ou filha, Arthur? — ela pro­vocou.

Continua.....n

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