Parecia que ambos tinham lutado em uma guerra, e perdido, pensou ela, ao ir para o quarto de hóspedes a fim de pegar os pertences. Nem mesmo tivera tempo de abrir todas as malas e caixas. Em cinco minutos, guardaria tudo e estaria pronta para sair dali. Sair da vida de Arthur, para sempre.
Lua esperava apenas ser capaz de segurar as lágrimas até que estivesse na segurança do antigo apartamento. Seria humilhante demais se começasse a chorar na frente de Arthur.
De qualquer modo, não pertencia àquele universo, foi o que concluiu ao dar uma última volta pelo belo quarto com a cama de dossel. Nem ela nem o bebê pertenciam àquele mundo.
— Deixe-me carregar isso para você — disse Arthur, pegando a mala das mãos de Lua assim que ela deixou o cômodo. — Eu... Eu embrulhei o quadro para que você o leve também — acrescentou, calmamente, apontando para o pacote sobre o sofá.
Arthur não sabia direito o que fazer com o retrato de Claudia. Ele pensara em dá-lo aos Blancos antes de eles irem embora, mas de algum jeito aquilo não lhe parecera adequado. Mas para Lua, naquele momento, o quadro era a única imagem que ela possuía da mãe, e por isso deveria
ficar com ela. De qualquer modo, Arthur não precisava do quadro para se lembrar de Lua. Ele sabia que teria a imagem dela dentro da mente para o resto da vida.
Lua parecia surpresa com a oferta.
— Ah, eu não posso aceitar — ela disse. — É... É um Andre Souter original, vale uma fortuna. Deixe-o à mostra na sua galeria — acrescentou, pouco à vontade.
— Ele pertence a você, Lua — disse Arthur, por fim. — Não a uma galeria pública.
Ela suportara o máximo que era capaz. Estava segurando o choro muito a contragosto, e agora sabia que não queria o retrato de Claudia, pois era uma lembrança constante do erro que quase cometera ao se casar com Arthur.
— Tem medo dos homens que olharão, desejosos, para o retrato da avó do seu filho ou filha, Arthur? — ela provocou.
Continua.....n
maissssssss
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