— Acho que uma bebida cairia bem, Maria — ofereceu Arthur. — Henry?
— Talvez um cálice e conhaque — aceitou o pai de Lua, agradecido.
Pelo que ela sabia, o pai só bebia conhaque quando estava doente ou preocupado; ao olhar para ele, era fácil perceber que, desta vez, Henry estava preocupado.
— O que houve de errado? — perguntou Lua de novo, agora que as bebidas estavam servidas e que todos se encontravam sentados na sala de estar.
A mãe suspirou, trêmula.
— Nós devíamos ter contado no fim de semana — disse, toda nervosa. — Seu pai queria contar naquele dia. — ela sorriu sem graça. — Mas pedi que não dissesse nada. Agora percebo que ele estava certo. Nós devíamos ter contado há muitos anos. — Maria balançava a cabeça de maneira triste.
— Contar o quê? — insistiu Lua, ansiosa, ficando mais e mais tensa a cada segundo.
Arthur se colocou em pé, atrás da poltrona dela, apoiando-a em silêncio, quisesse Lua aquele apoio ou não. E ela, provavelmente, não queria, pensou Arthur, sério, mas ele o ofereceria de qualquer jeito!
— Sobre a sua mãe — disse Henry, assumindo o controle da conversa.
— Minha... Mãe? — repetiu Lua, baixinho Arthur estranhou que a conversa fosse sobre a mãe de Lua. Ele estava certo de que falariam sobre Jack Garder, diante da reação dos pais de Lua no fim de semana.
O que a mãe dela tinha a ver com Jack Garder? Além do mais, Henry e Maria tinham dito, no sábado, que não conheciam a mãe dela!
Não... Arthur de repente entendeu. O que Henry dissera, na verdade, foi que o nome do pai de Lua jamais fora mencionado. Naquele momento, Arthur achava que Henry estava sendo dúbio agora ele entendeu por quê!
— O que vocês sabem a respeito da mãe dela? — perguntou sério.
— Por favor, Arthur — Lua virou-se para ele, implorando. — Deixe... Deixe que me contem tudo no ritmo deles.
Lua tinha a sensação de que sabia ao menos em parte o que os pais lhe contariam, assim como sabia que eles conheciam a ligação da sua mãe biológica com Jack Garder, e não com Andre Souter. Provavelmente também sabiam o nome dela.
O que Lua não entendia era por que eles manteriam tal coisa sob segredo, já que sempre foram abertos a todo tipo de assunto e a criaram para agir da mesma forma. Deviam ter uma boa razão para não lhes contar sobre sua mãe biológica. Como Lua vira o quadro, com toda aquela exuberante
sensualidade, podia ao menos arriscar o motivo.
— Você pediu o histórico médico dos pais biológicos da Lua no sábado, Arthur — relembrou Henry. — Na ocasião, eu lhe disse que não tinha a menor idéia. Não era exatamente verdade. Nós realmente não sabemos nada sobre o pai biológico de Lua. — a voz ficou ligeiramente mais dura. — Mas agora que sabemos que Lua está grávida, nós...
— Sua mãe morreu durante o parto, Lua — disse Maria, emocionada.
— Ela era tão pequena, tão delicada, e eles não puderam fazer nada para ajudá-la. O parto foi terrivelmente complicado. E ela morreu e o bebê sobreviveu. Você sobreviveu. — lágrimas surgiram e escorreram daqueles olhos castanhos cheios de sofrimento.
Continua.....
posta ++++++++++++++++
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