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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

21º Capítulo de A Cabana



Mistérios Começaram a Ser Desvendados!!!!


– Eu não sou um ator mãe. – falei e então vi seus olhos se arregalarem.

– Meu Deus! – ela exclamou e correu até mim me prendendo em seus braços amorosos.

Ela não permitiu que eu saísse de perto dela naquele dia. Encheu-me de mimos, beijos e abraços, nem meu pai e meus irmãos conseguiam chegar perto de mim o suficiente, mas eu sabia que todos ali estavam felizes. Eu também estava feliz por voltar, mas havia inúmeras coisas que eu teria que resolver antes que a minha alegria plena voltasse.

Desci do carro caminhando através do chuvisco, ouvindo o chapinhar dos pedregulhos aos meus pés. Bati na porta de madeira e minutos depois uma senhora de pele vermelha e cabelos negros me atendia, uma menininha veio correndo atrás dela, ela devia ter uns cinco anos e eu imediatamente me lembrei de minhas filhas. Elas teriam mais ou menos a idade da garotinha se tudo o que aconteceu não tivesse acontecido.
– Em que posso ajudar? – perguntou a senhora com uma expressão abatida de alguém que já sofreu muito na vida.

– Quem é o moço vovó? – perguntou a menininha e eu sorri para ela.

– Thiago Amaral esta? – perguntei.

– Quem deseja falar com ele? – perguntou a senhora.

– Arthur Aguiar. – eu falei meu sobrenome pela primeira vez depois de anos e vi os olhos da senhora se esbugalhar aterrorizados em seu rosto.

– E-ele não esta. – ela falou gaguejando.
– Eu não farei mal algum ao seu filho. – eu disse. – Quero apenas conversar com ele.

– Tio Thiago! – ouvi a garotinha gritar olhando atrás de mim, me virei imediatamente e vi um rapaz de uns 28 anos se aproximando com a cabeça baixa e com as mãos nos bolsos da calça jeans surrada, ele estava coberto de graxa e óleo.

– Ola. – eu disse e seu rosto se levantou, ele me olhou sem expressão alguma e então reconhecimento passou em seus olhos, nenhuma outra emoção, ele parecia aos meus olhos um homem que perdeu a vida há muitos anos.

– Tio Thiago. – a garotinha desgrudou da barra da mulher e correu em direção ao homem que a pegou no colo.

– Como esta querida? – ele olhou para ela com carinho.

– Esse moço veio te ver. – ela disse coma sua voz infantil e os dedos gordinhos apontando em minha direção.
– Eu sei querida, vai lá com a vovó. – ele a soltou no chão e ela correu para dentro da casa.

– Eu sou Arthur Aguiar. – me apresentei formalmente.

– Eu sei quem você é e o porquê você veio. – disse o homem me olhando serio. –Quer entrar? – ele apontou para dentro da casa e entrou, o segui.

Entrei dentro da casa e ela parecia um pouco sem vida. Era tudo muito simples, nem parecia que uma criança habitava naquela casa.

– Desculpe, não temos uma casa muito bonita. – ele disse. – Mas é o que posso dar a elas.

– Não estou incomodado com isso. – eu falei e o vi se sentar e apontar para o sofá a sua frente para que eu fizesse o mesmo, me sentei encarando-o e ele suspirou pesado.

– Para poder te contar o que fiz, terei que te contar o que me fizeram antes. – ele disse com uma voz morta e sem vida. – Minha irmã gêmea Ully era muito linda, a garota mais linda da reserva e chamava atenção por onde passava. – ele sorriu. – Aos vinte anos ela se casou ao invés de estudar, Embry Carl era o nome de seu marido. Eu fui para a faculdade e lá conheci alguém, de imediato viramos amigos, íamos para a farra juntos e até nos drogávamos de vez em quando. Minha família vivia em uma casa bonita e grande e então nas férias eu trouxe esse meu amigo para casa, apesar de ele morar em Forks também, eu nunca o havia visto antes. Ele era educado com minha família e tudo o mais. Eu não podia desconfiar de nada, de que ele era uma pessoa de má índole, eu inclusive já tinha feito alguns trabalhinhos sujos para ele, eu estava deslumbrado com a nossa amizade, eu vendia até drogas pra ele e era um tipo de capanga para ele na faculdade, fazendo aqueles que deviam para ele pagarem, de uma forma ou outra. O que interessa é que eu era bobo demais para perceber as investidas dele em minha irmã e a aceitação da parte dela, mesmo sendo casada. O cara era bonitão e boa pinta, a maiorias das garotas caiam aos seus pés. O marido da minha irmã era estéril e eles não poderiam ter filhos e minha irmã sofria por não poder realizar seu maio sonho. Pedro Cassiano prometeu mundos e fundos para ela.  - quando ele disse o nome eu comecei a entender boa parte da sujeira que envolvia a história, mas não me espantei. – Ela largou do marido que a amava e se dedicou em ser a bonequinha de luxo de meu amigo, eu estava feliz, minha irmã se casaria com meu melhor amigo. Não foi o que aconteceu. Uns tempos depois Pedro começou a ficar agressivo e eu sempre via nele uma expressão obsessiva no rosto, como se ele quisesse se vingar de alguém. Ele largou a minha irmã grávida e disse que não a assumiria e que ela apenas foi um brinquedinho de prazer nas mãos dele. Nove meses depois a Emily nasceu e um mês depois Ully se enforcou. E eu jurei, jurei para mim mesmo e para minha irmã que a vingaria.

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