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sábado, 15 de dezembro de 2012

Doce amor capitulo 33






Lua empinou o nariz, desafiadora.

— Você não tem medo de que eu "me intrometa" em outras coisas enquanto você estiver fora?
— Se você tocar em qualquer coisa, juro que se arrependerá.

Ela acreditou naquela ameaça.
Assim como acreditou na advertência de que não de­veria ir embora. Mas isso não a impediu. Assim que se viu sozinha no apartamento, desceu as escadas, parando apenas na sala dos funcionários para pegar o casaco antes de sair da galeria.
Arthur podia mandá-la embora, se quisesse! E ela se recusava a sequer pensar no que ele dissera so­bre uma possível gravidez. Claro que não estava. Aquilo era ridículo. Além do mais, Lua queria realizar alguns telefonemas que não poderiam ser dados do apartamento de Arthur.

Vários amigos da época da universidade agora tra­balhavam em galerias e agências de arte. Um destes amigos lhe daria uma pista sobre o agente de Andre Souter.

Estava determinada a encontrá-lo, por mais que Arthur dissesse que era impossível. Nada é impossível quando se está motivado. E Lua decididamente tinha motivação! Onde estava a mãe dela? Morando na Inglaterra? Com um marido e talvez ou­tros filhos? Talvez. Ela não pretendia se intrometer na vida da mu­lher que a gerara. Mas agora que vira o retrato, precisava saber. Andre Souter era seu pai? Era o que ela esperava...

Arthur bateu a porta do apartamento ao perceber que Lua realmente fora embora antes que ele
voltasse. Com quem ela achava que estava brincando? Arthur lhe dissera para ficar ali. Ela não obedeceu. Ele lhe dissera que conversariam quando voltasse. Mas Lua não estava ali para conversar.
E Arthur estava furioso. Com ela. Consigo. Com o fato de estar mais e mais convencido de que ela fora embora porque estava mesmo grávida.

Se era mesmo verdade que não tivera outros namora­dos, então significava que Arthur seria pai novamente... De uma menininha parecida com Lua. Ou um menininho parecido
com ele. E Luke...

Arthur deu um soco na porta, o pulso doeu. Foi quando a porta se abriu de repente. Lua o olhava de dentro do apartamento.

— Não é preciso derrubar a porta, Arthur — ela dis­se. — Eu estava comendo um sanduíche quando ouvi as batidas...

Ele respirou fundo, impaciente.

— Que tipo de sanduíche? — ele perguntou. — Você não sabe que não deve comer certas coisas quando se está grávida?

O apartamento onde Lua morava ocupava todo o se­gundo andar de um daqueles antigos prédios vitorianos típicos de Londres, com enormes janelas que davam para uma rua arborizada.
Lua parecia melhor agora do que quando Arthur saíra. Estava mais corada e havia um brilho de raiva nos olhos dourados. Também parecia em boa forma, naquele jeans desbotado e na camisa preta que vestira depois que volta­ra da casa dele. Bem, se Arthur estiver certo, aquela forma em breve mudará!
Se bem que ele achava que Lua seria uma daquelas mulheres que engordam pouco na gravidez e que, mes­mo carregando um bebê, manteria aquele ar de delicadeza que tanto o atraíra.
Ele tirou um pacote do bolso do paletó.

— Para você — disse de modo seco.

Ela não fez menção de pegar o pacote. Sabia o que ha­via dentro dele e não tinha a menor vontade de satisfazer a curiosidade de Arthur.

— Eu não me lembro de tê-lo convidado para entrar.

Continua.....

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