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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Barriga de Aluguel capítulo 19





- Oi amor, não te ouvi entrar. – Carla disse entrando no quarto.  
- E eu não te vi em casa. – ela se jogou em cima dele e lhe deu um selinho. Afagou seus cabelos, enquanto ele não se mexia, perdido em seus pensamentos. Carla se abaixou e beijou seu pescoço.  
- Por que está usando o perfume da Lua? Esse não é o seu cheiro. – ele disse, confuso.  
- Não é possível. Não consegue mesmo esquecer essa garota, não é? Eu desisto.  
  
Onde ele estava com a cabeça? A falta de Lua estava afetando seu cérebro, e sua mente vivia tentando trapaceá-lo, dando qualquer indicio de que ela estava ali, de que ela nunca havia partido. 

Carla pegou a jarra do armário da cozinha e a encheu de água. Pegou alguns cobertores, a noite estava mais fria que as anteriores. Caminhou até a lavanderia e colocou as coisas que havia pego no chão. Ergueu o tapete florido que ficava na frente da máquina de lavar e o levantou. Abriu a porta do porão e desceu as escadas carregando os objetos.  
  
- Eu quero sair... – Uma voz cansada ecoou no espaço.  
- Não resmungue, Lua. – Carla disse friamente. Levou a mão a testa de Lua e viu que ela queimava em febre.  
- Vou ter que te tirar daqui. Aqui é muito úmido! – murmurou.  
  
Colocou um braço de Lua em volta de seus ombros e a carregou cambaleando para fora do porão. A casa toda estava fechada. Subiu as escadas com dificuldade e abriu uma porta que levava até mais alguns degraus aonde davam para o sótão.  
  
Havia uma cama velha, lá. Carla deixou Lua sob a cama empoeirada e jogou um cobertor em cima dela... Pelo menos ali havia uma pequena janela, mas entrava um fio de luz. Lua encolheu-se na cama e envolveu-se no cobertor com a mão em seu ventre, agora de sete meses... Fazia um mês que Carla a havia trancado dentro do porão.

Lua havia acordado depois de ter adormecido ao lado de Arthur. Ele não estava ali, havia ido trabalhar, Lua supôs. Levantou-se, tomou um banho demorado e desceu para comer alguma coisa. Algo foi colocado em seu rosto. Lua sentiu um cheiro forte e seu corpo amoleceu, sentiu alguém que alguém a segurava para que não caísse até que seus olhos se fecharam completamente. Carla arrastou Lua até o porão e a colocou sob um colchão, ela acordaria em dentro de alguns minutos. Enquanto ela não despertava, Carla subiu e jogou o pano molhado de éter no lixo. Pegou algumas coisas que Lua precisaria e levou para baixo. Alguns minutos depois, Lua sentiu sua cabeça pesar, seus abriram-se devagar...  
Carla estava caminhando de um lado para o outro.  
  
- O que está acontecendo? – Lua perguntou. Carla aproximou-se e sorriu.  
- Não achou mesmo que eu a deixaria estragar a minha família, não foi Lua? Eu avisei que queria ele longe de você, mas ele não ouviu. Lua, escute bem, você vai ficar aqui até esse bebê nascer, e então eu dou um jeito em você, mas vai ficar calada, está entendendo?  
- O que você está fazendo? M-me tira daqui... – ela disse baixinho. Ainda estava sob os efeitos. Lua passara aquele um mês praticamente dormindo por causa das medicações que Carla lhe dera. Lá de baixo podia escutar ambos conversando.  
- Como assim foi embora? – Lua escutou Arthur gritar.  
- E-estou aqui... – ela tentava dizer... Mas sua voz saia apenas em um sussurro. 

Continua.....

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